Tim Berners-Lee sobre a futura web

Para quem ainda não conhece, TED (Technology, Entertainment and Design) é um projeto que organiza palestras com grandes nomes desses três campos e suas interseções. O vídeo que recomendo hoje é de Tim Berners-Lee, criador do protocolo HTTP que deu origem à web. Neste vídeo, de março deste ano, Berners-Lee fala sobre os 20 anos da web e a importância da informação linkada. A possibilidade de inter-operabilidade (que vemos avançando em projetos como OpenID,  Facebook Connect e Google Friend Connect) entre sites de redes sociais é abordada como um avanço necessário. “Data is relationship”. Informação é relacionamento. Em sites de redes sociais ou projetos colaborativos como a Wikipédia ou, ainda, a liberação de informações científicas ou governamentais é um passo para a web futura que integre todas as pequenas colaborações de cada usuário para possibilitar grandes avanços em várias áreas.

A legenda em português não está das melhores. Para ver com legenda em outras línguas, acesse http://www.ted.com/talks/tim_berners_lee_on_the_next_web.html

Eyetracking the News – A Study of Print and Online Reading

eyetracking-the-news-study-print-online-readingLeitores de jornais online costumar ler mais conteúdo do que em jornais impressos! Essa foi uma das descobertas inesperadas da pesquisa Eyetracking the News – A Study of Print and Online Reading, do Poynter Institute. O livro, escrito por Pegie Stark Adam, Sara Quinn e Rick Edmonds reúne os resultados de experiências realizadas em 2007, com os jornais Philadelphia Daily News, Rocky Mountain News, St. Petersburg Times e Star Tribune. Esses quatro publicam dois jornais standard, dois tablóides e dois onlines  que foram os objetos de pesquisa.

Foram 605 participantes da pesquisa, que toparam usar um óculos especial que rastreava a trajetória do olho na leitura. Dessa forma, pode-se quantificar a quantidade de “paradas” dos olhos, caminhos de leitura, tempo de leitura de cada elemento – textual ou gráfico – e por onde se “entra” na página, só pra citar alguns dos fatores analisados.

O prefácio é feito por ninguém menos que Mario García, pesquisador, consultor e dono da García Media. Todo o livro é bem “americano”: muitos gráficos, muitos dados e a crença quase absoluta no peso dos números.

O índice traz:
– Reading Depth
– Reading Patterns
– Reading Sequences
– Story Packaging
– Photographs & Graphics
– Advertising
– Click-throughs

É um livro que interessa a várias áreas da comunicação, portanto. Sobre a publicidade, por exemplo, o livro foi uma das bases de relatório produzido por Breno Fernandes para o Observatório de Publicidade em Tecnologias Digitais. Abaixo, os slides de “Publicidade em Sites de Notícia”:

+ Leia Cor, Contraste e Volume no Design de Notícias, outra pesquisa realizada pelo Poynter Institute

Blog do GJOL

gjolEssa dica pode ser batida para qualquer um com um pezinho no mundo acadêmico da Comunicação. O Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online (GJOL), faz parte do Póscom-UFBA e é uma das referências mundiais. Coordenado pelo pós-doutor Marcos Palácios o grupo – e o blog – reúne alguns dos pesquisadores de ponta de graduação, mestrado e doutorado.

Com uma média de dois posts diários, os autores do blog não se restringem à jornalismo online. Mídias sociais, mecanismos de busca, creative commons, desenvolvimento web, fotografia, infografia etc etc etc. Ontem, uma nota sobre o lançamento do livro Blogs.com, organizado por Raquel Recuero, Adriana Amaral e Sandra Montardo.

Também merece visita pela extansa lista “Pontos na Blogosfera” de links de blogs sobre cibercultura, jornalismo online, pesquisa e internet em geral. O blog existe desde junho de 2006, já representando um material enorme.

+ Mais
– Site do Póscom
– Site do GJOL
– Site do Centro Internacional de Estudos e Pesquisa em Cibercultura
– Veja preços de Manual de Laboratório de Jornalismo na Internet, de Marcos Palácios e Beatriz Ribas
– Veja preços de O Ensino do Jornalismo em Redes de Alta Velocidade, organizado por Marcos Palácios e Elias Machado

Top 10 Livros 2008

Listas são sempre controversas, mas divertidas. Pra ficar só o divertido e não ter nada de controverso, fiz meu top10 dos livros que mais me divertiram nesse ano que já já acaba. Não é uma lista de melhores livros de 2008, uma vez que nenhum deles foi lançado esse ano.

