Fluxos em Redes Sociotécnicas: das micronarrativas ao big data

Fluxos em redes sociotécnicas: das micronarrativas ao big data” é a primeira obra coletiva do Grupo de Pesquisa (GP) “Comunicação e Cultura Digital” da Intercom. Com organização de Beatriz Polivanov, Willian Araújo, Caio C. G. Oliveira e Tarcízio Silva, a coletânea é composta por prefácio de Sandra Montardo e Adriana Amaral e 14 artigos cujas versões iniciais foram submetidas e apresentadas no GP no ano de 2019 e posteriormente revisadas, a partir das sugestões dos pareceristas e debates ocorridos no encontro em Belém do Pará. A publicação reúne textos que abordam as múltiplas implicações que a circulação de narrativas e grandes dados gera no contexto das redes sociotécnicas em termos de fluxos comunicacionais, buscando explorar conflitos e negociações emergentes dentre diversos agentes e instituições.

O livro está dividido em quatro partes: 1) “Narrativas pessoais, práticas de consumo e disputas de sentido na cultura digital”; 2) “Epistemologias decoloniais”; 3) “O que fazem as máquinas e como pesquisá-las? Reflexões sobre plataformas e seus algoritmos” e 4) “Política e opinião pública em um Brasil (des)conectado”. Os autores são de distintas instituições de ensino brasileiras e apresentam referencial teórico e metodológico, bem como objetos empíricos de análise variados, trazendo contribuições diversas para o campo da Comunicação e, mais especificamente, para os estudos que se voltam para a cultura digital.

Baixe em PDF, Mobi ou EPUB!

Teoria Racial Crítica e Comunicação Digital?

Prof. Derrick Bell

A Teoria Racial Crítica é um framework teórico-metodológico proposto inicialmente por pesquisadores do Direito para combater a aplicação racista da legislação. A Teoria Racial Crítica (TRC) transpôs as fronteiras do Direito e tem sido aplicada em diversos países afrodiaspóricos à Educação, Sociologia e outras áreas como a Comunicação, mas ainda tangencial nesta última. Entretanto, há uma geração de pesquisadores que tem provado que a perspectiva da Teoria Racial Crítica fornece lentes apropriadas para superar o que eu chamo de dupla opacidade – “o modo pelo qual os discursos hegemônicos invisibilizam tanto os aspectos sociais da tecnologia quanto os debates sobre a primazia de questões raciais nas diversas esferas da sociedade – incluindo a tecnologia, recursivamente“.

Com o objetivo de colaborar para as conexões deste framework teórico, publiquei no Intercom 2019 o artigo “Teoria Racial Crítica e Comunicação Digital: conexões contra a a dupla opacidade“. O trabalho apresenta a Teoria Racial Crítica e discute do ponto de vista da comunicação digital e de casos de racismo algorítmico seis pilares definidores da TRC:

a) a ordinariedade do racismo;

b) construção social da raça;

c) interseccionalidade e anti-essencialismo;

d) reconhecimento do conhecimento experiencial;

e) agência no combate efetivo da opressão racial;

f) e a interdisciplinaridade

 

Você pode ler o artigo completo já no ResearchGate e em breve será publicada uma versão expandida como capítulo no livro “Fluxos em redes sociais sociotécnicas: das micro-narrativas ao big data

Interrogando Plataformas e Algoritmos Digitais

Acabou de ser publicado o ebook da edição 2018 do Congresso Nacional de Estudos Comunicacionais da PUC Minas Poços de Caldas. Fui um dos conferencistas e apresentei a palestra Interrogando Plataformas e Algoritmos Digitais. A publicação inclui um resumo da palestra que transcrevo abaixo logo depois do slideshow utilizado (confira também no ResearchGate). Ao final do post, referências e como citar.

