Cientista de Dados: o construtor do futuro

Artigo de Wil M. P. van der Aalst, da Eindhoven University of Technology, apresenta um resumo de como a “ciência de dados” está definindo os potenciais futuros na produção de conhecimento. A premissa do que está se construindo é que “dados sobre tudo, em qualquer momento, em qualquer lugar” estão sendo coletados.

Avanços tecnológicos e metodológicos com a internet como centro são os principais motivadores deste panorama, que reúne quatro tendências interdependentes: a internet do conteúdo, a internet das coisas, a internet das pessoas e a internet dos lugares. Produção e coleta de dados por pessoas, dispositivos, sensores e algoritmos podem ser percebidos como eventos e indicadores de eventos, permitindo a identificação dos mais diferentes acontecimentos, tendências e informações.

O artigo “Data Scientist: The Engineer of the Future” pode ser baixado na Springer:

ciencia de dados

12 Livros para o Profissional em Comunicação ler em 2014 – parte 3

Começando 2014 com a continuação das dicas de livros para serem lidos pelos profissionais de comunicação. Se você não está acompanhando a série de dicas, é só dar uma olhada nas partes 01 e 02. Nesta postagem três livros lançados em 2013, com discussões e debates fresquinhos sobre métodos digitais, circulação de informações digitais e jornalismo digital.

digital methodsDigital Methods, de Richard Rogers, discute os métodos digitais de pesquisa na internet. O ponto de vista do autor é de um professor e pesquisador que busca materializar seus problemas de pesquisa em soluções de pesquisa (que geram mais problemas fascinantes): o seu grupo de pesquisa é responsável por diversos softwares de pesquisa como o Issue Crawler, um “rastreador online de controvérsias” e membro do convênio de pesquisa Mapping Controversies. O Digital Methods Initiative é responsável por tais softwares, ampla bibliografia sobre o tema e cursos de pós-graduação e extensão em métodos digitais.

No livro, segundo do autor, que já lançou Information Politics on the Web, além de uma interessantíssima discussão sobre a história e estado dos métodos digitais, os capítulos seguintes tratam dos links e políticas do espaço web, websites como objetos arquiváveis, estudos nacionais de web, pós-demografia nas mídias sociais e conclui com um capítulo de título bastante preciso: After Cyberspace: Big Data, Small Data. O seguinte trecho resume bem a posição de Rogers e seu grupo de pesquisadores: “a questão não é mais o quanto da sociedade e cultura está online, mas sim como diagnosticar mudanças culturais e sociais através da internet”.

popular culture and new mediaPopular Culture and New Media: The Politics of Circulation foi publicado pelo professor e pesquisador de sociologia digital David Beer. O autor, que ensina na Universidade de York, divide seus interesses de pesquisa em cultura e música digital, circulação de informações e redes sociais. Nesta amálgama, produziu nos últimos anos interessantes discussões sobre sociologia digital, ferramentas de pesquisa e redes sociais online.

O livro é composto de cinco capítulos sobre, respectivamente, Objetos & Infraestruturas, Arquivamento, Algoritmos, Data Play e Corpos & Interfaces. Todos os capítulos giram em torno da centralidade das circulações de dados e informações digitais na cultura popular contemporânea. Neste sentido, o capítulo sobre Data Play é o mais interessante, ao abordar como a participação em ambientes como mídias sociais cria, além de by-product data, também dados que voltam à cultura de forma recursiva, através de uma crescente cultura da visualização e manejo de dados por diversão.

Capa_Jornalismo de revista_curvasO livro Jornalismo de Revista em Redes Digitais, organizado por Graciela Natansohn, reúne 9 artigos sobre o tema, procurando responder, junto a outras questões: o que define uma revista digital? São textos sobre formato e tipologia das revistas digitais, análise dos usos e apropriações, elementos e estudos de caso.

