Dados em Mídias Sociais: Reflexos no Self e no Mercado

Segue abaixo slideshow de palestra que realizei na Unisinos São Leopoldo. A convite da prof. Adriana Amaral, realizei esta palestra em São Leopoldo e uma disciplina sobre monitoramento e métricas na especialização em Cultura Digital da Unisinos Porto Alegre. A especialização possui uma estrutura curricular bastante interessante e é coordenada pelos profs. Adriana Amaral e Ronaldo Henn. Quem possuir interesse no curso pode conferir mais em http://www.unisinos.br/especializacao/cultura-digital

22º Encontro da Compós – 04 a 07 de Junho em Salvador

Entre 04 e 07 de junho acontecerá, na Faculdade de Comunicação da UFBA, o 22º Encontro da Compós – Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação. Ocorrerá uma conferência de Lawrence Grossberg, University of North Carolina, lançamento de livros e os Grupos de Trabalho: Comunicação e Cibercultura; Comunicação e Cidadania; Comunicação e Cultura; Comunicação e Experiência Estética; Comunicação e Política; Comunicação e Sociabilidade; Comunicação em Contextos Organizacionais; Cultura das Mídias; Epistemologia da Comunicação; Estudos de Jornalismo; Estudos de Televisão; Estudos de cinema, fotografia e audiovisual; Imagem e Imaginários Midiáticos; Práticas Interacionais e linguagens da comunicação; Recepção: processos de interpretação, uso e consumo midiáticos.

As inscrições para ouvintes ainda estão abertas:

Alguns dos artigos que serão apresentados, disponíveis na biblioteca online da Compós, merecem destaque para os leitores deste blog:

Estéticas das Redes – Redes de Visualização no Capitalismo Cognitivo – Ivana Bentes de Oliveira

Resumo: As mudanças nos dispositivos de visualização e as novas relações das imagens e dos dados na configuração das cidades e das redes. É nesse “databios”, ambiente complexo, que vamos buscar os traços escolhendo instrumentos visuais capazes de operar a rastreabilidade dos fenômenos. Esses “datascapes” cartografias digitais, programas de visualização de dados complexos e big datas, rastreadores de fluxos, reconstituem a complexidade dos sistemas os mais heterogêneos lhes dando visualidade, sejam eles cérebros, corpos, cidades ou um dispositivo artístico ou de mobilização nas redes digitais e territórios.
Palavras-Chave: redes, estética, visualização de dados

 

Quantified Selves – Contar, Monitorar E Conhecer A Si Mesmo Através Dos Números – Liliane da Costa Nascimento, Fernanda Bruno

Este trabalho investiga, através dos métodos da teoria ator-rede, as práticas de objetivação de si presentes nas técnicas de auto-monitoramento empregadas pelos Quantified Selves, um grupo de indivíduos que busca promover melhorias em suas vidas através do registro de indicadores quantitativos e qualitativos sobre seu comportamento e personalidade. Iniciaremos descrevendo este movimento e focalizando as suas formas de medição e registro. Em seguida, passaremos a uma breve apresentação das formas de análise e registro de si nos estoicos. Por fim, cotejaremos as formas de auto-monitoramento contemporâneas com estas modalidades históricas da escrita de si, buscando circunscrever suas especificidades em relação aos processos subjetivos que promovem.

Palavras-chave: escrita de si, autom-onitoramento, quantified self

Mobilização Nas Redes Sociais – a narratividade do #15M e a democracia na cibercultura – Henrique Antoun, Fabio Malini

Resumo: O trabalho pensa três momentos do desenvolvimento da Internet correlacionados com três diferentes tipos de apropriação e luta empreendidas pela multidão através da rede. Deste modo a multidão e a Internet giram em torno dos hackers que iluminam o sentido da comunicação distribuída ao privilegiar as biolutas. Os hackers inventam o ciberespaço, desenvolvem a cibercultura e mobilizam a multidão. A comunicação distribuída em rede interativa é o lugar onde as populações lutam por sua autonomia contra as leis e regulações imperiais.

Palavras-Chave: biolutas. narratividade. redes sociais.

