Esta semana o jornalista Breno Fernandes entrou em contato comigo para me pedir a opinião sobre o Skoob, O Livreiro e o Trocando Livros. Os dois primeiros são sites de redes sociais brasileiros de nicho. Voltados a troca de experiências, resenhas e media tracking de livros, representam duas iniciativas com um objetivo semelhante mas que são bastante diferentes no que se refere ao tipo de iniciativa, recursos e modos de colaboração.
A partir da pesquisa, apuração e fontes, o texto publicado no Jornal A Tarde (Bahia) de hoje utiliza a referência à história dos personagens bíblicos Davi e Golias em um intertítulo. Enquanto O Livreiro é patrocinado pela Livraria Cultura e começou com uma base de dados de mais de 2 milhões de livros, o Skoob foi concebido e é mantido por dois jovens. Viviane Lordello, webdesigner e RP do Skoob, respondeu entrevista do jornal e explica as razões do sucesso do SRS. Hoje, possui 46 mil usuários. O Livreiro ainda conta com apenas 24 mil.
O jornalista selecionou a parte transcrita a seguir de minha análise dos sites, em que exponho os fatores que acredito serem causa do sucesso do “Davi”:
O Skoob, que surgiu antes do Livreiro, é uma iniciativa que traz muito de crowdsourcing. Se você tem aquele livro do aquele autor super obscuro que só você conhece, a página do livro pode ser criada e adicionada à sua “estante”. No Skoob, os usuários “comuns” participam muito mais ao cadastrar seus livros. Mas, especialmente nos primeiros dias do site, isso era um problema. Nem todo usuário de internet é produtor de conteúdo (seja por vontade, seja por falta de tempo) disposto a colocar as informações dos livros.
O projeto de O Livreiro traz problemas justamente por sua pretensão possibilitada pelos recursos financeiros. A base de dados é grande demais e o sistema de busca ruim. Para achar um livro específico, a busca resulta em centenas de livros, de todas as línguas e, muitas vezes, sem capa . As metáforas visuais (elementos em formato de livro, backgrounds simulando papel) são démodé, de uma internet da década de 90. Não bastasse o mau-gosto, não são práticas: resultam em um site mais pesado de abrir. O Skoob, por sua vez, tem uma interface limpa, própria da web e uma arquitetura da informação que permite interações mais fáceis e freqüentes com os amigos leitores.