Entre os artigos estão “Revistas On-Line: do papel às telinhas”, escrito por Graciela Natansohn, Rodrigo Cunha, Samuel Barros e Tarcízio Silva, que discute as tecnologias, formatos e suportes dos produtos jornalísticos etiquetados como revistas digitais, “Do Armazem à Amazon: uma proposta de tipologia das revistas digitais através dos gêneros jornalísticos”, de Marcelo Freire, que propõe uma tipologia das revistas e textos como o “Diseño de nodos iniciales en revistas on-line: una propuesta metodolológica”, de Ana Serrano Tellería, que traz uma ficha de análise bastante útil para os profissionais da área. A Tellería é apenas uma das autoras internacionais na publicação, que conta com os reconhecidos Carlos Scolari e Javier Diaz Noci, respectivamente da Universidade Católica di Milano e Universidade Pompeu Fabra.

Em breve, o último post da série. Desta vez farei diferente e indicarei 3 livros que ainda não li, mas estão na minha lista para este ano.

12 Livros para o profissional de comunicação ler em 2014 – parte 1

E chegamos ao quinto ano de dicas de livros. Assim como fiz para 2010, 2011, 2012 e 2013, publicarei 4 posts com 3 dicas de livros cada. A proposta é oferecer um livro para cada mês de 2014. Desta vez, ampliando o escopo para profissionais de comunicação como um todo, e não só mídias sociais. Então, vamos começar? Neste primeiro post, dicas de três livros sobre análise de pesquisa, conteúdo e métodos de descoberta. A comunicação tem a particularidade de ser extremamente analisável, especialmente em tempos digitais.

pesquisa qualitativaO livro Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som é uma das coletâneas mais referenciadas em pesquisa qualitativa para comunicação. Organizado por Martin W. Bauer e George Gaskell, traz 19 capítulos divididos em três seções: “Construindo um corpus de pesquisa”, “Enfoques analíticos para texto, imagem e som”, “O Auxílio do computador” e “Questões de boa prática”. São textos sobre planejamento, condução, execução e análise de diferentes tipos de entrevistas, análise documental de texto, discurso, imagens, música e vídeos, além de reflexões guiadoras sobre o ato de pesquisar e tirar conclusões sobre a pesquisa.

Por exemplo, no primeiro capítulo, Qualidade, quantidade e interesses do conhecimento, os autores oferecem uma introdução sobre pesquisa, combatem a falácia da oposição quantitativo x qualitativo e discutem o interesse do conhecimento a partir de Habermas.

análise de conteúdoAnálise de Conteúdo, de Laurence Bardin, é um guia de como realizar análise de texto e linguagem, descrevendo as principais metodologias como análise de frequência, análise categorial, análise proposicional, de relações e outras.

Em tempos digitais, de monitoramento de mídias sociais e conversações, conhecer a análise de conteúdo é um grande diferencial para o profissional de comunicação. Os dados textuais são abundantes, mas extrair informações deles não é algo tão simples assim. Bardin nos oferece contextualização ao tratar de história e teoria da análise de conteúdo nas primeiras 50 páginas e logo vai à Prática, título da segunda parte, que apresenta quatro estudos de caso. O restante do livro mostra como fazer: em Método e Técnicas, terceira e quarta partes, são apresentados um passo-a-passo e detalhametno sobre os tipos diferentes de análise.

methods of discoveryPor fim, Methods of Discovery: Heuristic for the Social Sciences, é um clássico livro do professor Andrew Abbott, da Universidade de Chicago. O objetivo do livro é oferecer a estudantes e pesquisadores métodos heurísticos de gerar bons problemas e questões de pesquisa, balanceando rigor e imaginação. Em suas palavras, “Ciência é uma conversa entre rigor e imaginação. O que uma propõr, a outra avalia. Cada avaliação leva a novas proposição e assim por diante”.

Com isto em mente, o primeiro capítulo do livro fala de “Explicação” (Explanation). Abbott discorre sobre ciência e programas explicativos, através da descrição dos principais métodos das ciências sociais, como etnografia, narrativa histórica, análise causal, comparação de casos e formalização, assim como suas diferenças quanto a coleta, análise de dados e escopo de observação.

