Revista Lupa #2

Em outra postagem eu já falei do número 4 desta revista, a Lupa. É uma produção laboratorial da Faculdade de Comunicação da UFBa. Semestral, existe desde 2006.1. Os números 2, 3 e 4 da revista estão disponíveis no Issuu (ver acima) e para download em pdf no blog. Na tal postagem falei sobre alguns aspectos históricos e produtivos da revista, mas não falei de sua estrutura. É dividida (desde a reformulação neste número) em: Circo Urbano, editoria de comportamento; Impressões, ensaio fotográfico; Prova dos Nove, educação; Passepartout, arte; Meio e Mensagem, comunicação e mídia; e Cubo Mágico, editoria literária.

Entre as matérias de Prova dos Nove, destaco a que trata de intercambistas africanos em Salvador. Em Passepartout, texto sobre a velha discussão sobre os “cinemas de arte”, se é que isso não é um pleonasmo… Também temos uma entrevista com Luís Augusto, autor de Fala Menino!, uma tirinha surgida aqui pelas bandas de Salvador. A técnica não é das melhores, mas o conceito – personagens principais portadores de necessidades especiais, fez sucesso.

Uma organização recorrente nos números seguintes é a da matéria de duas páginas divididas em ímpar>par, ao invés de disposta em uma dupla “normal”. É justamente uma que usa este recurso que aponto como melhor a realização visual desta edição. “Sem Pressa para Arrumar as Malas“, nas págs 21-22, delimita o espaço da matéria com uma ‘caixa’. Dentro, na primeira página, uma fotografia de estúdio divide um espaço de fundo preto com o título, chamada, crédito e alguns pictogramas. No resto do espaço, o texto da reportagem. Na página seguinte, dentro da mesma ‘caixa’, os elementos parecem se mover. O fundo preto desce. Dessa vez, com o texto complementar (o ‘box’, se eu não estivesse colidindo os termos) que divide o espaço com outra fotografia, que estabelece um sentido, sequencial, em relação à anterior. Também se localiza, espacialmente, depois do término do texto principal: reforça a conclusão feliz ao qual o leitor chega.

Em breve, postagem sobre os números 3 e 4. E, ainda neste semestre, cobertura do lançamento do quinto número.

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Blog da revista
– Download em pdf
Portfólio e blog da diretora de arte, Alice Vargas

Colophon 2009

Colophon é um portal e simpósio internacional sobre revistas. Criada em 2007, a edição de 2009 acontecerá entre 13 e 15 de maio, em Luxemburgo. Além do (auto-proclamado) maior diretório online de revistas independentes, a iniciativa já rendeu também um livro, o We Love Magazines e uma revista, a Colophound. Seus três curadores são ninguém menos que Mike Hoedinger, Andrew Losowsky e Jeremy Leslie.

O diretório é muito bem organizado, por Categoria, Letra, País, Língua e Publicação, além de dar a opção de pesquisar por nome ou termo. A página traz ainda vídeo e centenas de entrevistas. Vale a pena ficar de olho.

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MagCulture, blog de Jeremy Leslie
Magtastic, blog de Andrew Losowsky
Mike Koedinger Editions
Novo Design de Revistas, de Jeremy Leslie
– Compre ‘We Love Magazines’ na Livraria Cultura

Revista Fraude #4

E a revista Fraude chega, em 2006, ao seu quarto número. Desta vez, além de escrever, comecei minha experiência em design de revistas. Além da evolução na tiragem (1000 exemplares), a equipe se mantêm completa desde 2005 e é um exercício interessante comparar este número com o terceiro.

A melhor matéria, mais jornalística, trata da polêmica sobre o conceito de cinema independente na Bahia. O meu texto trata das adaptações, para outras mídias, dos contos de Lovecraft, agora em domínio público. Além destes, destaco o guia sobre onde comprar quadrinhos em Salvador: livrarias, sebos, lojas…

Nesta edição começam a ser usadas vinhetas mais explícitas para cada editoria. Os pontos altos do design são, na minha opinião: a dupla 32-33, da matéria ‘Terra dos Sonhos’; a primeira página (apesar de tematicamente equivocada) da matéria sobre cinema independente (p.22); e, por fim, a melhor: a dupla 10-11 com ótimas colagens.

Na capa, o conceito de “fraude”, já utilizado naturalmente nos outros anos, é mais “escancarado”. Livremente baseado no encarte do primeiro CD do Cansei de Ser Sexy, é a capa melhor produzida (digo mais produzida, e não mais bonita: ainda prefiro a da número dois) até agora.

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Memória Gráfica Brasileira

“Dedica-se a resgatar e valorizar o riquíssimo legado do design no Brasil, assim como das atividades congêneres que já abarcavam a criação e o projeto antes que o design se configurasse como campo profissional.”

É quase bom demais para ser verdade. O Memória Gráfica Brasileira existe desde este ano, e está criando aos poucos seu acervo. Mas o seu primeiro grande trunfo é o “J. Carlos em Revista.” O célebre diretor de arte e ilustrador é homenageado com nada menos que a digitalização e publicação online de todas as edições entre 1922 e 1930 das revistas Para Todos e O Malho. Em outra postagem já falei de J. Carlos, sobre as capas sequenciadas que ele fez para a Para Todos no carnaval de 2007.

O Memória Gráfica Brasileira é, simplesmente, um item indispensável nos “favoritos” de qualquer design, estudante ou entusiasta brasileiro que se preze.