 

A Comunicação Organizacional sob a Perspectiva da Midiatização Social – uma proposta de reflexão – Daiana Stasiak

Resumo: O artigo propõe a midiatização social como um suporte teórico relevante para discutir os fenômenos relacionados à interação entre organizações, meios de comunicação e sujeitos e a autonomia de cada uma dessas instâncias advinda, principalmente, a partir do desenvolvimento das tecnologias. Nesse sentido, o trabalho objetiva contribuir com as reflexões contemporâneas da comunicação organizacional que se preocupam com questões emergentes numa sociedade complexa regida por paradigmas dialógicos e relacionais.
Palavras-chave: comunicação organizacional, midiatização social, meios de comunicação, teorias.

Vigilância Civil sobre as Práticas de Comunicação das Organizações Privadas – limites da atuação da imprensa e os desafios do monitoramento pelos públicos  – Márcio Simeone Henriques, Daniel Reis Silva

Resumo: O artigo aborda a questão da vigilância sobre práticas de comunicação das organizações privadas. Por meio de uma análise sobre o surgimento e o desenvolvimento, nos últimos anos, de iniciativas de vigilância civil voltadas para a denúncia de práticas abusivas de comunicação empregadas pelas organizações, evidencia constrangimentos que limitam a atuação da imprensa no monitoramento dessas atividades. Reflete também sobre a existência de desafios e entraves enfrentados pelos públicos na tentativa de exercer diretamente o papel de vigilância sobre as organizações privadas.
Palavras-Chave: Relações Públicas. Imprensa. Opinião Pública.

 

Neste ano estarei lá, participando como ouvinte e revendo os amigos do Póscom. Quem verei lá?

Blogs acadêmicos sobre mídias sociais, pesquisa, métodos e sociologia digital

Como um profissional situado nas interseções entre os (falsamente) separados mundos do mercado e da academia, repetidamente rebato alguns preconceitos sobre a “academia” e tento mostrar o esforço de divulgação científica que pesquisadores fazem. Deste modo, a postagem abaixo serve para mostrar alguns blogs brasileiros e internacionais de pesquisadores que, além de estarem atentíssimos à realidade e às tendências, publicam em tempo real algumas de suas reflexões e pensamentos.

O que ocorre muitas vezes é a preguiça ou falta de interesse de se buscar estas referências, então aqui dou minha contribuição. Vamos para a lista dos blogs que sigo com mais atenção, devido a seus temas e autores. Para cada blog, indico um artigo mais recente de algum dos autores:

O GITS, que já mencionei aqui, é um grupo de pesquisa em Interações, Tecnologias Digitais e Sociabilidade, na Universidade Federal da Bahia.  Foi o grupo do qual fiz parte durante meu mestrado. Liderado pelo prof. José Carlos Ribeiro, tem pesquisadores que estão interessados em temas como uso da web por jovens, presença virtual, comunicação corporativa digital, jogos eletrônicos, cidades digitais e outros. Recomendo para início o artigo “Sites de vídeos pornográficos amadores: encenação, midiatização e exibicionismo do anonimato“, publicado por Thaís Miranda e José Carlos Ribeiro.

Os membros do grupo de pesquisa Lab 404 – Laboratório de Pesquisa em Mídia Digital, Redes e Espaço (anteriormente GPC) publicam textos relacionados a seus interesses e projetos. Entre eles, vejam post sobre uso de realidade aumentada para memória urbana, smartcities, internet das coisasvigilância e muitos outros.  Também da UFBA, o grupo é coordenado pelo prof. André Lemos, que escreve sobre cibercultura há 12 anos no blog Carnet de Notes. Um dos artigos mais recentes chama-se “Things (and people) are the tools of the revolution!” e se posiciona naquele debate sobre o impacto das mídias sociais nas revoluções no Oriente Médio e Áfrice em 2011. Para tanto, Lemos apresenta e se utiliza da Teoria Ator-Rede, uma corrente teórica, metafísica e metodológica que ganhou muito espaço na comunicação nos últimos anos, inclusive no Brasil.

Também com influência da Teoria Ator-Rede, os recentes projetos de “cartografia de controvérsias” realizados pela prof. Fernanda Bruno e seu laboratório em mídias e métodos digitais na UFRJ, que investigam rastros digitais, usando diversas técnicas, incluindo  análise de redes sociais são descritos no blog MediaLab UFRJ. Fernanda Bruno mantêm há anos o blog Dispositivos de Visibilidade e Subjetividade Contemporânea, do seu projeto de análise de diversas tecnologias de vigilância como câmerasuniformes inteligentes,  Um de seus artigos publicados em 2006, “Dispositivos de vigilância no ciberespaço: duplos digitais e identidades simuladas“, pensa a vigilância de dados empreendida por organizações como Amazon e Google em busca de prever comportamentos de consumo.