A crença tanto em que os algoritmos estatísticos e softwares são neutros quanto a crença de que são substitutos da ciência são erradas em dimensão comparável apenas à sua aceitação por um número cada vez mais crescente de grupos sociais filiados à ideais neoliberais e tecnocráticos de eficácia e otimização de processos. Estas presunções de neutralidade dos algoritmos e sistemas automatizados em campos da comunicação, direito, segurança e políticas públicas (SILVEIRA, 2017) impactam efetivamente indivíduos e comunidades de modo relativo à distribuição de poder quanto às classes, gênero, raças e grupos sociais que os constroem e gerenciam. Quanto ao aspecto de racialização, podemos falar de uma opacidade dupla. De um lado os algoritmos – e a tecnologia de modo geral – são vistos como neutros, como se fossem construídos, desenvolvidos e performados independente do contexto e pessoas envolvidas. De outro, a ideologia da negação e invisibilidade da categoria social “raça” na sociedade como um todo impede consensos e avanços quanto à justiça e equidade de representação.

Esta construção possui tanto impactos diretos quanto indiretos, tal como o gap de capacidade de interpretação da realidade social, demográfica e política contemporâneas. Ecossistemas de plataformas e infraestruturas digitais como Google, Amazon, Facebook e Apple (chamados pelo acrônimo GAFA) construíram capacidades de análise de dados internos e externos que ultrapassam em muito o potencial de universidades de ponta e até de estados. E tudo isto sem as prerrogativas de transparência e accountability exigidas pelas populações da maioria das democracias. Investigar e entender os impactos de algoritmos e plataformas na democracia e nas populações é um desafio ainda mais – aparentemente – intransponível.

Estas perspectivas neoliberais ativistas tem sido centrais no reforço de lógicas que são “antidemocratic, anti-affirmative-action, antiwelfare, antichoice, and antirace discourses that place culpability for individual failure on moral failings of the individual, not policy decisions and social systems”, inclusive em esferas tecnológicas (NOBLE, 2018, pos.2781). A opacidade dos sistemas é vista de forma acrítica, desde que não traga malefícios para o sujeito em sua individualidade e fins pragmáticos. E quando acontece são vistas como responsabilidade do próprio indivíduo que deveria ser “gerente de si mesmo”, como acontece com os sistemas de autogestão de escores de créditos, cada vez mais pervasivos. Impactos no social e no comunitário são ignorados. A legitimidade das “data-driven decision-making hinges not only on the presumed objectivity of its methods, but on the unquestioned acceptance of productivity, performance, merit” (RIEDER, 2016a, p.51). É preciso, então, ver as atuais práticas em torno de big data e análise pervasiva dos indivíduos com olhares multiculturais. Os dados, como “a medium or representational form and envelops data science within a cultural matrix. Data criticism also tackles data science’s idealistic view of data head-on, in addition to its self-proclaimed democratic leanings and liberalism” (BEATON, 2016, p.368).

A chamada à crítica dos dados e plataformas vai ao encontro do que Dardot e Laval (2017) diagnosticam como uma falta de compreensão das relações entre as condutas dos neossujeitos e as formas de controle, vigilância e análise exercidas na suposta hiper-racional contemporaneidade. Alertam que é preciso “examinar de perto tecnologias de controle e vigilância de indivíduos e populações, sua medicalização, o fichar, o registro de seus comportamentos, inclusive os mais precoces” (DARDOT & LAVAL, 2017, pos.7932). Mesmo antes da popularidade esmagadora de plataformas como o Facebook, a ligação entre inteligência artificial e pilares do neoliberalismo, como o capital financeiro, podem ser sentidas como aponta Achille Mbembe, ao descrever como este, “simultaneamente força viva e criadora […] e processo sangrante de devoração […] aumentou descontroladamente a partir do momento em que os mercados bolsistas escolheram apoiar-se na inteligência artificial para optimizar movimentos de liquidez” (MBEMBE, 2017, p.30).

Neste sentido, acreditamos ser essencial a realização de esforço de pesquisa e atuação crítica na realidade para combater os vieses não só algorítmicos, mas também a opacidade destes vieses fruto da lógica neoliberal que glorifica corporações de tecnologia do Vale do Silício enquanto deixa sujeitos atomizados em busca de uma autogestão cada vez mais opressiva. E levando em conta o “contrato racial” (MILLS, 2014) que cria processos de racialização nas mais diferentes esferas sociais com objetivos de dominação, é preciso esforço conjunto para entender a fundo novas tecnologias como plataformas de comunicação e suas relações com dados e inteligência artificial.

