Eyetracking the News – A Study of Print and Online Reading

eyetracking-the-news-study-print-online-readingLeitores de jornais online costumar ler mais conteúdo do que em jornais impressos! Essa foi uma das descobertas inesperadas da pesquisa Eyetracking the News – A Study of Print and Online Reading, do Poynter Institute. O livro, escrito por Pegie Stark Adam, Sara Quinn e Rick Edmonds reúne os resultados de experiências realizadas em 2007, com os jornais Philadelphia Daily News, Rocky Mountain News, St. Petersburg Times e Star Tribune. Esses quatro publicam dois jornais standard, dois tablóides e dois onlines  que foram os objetos de pesquisa.

Foram 605 participantes da pesquisa, que toparam usar um óculos especial que rastreava a trajetória do olho na leitura. Dessa forma, pode-se quantificar a quantidade de “paradas” dos olhos, caminhos de leitura, tempo de leitura de cada elemento – textual ou gráfico – e por onde se “entra” na página, só pra citar alguns dos fatores analisados.

O prefácio é feito por ninguém menos que Mario García, pesquisador, consultor e dono da García Media. Todo o livro é bem “americano”: muitos gráficos, muitos dados e a crença quase absoluta no peso dos números.

O índice traz:
– Reading Depth
– Reading Patterns
– Reading Sequences
– Story Packaging
– Photographs & Graphics
– Advertising
– Click-throughs

É um livro que interessa a várias áreas da comunicação, portanto. Sobre a publicidade, por exemplo, o livro foi uma das bases de relatório produzido por Breno Fernandes para o Observatório de Publicidade em Tecnologias Digitais. Abaixo, os slides de “Publicidade em Sites de Notícia”:

+ Leia Cor, Contraste e Volume no Design de Notícias, outra pesquisa realizada pelo Poynter Institute

O Design Brasileiro Antes do Design – Aspectos da História Gráfica, 1870-1960

o-design-brasileiro-antes-do-designMuitos consideram a criação da ESDI, em 1963, como o marco inicial do design brasileiro. Mas, apesar de que o termo “design” só foi utilizado no país a partir dessa época, algumas práticas anteriores evidenciam que a história gráfica do Brasil entre 1870 e 1960 apresentou inúmeras manifestações do que pode ser chamado hoje de design. É isso que Rafael Cardoso, organizador do livro O Design Brasileiro Antes do Design prova através dos ensaios selecionados.

O primeiro texto é A circulação de imagens no Brasil oitocentista: uma história com marca registrada, no qual Lívia Lazzaro Rezende escreve sobre desenho de marcas e embalagens no final do século XIX.

Em seguida, Do gráfico ao foto-gráfico: a presença da fotografia nos impressos, trata do início da utilização de fotografia em periódicos, revistas ilustradas e álbuns. Texto de Joaquim Marçal Ferreira de Andrade.

A Maçã e a renovação do design editorial na década de 1920, no qual Aline Haluch escreve sobre esta e outras publicações lançadas no início do século, abre um miolo com cinco textos sobre design editorial.

O texto seguinte, de Julieta Costa Sobral, dedicado a J. Carlos, sobre o qual já escrevi neste blog. Do organizador Rafael Cardoso, O início do design de livros no Brasil. De Edna Lúcia Cunha Lina & Márcia Christina Ferreira, o texto Santa Rosa: um designer a serviço da literatura. Também em torno de um artista é o texto Ernst Zeuner e a Livraria Globo, sobre o artista alemão radicado no Brasil.

Em Os baralhos da Copag entre 1920 e 1960 Priscila Farias fala dessa indústria, que pede um design “invisível”:

“[…] o apego às tradições e o respeito a convenções estabelecidas historicamente são fundamentais para garantir a identidade e permanência dos jogos tradicionais. Some-se a isso a resistência de jogadores e fabricantes a aceitar novidades, justificada pelo fato de que certas mudanças poderiam incentivar ou favorecer a fraude, e o resultado é que podemos encontrar nas cartas de jogar, assim como na tipografia tradicional, registros visuais bastante precisos dos gostos e costumes de eras remotas.”

E, para fechar o livro, Capas de discos: os primeiros anos, de Egeu Laus. Neste blog já foi publicado um texto sobre César G. Villela.

O livro, publicado pela Cosac Naify, foi editado com várias sobrecapas diferentes. Por baixo destas, uma capa vermelha (acho que 75% dos livros sobre design tem capa vermelha) com fio tipográfico delimitando o espaço do título e nome do autor.

É um livro fascinante da primeira à última página. São 360 recheadas de ilustrações, com um projeto gráfico excelente. No ano seguinte a editora lançou O Design Gráfico Brasileiro: Anos 60, organizado por Chico Homem de Melo, que será resenhado em breve. Por enquanto, leia o post sobre um dos ensaios.

Rafael Cardoso é um dos maiores historiadores do design, brasileiro ou não. Também é autor, entre outros livros, de Uma Introdução à História do Design.

+Mais
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The Printed Blog

the-printed-blogQuem observa jornais online sabe muito bem que a maioria começou sendo apenas a repetição da estrutura do jornal físico. Alguns anos depois, quase todos buscam as especificidades da internet. The Printed Blog é um produto que faz o caminho inverso.  Distribuído nos Estados Unidos e gratuitamente em pdf pelo site, é um jornal impresso produzido colaborativamente por blogueiros. São oito páginas coloridas pagas por publicidade.

