12 Livros para o Profissional em Comunicação ler em 2014 – parte 4

Para finalizar as dicas de livros para 2014 (ver partes 1, 2 e 3), farei diferente: os três livros abaixo são publicações que ainda não li, mas com temas bastante relevantes, de autores que já conheço e que estão na minha lista de leitura do ano.

spreadable mediaEm Spreadable Media – creating value and meaning in a networked culture, Henry Jenkins, Sam Ford e Joshua Green “maps fundamental changes taking place in our contemporary media environment, a space where corporations no longer tightly control media distribution and many of us are directly involved in the circulation of content. It contrasts “stickiness”—aggregating attention in centralized places—with “spreadability”—dispersing content widely through both formal and informal networks,some approved, many unauthorized. Stickiness has been the measure of success in the broadcast era (and has been carried over to the online world), but “spreadability” describes the ways content travels through social media.”

Para quem não se lembra, Jenkins é autor também de Cultura da Convergência, publicação que analisou a cultura da convergência partindo de alguns produtos culturais bastante populares. Um dos casos mais interessantes é a análise das narrativas crossmedia a partir do caso de Matrix Reloaded e Matrix Revolutions, assim como a cultura da colaboração, paratextos e comunidades de interesse a partir de spoilersda série americana Survivor. Best seller, influenciou bastante o modo pelo qual o mercado pensou convergência e digital de 2008 em diante. O livro possui um site com blog, ensaios e reviews: spreadablemedia.org

a comunicação das coisasEm A Comunicação das Coisas: Teoria Ator-Rede e Cibercultura, o professor André Lemos “apresenta aspectos teóricos e exemplos práticos, sendo composto por seis capítulos e uma entrevista com o sociólogo francês Bruno Latour, o mais importante nome da TAR. O leitor vai encontrar temas atuais analisados pela ótica dessa teoria, tais como as mídias locativas, a “internet das coisas”, os dispositivos de leitura eletrônicos, como tablets e e-readers, as redes sociais, o ciberativismo, o jornalismo, entre outros. O livro, escrito por um dos mais importantes estudiosos da cultura digital no Brasil, pode ser útil para estudantes e pesquisadores em sociologia, filosofia, comunicação, geografia, arquitetura e urbanismo, informática e áreas afins.”

André Lemos é professor da Facom e Póscom-UFBA, líder do grupo Lab404 – Laboratório de Pesquisa em Mídia Digital, Redes e Espaço, autor de diversos livros como Cibercultura – tecnologia e vida social na cultura contemporânea e O Futuro da Internet, em co-autoria com Pierre Lévy. Para ter uma ideia do conteúdo de “A Comunicação das Coisas”, recomendo o artigo Espaço, Mídia Locativa e Teoria Ator-Rede.

the culture of connectivityThe Culture of Connectivity: A Critical History of Social Media, escrito pela pesquisadora Jose van Dijck, da Universidade de Amsterdam “studies the rise of social media, providing both a historical and a critical analysis of the emergence of major platforms in the context of a rapidly changing ecosystem of connective media. Author Jose van Dijck offers an analytical prism that can be used to view techno-cultural as well as socio-economic aspects of this transformation as well as to examine shared ideological principles between major social media platforms. This fascinating study will appeal to all readers interested in social media.”

Jose van Dijck é autora também de outros livros, como Mediated Memories in the Digital Age, que explora como as mídias digitais reconfiguram as práticas em torno das memórias pessoais. O artigo “Users like you? Theorizing agency in user-generated content” pode ser uma boa leitura inicial dos escritos da Van Dijck.

Pesquisa sobre o Profissional de Monitoramento, Mensuração e Social Analytics no Brasil (2013)

Em 2013, pelo terceiro ano consecutivo, realizei uma pesquisa de levantamento sobre algumas características, opiniões e práticas dos profissionais brasileiros de monitoramento, mensuração e analytics. Os resultados foram bem interessantes, especialmente quanto às regularidades e flutuações deste fascinante mercado.