As proposições que estão surgindo nos últimos anos para interrogar as plataformas e sistemas algorítmicos merecem circulação e aplicação em diferentes contextos (BROCK, 2016; RIEDER, 2016; OSOBA & WELSER VI, 2017; SILVEIRA, 2017; NOBLE, 2017; WILLIAMS, BROOKS & SHMARGAD, 2018; BUOLAMWINI & GEBRU, 2018), sendo ainda raras as proposições que levam em conta a estruturação do racismo na sociedade ocidental e como impacta produções de centros de tecnologia como o Vale do Silício.

A Teoria Racial Crítica (Critical Race Theory), fruto e atuante nos movimentos de direitos civis desde a década de 60, aplicada no Brasil por estudiosos do Direito e da Educação, merece o seu lugar também na Comunicação. É baseada em pilares de compreensão da sociedade especialmente úteis para compreender os pontos de contato entre opacidade algorítmica e invisibilidade dos processos de racialização, tais como: compreensão desta como de relações raciais hierarquizadas estruturantes e estruturadas pelo racismo; percepção da ordinariedade do racismo nas mais diferentes esferas sociais, econômicas, políticas e biopolíticas; a convergência interseccional do determinismo material dos interesses de grupos dominantes; a visão das relações raciais como construção social; e, por fim, a TRC é agente efetiva no combate da opressão racial (CRENSHAW, GOTANDA & PELLER, 1995; MATSUDA et al, 1993; DELGADO, STEFANCIC & HARRIS, 2017).

Vemos estes esforços como um trabalho internacional em progresso e propomos três estratégias para reunir a colaboração da Teoria Racial Crítica ao estudo dos algoritmos: a) análise crítica, localizada e com consciência racial das particularidades do contexto brasileiro, onde entram também hierarquias de dominação imperialistas mediadas pelo Vale do Silício e cultura de startups; b) uso de colaborações das ciências sociais, humanidades digitais e computação social para entender e interrogar as plataformas; e c) uso de métodos mistos (JOHNSON & ONWUEGBUZIE, 2004), incluindo também mapeamento, engajamento de profissionais e ativistas para compreender toda a rede produtiva a partir de um olhar da economia política de produção dos algoritmos e sistemas. A governança algorítmica tende a ser cada vez mais presente e comunicadores e cientistas sociais devem mergulhar na temática para agir junto a desenvolvedores e legisladores pra analisar danos individuais, discriminação ilegal e práticas injustas, perda de oportunidades, perdas econômicas e estigmatização social.

Referências

BEATON, Brian. How to Respond to Data Science: Early Data Criticism by Lionel Trilling. Information & Culture, v. 51, n. 3, p. 352-372, 2016.

BROCK, André. Critical technocultural discourse analysis. New Media & Society, p. 1461444816677532, 2016.

BUOLAMWINI, Joy; GEBRU, Timnit. Gender shades: Intersectional accuracy disparities in commercial gender classification. In: Conference on Fairness, Accountability and Transparency. 2018. p. 77-91.

CRENSHAW, Kimberlé; GOTANDA, Neil; PELLER, Garry. Critical race theory: The key writings that formed the movement. The New Press, 1995.

DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo. Boitempo Editorial, 2017.

DELGADO, Richard; STEFANCIC, Jean. Critical race theory: An introduction. NYU Press, 2017.

JOHNSON, R. Burke; ONWUEGBUZIE, Anthony J. Mixed methods research: A research paradigm whose time has come. Educational researcher, v. 33, n. 7, p. 14-26, 2004.

MATSUDA, Mari J.; LAWRENCE III, Charles R.; DELGADO, R.; CRENSHAW, Kimberlè W. Words That Wound – Critical Race Theory, Assaultive Speech, and the First Amendment. Nova Iorque: Routledge, 1993.