01º. Em um ano muito cheio e atarefado, consegui acabar de ler o gigantesco Moby Dick. Nas suas centenas de páginas Herman Melville conta a história de um capitão de barco baleeiro obsessivo por encontrar e matar a baleia-mito que arrancou sua perna. O narrador Ismael descreve minuciosamente a pesca baleeira, a vida marítima e o conhecimento do século XIX sobre o “peixe”, mas de forma fascinante. A Cosac Naify lançou uma edição muito bonita, com direito a hotsite e tudo. [ver hotsite | ver preço]

02º. A dinâmica do consumo analisada por Jean Barudrillard em A Sociedade de Consumo chega a deprimir o leitor. É triste e, ao mesmo tempo, fascinante a construção simbólica em torno dos produtos e do consumo, e da tranformação de práticas triviais em rituais de consumo e diferenciação social. Indispensável. [ver preço]

03º. Em A Imagem, o teórico do cinema e da imagem Jacques Aumont trata de aspectos biológicos, físicos, químicos, psicológicos, sociológicos e artísticos da imagem.[ ler resenha | ver preço]

04. Em Design Brasileiro antes do Design, Rafael Cardoso Denis reuniu nove ensaios sobre a história gráfica do Brasil antes da ESDI e da própria conceituação do que é “design”. Já  postei sobre o ensaio de Julieta Costa Sobral acerca de J. Carlos. [ler sobre o ensaio | ver preço]

05. A Linguagem da Propaganda, de Torben Vestergaard e Kim Schroder estabelece a linguagem da publicidade e da propaganda através de inteligentes análises de anúncios.[ ler resenha | ver preço]

06º. A Prática do Design Gráfico: Uma Metodologia Criativa é um livrinho bem simpático  que, além de abordar todos os níveis simbólicos e produtivos do design gráfico, trata em específico também da responsabilidade social da profissão. [ler resenha | ver preço]

07º. Javier Diaz Nóci é um dos principais pesquisadores de jornalismo digital do mundo. La Escritura Digital é um ótimo livro tanto para jornalistas quanto para qualquer um que produz ou pretende produzir conteúdo para a internet. [ver blog de Nóci | ver preço do livro]

08º.  O último livro do ano conseguiu o oitavo lugar. Na verdade ainda faltam algumas páginas, mas A Cor como Informação, de Luciano Guimarães, merece já constar aqui. Assim como Aumont, o autor brasileiro divide o livro por níveis, do biológico ao social. Mas aplica a análise da cor a um objeto deveras interessante: a revista. [ver preço]

09º.  Mais um livro de literatura que conseguiu entrar nessa lista, Lolita, de Vladimir Nabokov. Narrado pelo pedófilo(?) Humbert Humbert, o texto sempre deixa o leitor sobre uma linha tênue entre o ódio e a pena tanto por Humbert quanto por Lolita. [ver preço]

10º.  Por fim, mas não menos importante, Priotizing Web Usability, de Jakob Nielsen e Hoa Loranger. Mais um livro do  renomado pesquisador, co-fundador do Nielsen Norman Group, que trata de usabilidade com ênfase e um texto divertido, ao mesmo tempo. [ver preço]

Revistas em Mutação – Mutation Magazines

A palavra ‘magazine‘ vem da palavra árabe ‘mahzan‘, que significa loja ou depósito. Como a própria origem da palavra sugere, revistas armazenam uma coleção de elementos unidos e arranjados de uma certa maneira no espaço. A origem etimológica da palavra pode nos levar à falsa idéia que revistas só podem existir em sua forma física. E a forma física das revistas que nós tendemos a associar com capa, capa interna, logotipo, índice, artigos, fotografias, ilustrações, infográficos e publicidade. Mas essa idéia de revista é presa às características da mídia impressa, aonde foram feitas seus primeiros exemplares. Entretanto, é necessário enxergar além desta, ou qualquer outra conformação que a mídia revista pode ser expressa, para identificar e entender seus componentes reais. A identificação adequada desses componentes podem ajudar a estabelecer o que é realmente a mídia revista, e o por esses meios, abrir diferentes possibilidades nos modos de desenvolver e atualizar revistas em meios diferentes.

No artigo “Mutation Magazines – the Media out of Medium“, José Faria Neto discute o conceito de revista a partir de sete produtos: “combate”, “Mediamatic”, “Visionaire”, “Statements”, “Fantástico”, “Artífice” e “Protótipo Design”. Este último é um projeto em que o próprio esteve envolvido. A imagem mostra uma tabela que o autor utiliza para comparar as várias revistas. A coluna da esquerda mostra as partes de uma revista: forma, abertura, mensagem escrita, mensagem estética, aglutinador compositivo e união técnica.Recomendo também a visita ao site do Is Not Magazine, uma revista em formato de cartaz. Sempre torci o nariz para ela (que previu isso desde o nome), mas olharei com mais atenção a partir do que Faria Neto diz.