Os resultados, que reuniram as respostas de 161 profissionais, podem ser vistos na apresentação abaixo:

Destaques em Perfil e Práticas:

  • O crescimento do uso do Facebook Insights e Socialbakers reflete a ênfase que o mercado brasileiro dá ao Facebook, que tornou-se a plataforma central das estratégias digitais em muitos casos;
  • A queda no uso de ferramentas de gestão como Hootsuite e Tweetdeck é em parte explicada pelo menor uso corporativo do Twitter em 2013 e pelo uso das ferramentas de gestão das próprias mídias sociais como, por exemplo, o agendamento no Facebook;
  • Além de particularidades do próprio escopo da pesquisa (que neste ano explicitou englobar a área de mensuração), a lembrança dos respondentes de ferramentas de web analytics demonstra que o ROI financeiro está sendo cada vez mais buscado;
  • Ferramentas brasileiras lideram as principais posições no setor de monitoramento de mídias sociais, enquanto ferramentas de mensuração e social analytics são predominante internacionais;
  • Aspectos relacionados ao gerenciamento e análise dos dados foram bastante citados na pergunta sobre as ferramentas. Demanda por Customização de Dashboards, melhor Manejo e Cruzamento de Dados são itens que denotam uma força profissional mais especializada e experiente;
  • Engajamento permanece como o grande valor das mídias sociais, seja como Âmbito de Métricas, seja indiretamente como Objetivo de Comunicação

Destaques sobre a Formação:

  • A fatia de usuários que aprendem com Cursos e Eventos cresceu, enquanto os que aprenderam através de Material Online diminuiu. Isto aponta também um maior atendimento das demandas educacionais
  • Pós-Graduações e Universidades, apesar de ainda representarem fatias minoritárias, aumentaram sua importância neste ano. Os respondentes podem perceber o impacto de disciplinas relacionadas à área em alguns casos e, noutros, a atualização de ementas e grades curriculares é o motivo;
  • Nos últimos anos vimos inúmeras pós em Marketing Digital englobarem disciplinas sobre a área. Em 2014, estão sendo abertos cursos exclusivamente voltados à análise e inteligência digital e nas mídias sociais;
  • Apesar do Engajamento ser o valor mais observado, em termos de força profissional trata-se de uma área mais ligada à Publicidade do que à outras especialidades de Comunicação mais historicamente ao relacionamento de longo prazo, como elações Públicas.

Destaques sobre a Valorização Profissional:

  • Sites, blogs e projetos de educação de mercado fomentados pelas principais ferramentas brasileiras apresentaram-se como uma importante Fonte de Informação listada pelos participantes. O segmento de ferramentas de monitoramento pleno é dominado por fornecedores brasileiros que, em sua maioria, surgiram a partir de projetos dentro de agências ou consultorias e se transformaram em produtos;
  • A distribuição salarial apresentou avanços em relação à pesquisa realizada no ano anterior. Atribuímos isto ao fato de que mais coordenadores e gerentes são necessários no atual momento do mercado, o que acarreta um maior número de profissionais com remuneração acima da média;
  • Compreender profundamente Ferramentas, Métricas e Análise de Dados foram os principais pontos citados pelos respondentes quanto à sua melhoria profissional. Porém, itens mais específicos como Metodologia, Análise de Redes e Fundamentação Teórica/Conceitual do trabalho também foram mencionados.

Para conferir e comparar os resultados com as pesquisas dos anos anteriores, só acessar:

Social Media ROI Cookbook by Altimeter Group

A Altimeter lançou recentemente um novo estudo sobre a mensuraração de receitas de impactos nas mídias sociais. A pesquisa foi realizada com 15 marcas, 38 empresas de tecnologia de mensuração de dados, 3 agências e 4 especialistas da área, traz importantes diretrizes sobre o ROI de mídias sociais.

 

O problema:

De acordo com a ComScore, mais de 80% da população online marca presença nas mídias sociais, tornando-as peças essenciais para estratégias de comunicação das empresas. Para fundamentar as dificuldades para mensurar os impactos das mídias sociais para as marcas foram listadas 5 barreiras, infelizmente velhas conhecidas dos profissionais de mídias sociais:

a. proliferação de mídias sociais

Segundo o estudo State of Social Media, realizado em outubro de 2011 pela eConsulting, 41% das mais de 1.000 empresas entrevistadas disseram não ter retorno sobre investimento em nenhuma parte do dinheiro investido em mídias sociais.

b. multiplos desafios para compor insights

O estudo da Altimeter revelou que 56% das marcas e agências entrevistadas disseram que o desafio primário é a inabilidade de associar resultado nos negócios às receitas de impactos das mídias sociais. Além disso, outro dado incomodo é que 35% dos entrevistados disseram notar que as abordagens analíticas são inconsistentes por falta de requisitos educacionais.

c. mídias sociais são novas e diferentes

Dentre os desafios citados, este foi apontado como o mais comum. A partir dele surgem 4 ramificações: fragmentação de dados devido a interação online e offline com múltiplas telas; a volatilidade das mídias está transformando a mensuração algo móvel; organizações “temem” as mídias digitais por não conseguir controlá-las; e por último diferentes plataformas e aplicativos estão fazendo surgir diferentes métricas. O que se pode concluir sobre esse questionamento é que as mídias sociais são consideradas imaturas e é tentador mensurá-las através de metodos tradicionais. Porém, dada a infinidade de novas mídias, a mensuração deve se adaptar à realidade de cada plataforma.

d. Falta confiança das organizações para medir o impacto das receitas

De acordo com o gráfico, 30% das empresas entrevistadas afirmam ser “extremamente efetiva” em conectar mídias sociais e receita:

e. adaptação lenta das organizações

Cada dia mais acessíveis e diversificadas as mídias sociais, estão forçando as empresas se adaptarem para sobreviver num mundo tão competitivo como o nosso. O gráfico mostra que 63% das empresas entrevistadas investiram em profissionais e mantém 1 a 2 pessoas responsável por mensuração de mídias sociais.

