Comic Sans – um documentário

Produzido por Samantha Pagan e Anita Brown para um curso de produção de vídeo, o documentário Comic Sans inspirou-se no Helvetica de Gary Hustwit, mas sem tanta pretensão. Inspirada pelo estilo das letras dos quadrinhos, a fonte passou a ser uuilizada em outros contextos e gerou tanta revolta. Este documentário curto, de apenas 8 minutos, trata um pouco da história e muito do ódio e os motivos por trás desse ódio à Comic Sans.

Segundo Vincent Connare, seu criador: “Se você a adora, você não sabe muito sobre tipografia. E se você a odeia, você realmente não sabe muito sobre tipografia e deveria arranjar outro hobby.”  Que acham? O vídeo pode ser visto direto daqui ou baixado no Vimeo.

Comic Sans from Sam and Anita on Vimeo.

Elementos do Estilo Tipográfico, de Robert Bringhurst

elementos do estilo tipografico robert bringhurstElementos do Estilo Tipográfico – versão 3.0 é a edição de 2005 do livro de Robert Bringhurst. Desde sua primeira publicação em 1992, Elementos do Estilo Tipográfico se firmou como um dos livros essenciais sobre tipografia.

Nesta edição da Cosac Naify foi traduzida por André Stolarski, profissional, pesquisador e historiador do design também responsável pelo documentário Alexandre Wollner e a formação do design moderno no Brasil. Grande editora e grande tradutor geraram uma edição linda e precisa do livro, que contem também um glossário inglês-português.

Robert Bringhurst, estadunidense, também é poeta e foi professor de literatura e história da arte. A arte do desenho das letras, então, não é mistério para Bringhurst. O livro começa com uma sinopse histórica dos estilos tipográficos: renascentista, barroco, neoclássico, romântico, realista, modernista geomético, modernista lírico, pós-moderno.

Os onze capítulos são:
1. O projeto maior
2. Ritmo e proporção
3. Harmonia & contraponto
4. Formas & dispositivos estruturais
5. Símbolos não alfabéticos
6. Escolhendo & combinando tipos
7. Interlúdio histórico
8. Dando forma à página
9. O que há de mais avançado
10. Preparando a fonte
11. Olhando os catálogos de amostra

Estes onze capítulos, nesta edição, representam pouco mais de 300 páginas. O livro ainda traz cinco apêndices: o alfabeto ativo; glossário de caracteres; glossário de termos tipográficos; designers de tipos; fundições tipográficas.

Curiosamente, durante minha leitura, o defeito que identifiquei é desenvolvimento da sua completude. Robert Bringhurst é tão versado e cuidadoso que tenta abarcar todas as aplicações possíveis. Pode chegar a cansar em alguns momentos, mas o bom texto evita que isto seja frequente. E essa exaustão de informação, como as quase 100 páginas de descrições de fontes em “Olhando os catálogos de amostra”, tornam o livro uma fonte de consulta indispensável.

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En Caja Baja

En Caja Baja – prensa y diseño é mais um ótimo blog em língua espanhola . Já escrevi aqui sobre o Quinta Tinta e sobre o CuatroTipos. Neste blog são cinco: Javier Vidal, Quique Falcón, Mario Benito, Rubén Martín e Luís Blasco. Desde 2007 já são mais de trezentos posts, com análises de páginas e jornais, e também foco em alguns redesigns.

O blog também publica o Diseñario, um “dicionário” sobre o design de jornal. Com bom humor, vários tópicos são abordados, como jornal, família de tipos, revista, sensacionalismo etc.

Abaixo um trecho do “adeus” à Helvetica:

De proporciones imposibles de mejorar a pesar de los continuos intentos, de formas imperecederas, dulces y poderosas a la vez, ha dado más fuerza a títulos que ya tenían fuerza, y también a otros que no; ha puesto su enorme carácter al servicio de un periodismo de carácter, guste o no, gusten o no ambos; su presencia significaba que aquélla era la noticia principal de la página porque muy pocos tipos, ninguno en realidad, pueden competir con ella. Contigo, Helvética. De quien nunca podré separarme, aunque esta noche tengamos que decirnos

Projeto Gráfico – teoria e prática da diagramação, de Antonio Celso Collaro

projeto-grafico-teoria-e-pratica-da-diagramacaoQuem estiver à procura de um livro que pense a diagramação de forma teórica, não deve utilizar este livro, apesar do título. Lançado em 1987 por Antonio Celso Collaro traz muitas considerações práticas, sobre como “direcionar a leitura” ou “conseguir a atenção”, mas de forma funcionalista apenas. Não se pergunta como, nem se debruça sobre a razão da utilização daquelas determinadas técnicas. Na segunda página do primeiro capítulo, o autor define estilo e exemplifica com estilos na arquitetura (!?), mas o máximo que consegue falar sobre cada um deles é em que séculos estiveram dominantes.

O livro é dividido da seguinte forma:

Cap. I – Princípios de Diagramação
Cap. II – Tipologia
Cap. III – Tipometria
Cap. IV – Sistemas de Composição Tipográfica
Cap. V – Obtenção de Textos para Reprodução Gráfica
Cap. VI – Cálculo de Texto
Cap. VII – Diagramação de Livros
Cap. VIII – House Organs
Cap. IX – Moderno Desenho dos Tablóides
Cap. X – O Jornal
Cap. XI – Os Sistemas de Impressão
Cap. XII – O Suporte e sua Importância na Reprodução de Impressos

O capítulo mais interessante é o oitavo, sobre house organs. Mas isso talvez porque não tenho experiência com o formato. No final das contas, é um livro que tenta abarcar assuntos demais em 100 páginas, e acaba por não se aprofundar o suficiente em nenhum deles. Pode ser tomado por um livro básico, mas não vai além disso. A edição de 2000 é atualizada com “os mais recentes recursos da informática”.

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A Fôrma & a Fórma, de Cláudio Ferlauto

a-forma-e-a-forma-claudio-ferlautoA Fôrma & a Fórma é um dos títulos da Edições Rosari, editora pequena mas com um catálogo muito interessante em design e tipografia. Este livro de Claudio Ferlauto faz parte da coleção Textos Design, de pequenos livros de autores nacionais. A editora ainda possui as coleções Fundamentos do Design,  com livros mais extensos de autores estrangeiros e Qual é o seu tipo?, de tipografia.

A publicação em questão é uma reunião de textos diversos de Ferlauto, designer e arquiteto também responsável por outros três livros lançados pela Rosari (B de Bodoni, O tipo de gráfica e O livro da gráfica) e também editor das coleções de design e tipografia da própria editora.

O texto mais interessante é “O design contemporâneo combina formas e sonhos”. Não por acaso o texto mais extenso entre as 103 páginas do livro, discute três fases do design, como define o autor:

– O design funcionalista, prático, simples
– O design contestador, nem sempre funcional e quase sempre complexo
– O design contemporâneo, que une simplicidade e complexidade com pleno atendimento das funções

Também merece destaque o texto sobre Bea Feitler, diretora de arte brasileira de fato pouco [re]conhecida no seu país de origem. Entupido de referências, esse livro não é para quem procura um primeiro contato com o design, mas com certeza é interessante e boa aquisição (relativamente barato) para qualquer interessado em design.

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A Fôrma & a Fórma
B de Bodoni
O Livro da Gráfica