explanatory program - andrew abbott

Depois da fantástica abertura, o capítulo 2 trata dos Principais Debates e Práticas Metodológicas nas ciências sociais, a partir dos principais pólos como análise x narração, realismo x construtivismo, conflito x consenso etc. Os métodos e suas críticas uns aos outros também são abordados: os próprios argumentos usados pelos adeptos de cada método são destrinchados e exibidos como heurísticas úteis para problematizar ideias e questões. O capítulo seguinte é uma Introdução à Heurística, baseado nas proposições de Aristóteles, Kant, Burke e Morris. Os esquemas de pensamento propostos por cada um deles são oferecidos como heurísticas introdutórias a geração de questões de pesquisa. O capítulo cinco fala de heurísticas descritivas e narrativas, como mudança de contexto ou contrafactuais. O capítulo seis, por fim, retoma os pólos apresentados no segundo capítulo, mostrando como muito do que é produzido em ciência social é “fractal”: recortes dos pólos dentro das divisões e cisões anteriormente estabelecidas (como pensar a contextualidade x acontextualidade dentro de uma linha de pensamento já vista como contextualista).

Em breve, outros três posts com mais nove livros para seu 2014.

 

Lançado livro “Do Clique à Urna: Internet, Redes Sociais e Eleições no Brasil”

Jamil Marques, Rafael Sampaio e Camilo Aggio lançaram o livro “Do Clique à Urna: Internet, Redes Sociais e Eleições no Brasil”. O e-book, publicado pela EDUFBA e disponível gratuitamente, reúne trabalhos de pesquisadores de diversas instituições que, ao longo dos últimos anos, têm se dedicado a estudar temas na área de Internet e Democracia.

O livro pode ser encontrado gratuitamente aqui  em formato e-Pub. É importante lembrar que para abrir o arquivo e-Pub é necessário instalar o visualizador, oferecido aqui. Tive o prazer de ser co-autor em dois dos capítulos. Vejam a descrição e sumário abaixo:

 

Sobre o livro:

Diante de um cenário ainda nebuloso, continua forte a demanda por trabalhos que discutam ‒ tanto do ponto de vista teórico-metodológico, quanto da perspectiva prática ‒ quais são os efeitos políticos dos media digitais sobre o jogo eleitoral. O livro Do Clique à Urna: Internet, Redes Sociais e Eleições no Brasil procura dar conta de parte dessas preocupações ao reunir capítulos elaborados por pesquisadores de diferentes instituições do Brasil e do exterior. A intenção da obra é servir como ferramenta de leitura para estudiosos, agentes do campo político e ativistas.

 

Sumário:

PREFÁCIO

Othon Jambeiro

 

INTRODUÇÃO

Francisco Paulo Jamil Almeida Marques

Rafael Cardoso Sampaio

Camilo Aggio

 

PARTE I – QUESTÕES GERAIS SOBRE INTERNET E ELEIÇÕES

 

CAPÍTULO 1

INTERAÇÃO ONLINE E POR QUE OS CANDIDATOS A EVITAM.

Jennifer Stromer-Galley

Tradução: Camilo Aggio

 

CAPÍTULO 2

“POLITICS 2.0”: A CAMPANHA ONLINE DE BARACK OBAMA EM 2008.

Wilson Gomes

Breno Fernandes

Lucas Reis

Tarcízio Silva

 

CAPÍTULO 3

INTERNET E ELEIÇÕES 2010 NO BRASIL: RUPTURAS E CONTINUIDADES NOS PADRÕES MEDIÁTICOS DAS CAMPANHAS POLÍTICAS ONLINE.

Francisco Paulo Jamil Almeida Marques

Rafael Cardoso Sampaio

 

CAPÍTULO 4

CAMPANHAS ONLINE: O PERCURSO DE FORMAÇÃO DAS QUESTÕES, PROBLEMAS E CONFIGURAÇÕES A PARTIR DA LITERATURA PRODUZIDA ENTRE 1992 E 2009.

Camilo Aggio

 

PARTE II – INTERNET E ELEIÇÕES NO BRASIL

 

CAPÍTULO 5

ELEIÇÕES NO BRASIL EM 2010: COMPARANDO INDICADORES POLÍTICO-ELEITORAIS EM SURVEYS E NA INTERNET.

João Francisco Resende

Juliana Sawaia Cassiano Chagas

 

CAPÍTULO 6

MODALIDADES DE PARTICIPAÇÃO POLÍTICA EM WEBSITES ELEITORAIS: UMA ANÁLISE DE FÓRUNS DE DISCUSSÃO COM UMA PROPOSTA METODOLÓGICA.