Muito Além das Receitas: Melhorando Insight

As empresas devem compreender que gerar receita é apenas um dos beneficíos das mídias sociais e que seu principal valor de negócio é aprofundar relacionamento com clientes. 14 das 15 marcas entrevistadas relataram que estão reunindo esforços para mensurar o imapcto das mídias sociais de diversas maneiras. A esmagadora maioria respondeu que o principal motivo para medir os impactos dos negócios em mídias sociais são insights que ajudem atender as expectativas e desejo dos consumidores. O segundo benefício mais citado pelos entrevistados foi poder tomar decisões mais assertivas baseados nos dados sociais.

6 Ingredientes para Mensurar Receitas Impactos nas Mídias Sociais

Várias práticas estão surgindo para preencher a lacuna entre o que é possível hoje e o que será tendência no futuro. A Altimeter identificou nesse estudo 6 maneiras básicas para medir a receita dos impactos, que deve ser usado como um guideline para determinar o mix de mensuração mais efetivo para os negócios:

O Futuro da Mensuração de Mídias Sociais

Diante de desafios como levar o consumidor do online para o offline, através de múltiplas telas e plataformas, o estudo levanta algumas tendências:

  • tecnologia mobile como ponte entre online  e offline
  • tecnologia emergentes irão conectar os consumidores através de multiplas telas
  • dados terão devido valor como preditores de influência
  • empresas integrarão social, empreendimentos e dados que contribuirão para uma visão holistica do comportamento do consumidor e das tendências de mercado.

Conclusão

Segundo a pesquisa, mídias sociais para negócios e sua tecnologia caminham à passos largos para se consolidar cada vez mais como principal meio de comunicação digital. Por essa razão é que é se faz necessário a combinação de diversos metódos de mensuração de dados sociais.

Qualquer que sejam os ingredientes escolhidos para o mix de mensuração é importante ter em mente que apesar de distintos entre em si eles tem características e objetivos em comum. É preciso levar em conta que deve-se focar nos consumidores, no valor das experiências, lembrar que mídias sociais existem desde sempre e estar disposto a aprender e compartilhar experiências.

 

* Post por Mariana Ferreira, publicitária e gestora de mídias sociais na Dendê Brands.

Métricas para mídias sociais segundo Johana Cavalcanti e Juan Sobejano

Hoje a dica de sistematização de métricas para mídias sociais está em um ebook gratuito, Social Media IOR – Las Relaciones como Moneda de Rentabilidad, de Johana Cavalcanti e Juan Sobejano. Para os autores, o ROI nas mídias sociais deve ser visto como IOR – Impact of Relationship. Para tanto, sugerem que o foco da mensuração esteja nas relações criadas.

A Autoridade seria a variável que possui mais impacto nas relações e, por isso, a mais importante. Está associada às menções da marca fora de seus perfis e redes oficiais. Exemplos de métricas: difusão de conteúdo; citação a marcas; menções da marca como “exemplos”.

A Influência se refere ao número de interagentes nas diversas mídias sociais. Geralmente é a única variável levada em conta, mas sozinha não traz muito valor. Exemplos de métricas: assinantes de feeds; número de fãs; número de seguidores etc.

A Participação permite analisar a relação da marca com seus seguidores, assim como suas reações. Exemplos de métricas: comentários no blog; menções e retweets etc.

O Tráfego permite avaliar o direcionamento das mídias sociais aos sites, lojas e páginas-chave da empresa. Exemplos de métricas: porcentagem de visitas geradas; tempo médio etc.

Os autores propõem a atribuição de pesos (em índices ior) a cada um desses âmbitos, por exemplo: Autoridad – de 51 a 100 ior; Influencia – de 26 a 50 ior; Participación – de 6 a 25 ior;  Tráfico – de 1 a 5 ior. Dessa forma, um índice final e único poderia servir para comparações gerais.

Baixe o livro em http://www.bubok.es/libros/200984/Social-Media-IOR–Las-Relaciones-como-Moneda-de-Rentabilidad