Para ser rigoroso, não são apenas blogs que fornecem conteúdo. Como diz o pequenino editorial do primeiro número:  “Welcome to the inaugural issue of The Printed Blog, the worlds first newspaper completely comprised of blogs and other user provided content. All of us at The Printed Blog would like to thank our bloggers, contributors and advertisers for giving us such a strong start. We are excited and look forward to continuing to serve you.

Conta quase que exclusivamente com conteúdo estadunidense, mas alguns artigos e fotografias são muito interessantes. No segundo número, destaco o List of Advertising Offenses, na página 8. O texto de estréia, sobre BDSM, é um tanto reacionário na sua formulação mas é um assunto interessante. As editorias são diversas como em um jornal “comum”: política, fotos, esporte, tirinhas, moda, mídia etc. The Printed Blog também tem, é claro, um blog.

+ Baixe o segundo número, de 3 de fevereiro
+ Baixe o The Printed Blog de estréia, de 27 de janeiro

Projeto Gráfico – teoria e prática da diagramação, de Antonio Celso Collaro

projeto-grafico-teoria-e-pratica-da-diagramacaoQuem estiver à procura de um livro que pense a diagramação de forma teórica, não deve utilizar este livro, apesar do título. Lançado em 1987 por Antonio Celso Collaro traz muitas considerações práticas, sobre como “direcionar a leitura” ou “conseguir a atenção”, mas de forma funcionalista apenas. Não se pergunta como, nem se debruça sobre a razão da utilização daquelas determinadas técnicas. Na segunda página do primeiro capítulo, o autor define estilo e exemplifica com estilos na arquitetura (!?), mas o máximo que consegue falar sobre cada um deles é em que séculos estiveram dominantes.

O livro é dividido da seguinte forma:

Cap. I – Princípios de Diagramação
Cap. II – Tipologia
Cap. III – Tipometria
Cap. IV – Sistemas de Composição Tipográfica
Cap. V – Obtenção de Textos para Reprodução Gráfica
Cap. VI – Cálculo de Texto
Cap. VII – Diagramação de Livros
Cap. VIII – House Organs
Cap. IX – Moderno Desenho dos Tablóides
Cap. X – O Jornal
Cap. XI – Os Sistemas de Impressão
Cap. XII – O Suporte e sua Importância na Reprodução de Impressos

O capítulo mais interessante é o oitavo, sobre house organs. Mas isso talvez porque não tenho experiência com o formato. No final das contas, é um livro que tenta abarcar assuntos demais em 100 páginas, e acaba por não se aprofundar o suficiente em nenhum deles. Pode ser tomado por um livro básico, mas não vai além disso. A edição de 2000 é atualizada com “os mais recentes recursos da informática”.

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Diagramação – o planejamento visual na comunicação impressa, de Rafael Souza Silva

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Diagramação – o planejamento visual  na comunicação impressa é resultado da dissertação de Rafael Souza Silva para a Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, no longíquo ano de 1983.  Esta edição analisada é a 3ª, de 1985.

O livro é dividido em duas partes.

Primeira Parte: O Planejamento visual gráfico na comunicação impressa
I – Percepção Visual
II – O fenômeno estético na comunicação visual
III – As artes gráficas e o início da imprensa
IV – Problemas de legibilidade na comunicação impressa
V – O discurso gráfico
VI – A diagramação no jornalismo impresso
VII – Zonas de visualização da página impressa
VIII – Padronização gráfica: a identidade do jornal

Segunda Parte: Técnicas de produção e planejamento visual gráfica
I – Tipografia
II – Processos de impressão
III – Medidas tipográficas
IV – Cálculo de textos
V – Titulação
VI – Fotos e ilustrações
VII – Um exemplo prático de diagramação

E, finalmente, a conclusão indispensável. Entre estas duas partes há uma diferença incrível. A segunda é predominantemente técnica. Cheia de diagramas, fórmulas, medidas e tabelas, não se espante como essa seção é ultrapassada.  Exceptuando para leitores especificamente interessados em editoração de jornal, é quase toda dispensável.

A primeira parte, no entanto, é mais densa e teórica. Começa tratando de Percepção Visual,  passa pela Estética, pela história das artes gráficas e imprensa, e chega ao capítulo mais interessante, Discurso Gráfico. Um excerto:

“[…] o arranjo gráfico passa a atuar como discurso; e como discurso, possui uma linguagem específica e uma rede encadeada de significação. É preciso que os planejadores gráficos tenham consciência da importância dessa linguagem e o seu poder de manipulação.”

Em A Diagramação no Jornalismo Impresso o autor analisa várias conceituações de “Diagramação”, a partir de vários autores diferentes. Em seguida propõe a sua própria e identifica as etapas realizadas na diagramação, os quatro elementos da página manejados, conceitos sobre o ponto de apoio da página, os elementos visuais básicos e as regras comuns.

Zonas de Visualização da Página Impressa fala sobre os centros de atenção e a “trajetória do olho”, mas é um tanto raso porque não fala da importância que a miríade de elementos envolvidos na diagramação exerce sobre a trajetória. O Capítulo VIII – Padronização Gráfica: a Identidade do Jornal fecha esta primeira parte com considerações sobre o projeto gráfico e repetição dos elementos básicos, além da influência das revistas para o aprimoramento técnico-gráficos dos jornais.

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