Sylvia Iasulaitis

 

CAPÍTULO 7

ELITES POLÍTICAS E NOVAS TECNOLOGIAS: UMA ANÁLISE DO USO DA INTERNET PELOS CANDIDATOS AOS GOVERNOS ESTADUAIS E AO SENADO NAS ELEIÇÕES BRASILEIRAS DE OUTUBRO DE 2010.

Sérgio Braga

Maria Alejandra Nicolás

André Roberto Becher

 

CAPÍTULO 8

ESFERA CIVIL E ELEIÇÕES 2010: UMA ANÁLISE DE INICIATIVAS ONLINE PARA MAIOR CONTROLE POR PARTE DA SOCIEDADE.

Rafael Cardoso Sampaio

Dilvan Azevedo

Maria Paula Almada

 

PARTE III – MÍDIAS SOCIAIS NAS CAMPANHAS DE 2010

 

CAPÍTULO 9

ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO POLÍTICA ONLINE: UMA ANÁLISE DO PERFIL DE JOSÉ SERRA NO TWITTER.

Francisco Paulo Jamil Almeida Marques

Fernando Wisse Oliveira Silva

Nina Ribeiro Matos

 

CAPÍTULO 10

O ELEITOR TEM A FORÇA!: OS COMENTÁRIOS DOS ELEITORES NO TWITTER E O PAPEL DA AUDIÊNCIA NOS DEBATES PRESIDENCIAIS.

Adriane Figueirola Buarque de Holanda

Ariane Holzbach

CAPÍTULO 11

REDES SOCIAIS NAS CAMPANHAS POLÍTICAS: COMO CANDIDATOS A GOVERNADOR DO PARANÁ USARAM O MICROBLOG TWITTER EM 2010?

Emerson Urizzi Cervi

Michele Goulart Massuchin

 

CAPÍTULO 12

MONITORAMENTO DOS SITES DE REDES SOCIAIS NAS ELEIÇÕES BRASILEIRAS DE 2010: APONTAMENTOS SOBRE OS USOS DO MONITORAMENTO NA COMUNICAÇÃO DIGITAL NAS ELEIÇÕES BRASILEIRAS DE 2010.

Tarcízio Silva

Nina Santos

Livro “Jornalismo de Revista em Redes Digitais” é lançado pela EDUFBA

O que define uma revista digital? Quais são seus formatos? Quais suas fronteiras? Qual o panorama das revistas digitais? E o impacto dos dispositivos móveis? E da participação cidadã? E as redes sociais? Estas são apenas algumas das muitas perguntas que a professora Graciela Natansohn, docente da Facom e do Póscom-UFBA se faz há alguns anos junto a orientandos e contatos de pesquisa no Brasil e no exterior.

Para responder tais perguntas, Natansohn acabou de lançar o livro Jornalismo de Revista em Redes Digitais, que reúne 9 artigos sobre o tema, reunindo debates sobre a definição de revistas digitais, seus formatos, tipologia, rotinas produtivas, interatividade e outros.

  • Mapeando o Novo Cenário – Graciela Natansohn
  • Revistas On-Line: do papel às telinhas – Graciela Natansohn, Rodrigo Cunha, Samuel Barros e Tarcízio Silva
  • Do Armazem à Amazon: uma proposta de tipologia das revistas digitais através dos gêneros jornalísticos – Marcelo Freire
  • Interação Mediada por Sites de Redes Sociais entre Revistas e Leitores: um mapeamento de usos e apropriações – Samuel Barros
  • Fazendo Revistas On-Line. O caso da Revista Muito, do Grupo a Tarde – Graciela Natansohn e Verena Paranhos
  • Diseño de Nodos Iniciales en Revistas Online: una propuesta metodológica – Ana Serrano Telleria
  • O Jornalismo de Revista no Cenário da Mobilidade – Graciela Natansohn e Rodrigo Cunha
  • Usos do Áudio em Aplicativos de Revistas para iPad: uma proposta de sistematização – Débora Cristina Lopes e Maurício Emanuel Cattani
  • eMagazines. La evolución de las interfaces informativas – Carlos A. Scolari
  • Una era de transformácion: convergencia periodística, nueves soportes y participación ciudadana en internet – Javier Diaz Noci