Por falar em grandes organizações, se eu entrasse nessa querela, seria “team Microsoft” por diversos motivos, e entre tais motivos está o investimento que esta empresa faz em pesquisa. O Social Media Collective, por exemplo, é um grupo de pesquisa da Microsoft Research New England, com um blog bastante ativo que trata de temas como remixes, cultura participativa, cultura do medo e muitos outros.

Uma das pesquisadoras do grupo Social Media Collective é a danah boyd (assim, minúsculo) da New York University , que em sua tese analisou profundamente o impacto de mídias sociais, especialmente MySpace e Facebook nos jovens americanos e continua a escrever sobre este e outros assuntos no seu blog Zephoria. Seu artigo mais citado é o “Social network sites: Definition, history, and scholarship”, de 2007, no qual faz uma breve história, propõe uma definição e analisa os temas de pesquisa sobre sites de redes sociais. Foi publicado em uma edição já histórica do Journal of Computer Mediated Communication todo dedicado à sites de redes sociais que todo profissional ou pesquisador do tema deveria ler completo. Para ler um resumo dos principais pontos deste primeiro artigo, tem uma postagem aqui no blog bastante útil: Quatro Aspectos dos Sites de Redes Sociais.

Em resposta ao artigo da danah boyd e Nicole Ellison citado no parágrafo anterior, o professor  David Beer, da Universidade de York na Inglaterra, escreveu o excelente “Social network(ing) sites…revisiting the story so far: A response to danah boyd & Nicole Ellison“, extremamente indicado. David Beer mantem o blog Thinking Culture no qual escreve sobre eventos, resenhas de livros e dois dos temas sobre o qual mais se interessa: sociologia digital e a relação “novas mídias” x cultura popular. Em um dos seus artigos mais recentes, Beer fala de como ferramentas de monitoramento impactam e podem ser utilizadas na pesquisa social: “Using Social Media Data Aggregators to Do Social Research“.

Raquel Recuero provavelmente é a pesquisadora mais conhecida da listagem entre os leitores deste blog, devido a seus livros sobre redes sociais na internet, especialmente o primeiro de 2009 que foi distribuído gratuitamente com apoio de uma agência. Recentemente compartilhou suas ideias sobre a querela engajamento x audiência no Facebook e sobre sua pesquisa que analisa a violência nos sites de redes sociais, desenvolvida na Pós-Graduação em Letras da UcPel, onde leciona. Entre os últimos artigos, recomendo o “Jogos e Práticas Sociais no Facebook: Um estudo de caso do Mafia Wars“, por exemplo.

Frequentemente publicando em co-autoria com a Recuero (como o excelente Métodos de Pesquisa para Internet, que conta ainda com a Suely Fragoso), a Adriana Amaral (UNISINOS) pesquisa cibercultura, gêneros musicais, fandom, sci-fi e cultura pop. Recomendo o trabalho dela chamado Mapeamento Temático da História da Cibercultura no Brasil. O artigo analisa a produção sobre o tema publicada no ABCiber e faz parte de uma série de artigos que analisam a produção brasileira também no Intercom e na Compós e AOIR. Excelentes trabalhos para quem deseja dimensionar e se posicionar no universo brasileiro de temas de pesquisa. Os artigos foram escritos com a Sandra Montardo (Feevale), que também se interessa por comunicação corporativa. Escreveu um dos primeiros textos brasileiros sobre monitoramento e o excelente artigo “Questões teórico-metodológicas sobre reputação corporativa e métricas“, com uma versão publicada no meu ebook também.

Voltando às potencialidades e desafios das mídias digitais para a pesquisa social, outros diversos blogs internacionais representam pesquisadores que trabalham métodos e sociologia digital. Da Austrália, o Axel Bruns (Queensland University of Technology) investiga métodos de pesquisa para análise e mapeamento de públicos digitais no seu blog Snurb e no blog do projeto Mapping Publics Online. Apesar de não possuírem blogs com publicação periódica constante, os sites dos projetos Mapping Controversies (internacional, com sede em Paris) e Digital Methods (Amsterdam) merecem citação pela quantidade de recursos disponíveis.