MBEMBE, Achille. Políticas da Inimizade. Lisboa (Portugal: Antígona, 2017.

MILLS, Charles W. The racial contract. Cornell University Press, 2014.

NOBLE, Safiya Umoja. Algorithms of Oppression: How search engines reinforce racism. NYU Press, 2018.

OSOBA, Osonde A.; WELSER IV, William. An intelligence in our image: The risks of bias and errors in artificial intelligence. Rand Corporation, 2017.

RIEDER, Bernhard. Big Data and the Paradox of Diversity. Digital Culture & Society, v. 2, n. 2, p. 39-54, 2016a.

SILVEIRA, Sérgio Amadeu da. Tudo sobre Tod@s: redes digitais, privacidade e venda de dados pessoais. São Paulo: Edições Sesc, 2017.

WILLIAMS, Betsy Anne; BROOKS, Catherine F.; SHMARGAD, Yotam. How algorithms discriminate based on data they lack: Challenges, solutions, and policy implications. Journal of Information Policy, v. 8, p. 78-115, 2018.

 

Como citar
SILVA, Tarcízio. Interrogando Plataformas e Algoritmos Digitais. In: Congresso Nacional de Estudos Comunicacionais da PUC Minas, 2018, Poços de Caldas, Minas Gerais, Brasil. Anais do 3 CONEC Congresso Nacional de Estudos Comunicacionais da PUC Minas, 2018. p. 32-26. Disponível em < https://conec.pucpcaldas.br/wp-content/uploads/2019/06/anais2018.pdf >

Pensando Raça a partir da Teoria da Informação: a diferença que faz diferença

Praticamente qualquer aluno meu já me viu citar a frase “informação é a diferença que faz diferença”. Atribuída ao matemático Gregory Bateson, é um ótimo modo de debater a distinção entre dados e informação antes de chegar aos conceitos da pirâmide DIKW (Data, Information, Knowledge e Wisdom). O que Bateson quis dizer é que informação é uma observação que faz diferença para algum “objetivo” ou em termos de “efeitos” possíveis. Em sala de aula, uso o exemplo das cores das camisas e número de notebooks. As cores das roupas dos alunos podem compor uma “diferença” observável. Posso contar a distribuição das cores. O mesmo acontece com o número de notebooks. Mas, enquanto professor, somente esta segunda diferença “faz diferença” para meus objetivos: a partir do número de notebooks em sala posso planejar melhor as atividades práticas. As cores das roupas não são informação relevante pra mim. Por outro lado, podem se tornar informação em algum exemplo sobre análise cultural e moda (ex: anti-esquerdismo diminuiu o uso de vermelho? cariocas usam mais cores que paulistas?).

É a partir desta famosa frase do Gregory Bateson que o pesquisador Syed Mustafa Ali (Open University) inicia o artigo Race: The Difference that Makes a Difference publicado na tripleC em 2012. O autor busca entender as interseções das disciplinas da Teoria Racial Crítica e da Teoria Crítica da Informação e como elas tem abordado a questão.

Quanto às múltiplas áreas da Teoria da Informação, o autor resgata diferentes abordagens, sobretudo as colaborações do filósofo Luciano Floridi em torno da filosofia da informação, que se debruça sobre tópicos, métodos e teorias do campo para estudar suas definições e colaborações. Mais recentemente, a perspectiva das ciências sociais como o trabalho de Scott Lash e Christian Fuchs (autor também de Social Media: A Critical Introduction) trazem panoramas críticos de classe, gênero e raça mas, segundo Ali, priorizando a primeira a partir de frameworks neo-Marxistas.

A colaboração da Teoria Racial Crítica, então, é essencial para a questão de pesquisa proposta. Depois de citar a crescente re-leitura informada por discurso crítico sobre raça de filósofos pós-Iluminismo a partir do trabalho de Emmanuel Chukwudi Eze nos últimos 20 anos, Ali chega à conclusão de que a perspectiva informacional não tem sido realizada. Quando é realizada, tende a ser de um olhar mais sociológico do que filosófico, em itens como: a) exclusão digital; b) representação e relações de poder em ambientes online; c) o uso de tecnologias digitais para agendas de supremacistas brancos; e d) contribuições africanas e afro-americanas à teoria dos sistemas e cibernética.