Voltando à  Microsoft, a empresa também é uma das patrocinadoras da ferramenta NodeXL (sobre a qual falarei em breve no Projeto Pontos, Linhas e Métricas). A NodeXL é uma ferramenta que pode ser instalada no Excel e permite a coleta, processamento e visualização de redes sociais. É produzida pela Social Media Research Foundation, apoiada por diversas universidades. Um dos líderes do desenvolvimento da ferramenta é o Marc Smith, doutor pela UCLA e chefe de um grupo de consultoria que também dá nome a seu blog, Connected Action.

E estas são as dicas de blogs que acompanho com mais atenção. A quantidade de pesquisadores gerando luz (e muita luz) sobre as mídias sociais, sites de redes sociais, sociologia digital, métodos digitais e temas afins é enorme. Basta pesquisar um pouco e você poderá encontrar os que mais se adequam a seus interesses. Aqui na sidebar vocês podem encontrar mais dicas de pesquisadores, revistas acadêmicas, grupos de pesquisa e universidades.

Estudo sobre predição de traços e atributos pessoais a partir de likes no Facebook

Um estudo promovido por pesquisadores da Universidade de Cambridge e da Microsoft Research ganhou uma enorme repercussão nos últimos dias, por mostrar um método pra predizer características e atributos pessoais, tais como gênero, orientação sexual, etnia, a partir dos likes realizados no Facebook.

A estudante de jornalismo Cátia Tocha me consultou para uma matéria no New4Media, produto laboratorial da Universidade Autônoma de Lisboa e publicou hoje “Gostos” no Facebook analisados para caracterizar utilizadores. Reproduzo abaixo algumas reflexões que fiz a partir das questões realizadas:

 

1 – Qual o principal objetivo de traçar perfis dos utilizadores das redes sociais?

Os objetivos podem ser dos mais variados, mas o que se observa é o interesse mais intenso de três tipos de atores sociais: os próprios detentores dos sites de redes sociais, organizações comerciais e pesquisadores acadêmicos.

Quanto aos primeiros, os sites de redes sociais buscam entender melhor os perfis de seus usuários com fins de realizar ajustes a fim de otimizar a interface, usabilidade e recursos oferecidos pelos seus produtos, com fins de monetizá-los através da venda desta audiência e engajamento.

As organizações comerciais, como empresas e agências, esperam entender seus públicos específicos – o de compradores e potenciais compradores de produtos e serviços -, para criar segmentos e direcionar comunicação, marketing e produtos do modo mais efetivo para cada um deles.

Por fim, os pesquisadores acadêmicos estão interessados em traçar perfis dos usuários de sites de redes sociais como operadores para os mais diversos tipos de problema de pesquisa. Mas, o próprio ato de traçar estes perfis é um dos temas mais interessantes sobre os quais alguns pesquisadores de Comunicação, Psicologia e Computação se debruçam atualmente. Entender até que ponto os dados online são fiéis aos comportamentos efetivos em outras esferas sociais e comportamentais é um dos grandes desafios hoje.

O Facebook sucede e se transformou em uma das maiores empresas do mundo por juntar estes diversos tipos de atores, alguns dos melhores e mais capazes, a serviço da maior comunidade online do mundo.

2 – Estaremos a passar das redes sociais de pessoas para grafos de interesses?

Na verdade, as redes sociais e seus grafos de interesses sempre estiveram intrinsecamente ligados. É difícil, até, operacionalizar como ver as redes sociais e seus interesses de forma separada no mundo real. Diversos fenômenos sociais podem ser expressos com os métodos e visualizações próprios da análise de redes sociais, tais como a homofilia, que é a tendência das pessoas com traços semelhantes (crenças, educação, interesses, consumo cultural etc) a se agruparem.

O estudo dos pesquisadores de Cambridge, amplamente divulgado na imprensa nos últimos dias, traz como uma das principais colaborações à análise desta relação entre redes sociais e interesses o seu método de pesquisa. Ao conseguirem 58 mil voluntários que emprestaram seus dados ao algoritmo desenvolvido, os pesquisadores puderam afirmar as correlações entre os atributos.

É preciso pontuar, entretanto, que as chamadas “mídias sociais” como Facebook, Twitter e afins são desenhadas de modo a serem representações online de seus usuários, que as utilizam para se comunicar, consumir conteúdo e expor-se de acordo com seus interesses e objetivos sociais, profissionais e estéticos. Na medida em que mais e mais pessoas utilizam estes sites por mais e mais tempo em seus dias, as atividades vão se transformando em traços digitais cada vez mais representativos do mundo físico e cultural em torno da internet.

Dessa forma, não são os likes que predizem algo, mas sim os interesses que, no caso do Facebook, são representados desta forma. Um like, no Facebook, é um ponto de dado que serve para uma pessoa se aproximar do que gosta e reafirmar seus traços identitários. Os grafos de interesse são praticamente infinitos e podem ser vistos de infinitas óticas. O Facebook possui 1 bilhão de usuários e seus dados, podendo realizar estas análises do zeitgeist social e cultural de forma profunda. Já outros atores, como organizações, indivíduos e pesquisadores o podem fazer só com pequenos recortes. As pessoas, por exemplo, podem usar de recursos de quantified self tal como o Friends Visual Map (https://apps.facebook.com/challenger_meurs) para identificar padrões de interesses em suas próprias redes, mas só nelas. Organizações podem realizar diversos novos métodos de pesquisas digitais para seus objetivos de negócio, mas com diversas restrições impostas pelo Facebook. O que Michal Kosinski, David Stillwell e Thore Graepel e seus colaboradores conseguiram muito bem, com o apoio de organizações do tamanho da Microsoft Research e Cambridge University, foi mostrar um pequeno – e loquaz – exemplo do que o Facebook pode fazer hoje.

3 – A inteligência dos utilizadores pode ser medida pela apropriação das funcionalidades do Facebook?

Aqui talvez esteja o ponto mais polêmico deste estudo. A aplicação da correlação entre alguns traços culturais e uma medida de inteligência pode trazer diversos malefícios. Qualquer tipo de mensuração de um atributo como “inteligência” é severamente discutido e pode ser contestado. O método utilizado por estes pesquisadores para atribuir um escore à inteligência dos participantes não é totalmente consensual. Na verdade, não existem avaliações consensuais de atributos como inteligência e o “Raven’s Progressive Matrices” é apenas um, por mais reconhecido que seja dos muitos testes do tipo.

Os pesquisadores citam que alguns produtos comerciais e culturais como “The Colbert Report” e “Sephora” podem ser indicativos de maior ou menor inteligência, mas esquecem de pontuar que as medidas de inteligência são também mediadores culturais com influência sobre o comportamento humano. Um indivíduo que tira notas altas em testes de inteligência hoje, provavelmente tirou notas altas ao longo da vida e cresceu com determinadas expectativas sobre si e sua imagem social que o podem ter aproximado mais de produtos e grupos culturais socialmente vistos como “inteligentes”.

O artigo que apresenta os resultados da pesquisa pode ser baixado no site da Proceedings of the National Academy of Sciences of the USA – http://www.pnas.org/content/early/2013/03/06/1218772110.abstract

Comunicação Publicitária em Aplicativos de Análise de Informações Sociais: Persuasão Sociotécnica em Sites de Redes Sociais

Acaba de ser publicado na revista Comunicação & Mercado, da Unigran, um artigo que produzi no final do ano passado, com a análise de quatro aplicativos publicitários que utilizam recursos persuasivos de análise de informações sociais: First Times (patrocinado pela Virgin), Museum of Me (patrocinado pela Intel), Sociorama (patrocinado pela Itautec) e Você é Mais do Que Você Imagina (patrocinado pela CocaCola). Para tanto, utilizei conceitos e uma matriz analítica que desenvolvi na minha pesquisa de mestrado junto a referencial teórico do interacionismo simbólico e captologia.

Segue o resumo:

O presente artigo realiza a análise de quatro aplicativos de análise de informações sociais (RIBEIRO e SILVA, 2012; SILVA, 2012) com fins publicitários, a partir das colaborações da captologia (FOGG, 2002, 2008) e do conceito de auto-apresentação (GOFFMAN, 1989, 2010; SCHLENKER, 2003). Busca-se um entendimento de como tais aplicativos estão se tornando um modo bastante particular de comunicação publicitária online, através da identificação de características e affordances destes softwares que se adequam ao atual panorama de mídias pós-massivas (LEMOS, 2009) e dos sites de redes sociais (BOYD e ELLISON, 2008).

Para acessar, confira o site da revista em www.unigran.br/revistas/mercado ou o artigo direto.