 

Mas qual a colaboração que Teoria dos Sistemas e Teoria da Informação podem trazer ao entendimento sobre raça, racismo e processos de racialização?

A proposta que se aproxima do que o Mustafa Ali procura seria, para o autor, a formulação de racismo oferecida por Fuller Jr.:

“Um sistema de pensamento, discurso e ação operado por pessoas que se classificam como “brancas” e que usam engano, violência e/ou ameaça de violência para subjugar, usar e/ou abusar de pessoas classificadas como “não-brancas” sob condições que promovam a falsidade, injustiça e incorrigibilidade em uma ou mais áreas de atividade, para o fim último de manter, expandir e/ou refinar a prática da supremacia branca (racismo)” (1984, 301)

Na visão de Fuller Jr. racismo equivale a supremacia branca e é um sistema global composto de 9 áreas principais de atividades ou sub-sistemas: economia, educação, entretenimento, trabalho, lei, política, religião, sexo e guerra. Para Ali, a colaboração de Fuller Jr. é uma formulação que é orientada para raça de forma radicalmente alternativa a outros pensadores críticos como Giddens, Bourdieu e Habermas.

Em seguida, as definições de Teoria Racial Crítica e Teoria Crítica da Informação são vinculadas para propor uma abordagem hermenêutica reflexiva sobre raça e informação. Quanto ao termo informação, polissêmico, Ali referencia von Bayer para explicar que informação pode ser vista de forma dual tanto como inform-ação quanto in-formação. No primeiro sentido, se refere à transmissão de significados e no segundo se refere à transmissão de forma, que pode ser configuração, ordem, organização, padrão, estrutura ou relacionamento. Neste sentido, a circulação de alguns padrões de pensamento no mundo pode ser vista como informação, tal como a ideia de hierarquia racial, discriminação e dominação associadas à diferença racial.

Assim, é possível ver raça como sistema e como processo. Como sistema, Ali cita Charles Mills para afirmar que racismo pode e de fato existe em potência puramente estrutural, isto é, em termos de relações de poder incorporadas diferencialmente que não são sempre explicitamente intenacionais então não são dependentes de consciência para a continuidade de sua existência. Assim, a ideia de “contrato racial” proposta por Mills pode ser vista como:

that set of formal or in-formal agreements or meta-agreements (higher-level contracts about contracts, which set the limits of the contract’s validity) between the members of one subset of humans, henceforth designated by (shifting) “racial” (phenotypical/genealogical/cultural) criteria C1, C2, C3… as “white”, and coexten-sive (making due allowance for gender differentiation) with the class of full persons, to categorise the remaining subset of humans as “nonwhite” and of a different and inferior moral status

Barnor Hesse é a referência citada a seguir para falar de raça como processo. Para Ali,  mais do que estar correlacionado com a presença (ou ausência) de marcadores materiais no corpo,

“racialization [is] embodied in a series of onto-colonial taxonomies of land, climate, history, bodies, customs, language, all of which became sedimented metonymically, metaphorically, and normatively, as the assembled attributions of race”

Deste modo, a perspectiva consegue dar conta dos processos pelos quais racialização acontece nas interseções com contextos e projetos político-econômicos de poder em cada período, como o acirramento do ódio contra islâmicos nos EUA nos últimos 30 anos. Por fim, o artigo enfatiza a importância dessa aproximação entre as áreas da ciência da informação e da teoria racial crítica para abordar os processos de resgate de argumentos e ideais biológicos do conceito de raça graças a biometria, barateamento de testes genéticos e afins.

Para saber mais sobre o trabalho do Syed Musfata Ali, acompanhe suas páginas na Open UniversityResearchGate  ou confira a palestra abaixo: