Modelos de Vigilância Tecnológica e Inteligência Competitiva

Produzido por departamentos de inovação do País Basco, o livro Modelos de Vigilancia Tecnológica e Inteligencia Competitiva é um excelente documento que busca definir a inteligência competitiva e apresentar um mapa dessa disciplina nas regiões e países que estão mais desenvolvidos na área: Reino Unido, Suécia, Israel, Coréia do Sul, Japão, Canadá, Estados Unidos, México e Brasil. Através de mapeamentos de organizações, assim como as estruturas típicas da inteligência competitiva pública e privada nestes países.

A publicação é incrivelmente sistemática e direta. Utilizando diversos gráficos mostra como funciona a inteligência competitiva nos diferentes locais pesquisados. No primeiro capítulo, que se dedica a definir a inteligência competitiva e suas áreas, são apresentados os quatro principais tipos propostos pelo GTI Lab: inteligência de marketing; inteligência estratégica e social; inteligência técnica e tecnológica; e inteligência de competição.

O gráfico abaixo mostra essa divisão e o que cada um desses tipos de inteligência compreende:

Avançando na discussão, o livro mostra uma versão da famosa pirâmide sobre a transformação de dados brutos em informação aplicável da seguinte forma. Notem como são mostradas as ações de um nível ao outro e as áreas de inteligência de negócios, inteligência competitiva e inteligência organizacional:

Quando trata do Brasil, o documento explica as particularidades do desenvolvimento da disciplina no país. Atividade que tomou forma aqui a partir dos anos 90, foi fruto de uma iniciativa do Ministério de Ciência e Tecnologia. Ao contrário de diversos outros países, a motivação inicial foi fomentada por cientistas e pesquisadores, ao contrário de militares. Ainda é relativamente incipiente e as empresas estão começando a se conscientizar de sua importância. Não existe uma estrutura pública para atender as necessidades das atividades de inteligência competitiva no país, enquanto as iniciativas privadas internas. A ABRAIC exerce uma considerável influência, mas o mercado ainda não incorporou todas as possibilidades de serviços que podem ser oferecidos e utilizados.

O documento ainda traz os cinco desafios para a área, segundo a presidente da ABRAIC:

  • Certificação do profissional de IC
  • Melhora e desenvolvimento de métodos e ferramentas, especialmente na tríade Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
  • Unificação da linguagem e terminologia
  • Divulgação das práticas de IC em todas organizações, incluindo as de pequeno porte
  • Esclarecer as dúvidas e inquietações existentes entre as atividade de inteligência, pesquisa e espionagem

Este pequeno resumo refere-se apenas a uma parte ínfima da publicação. Acessem a publicação e outros materiais desenvolvidos pela BEAZ Bizkaia.

Qual o DNA da inovação?

“Decoding innovation’s DNA” é o tema de capa da technologyforecast, revista da PwC. Uma das matérias mais interessantes da edição tenta responder à pergunta “Can innovation be disciplined without killing it?”. Um gráfico mostra o que os CEOs acreditam que são as principais oportunidades para crescimento de negócios nos próximos anos: o papel do desenvolvimento de novos produtos/serviços aumenta espantosamente.

A matéria traz exemplos de desenvolvimento do bulbo de lâmpada, do algoritmo de busca  do Google e do iPod. Sugerindo o conceito de “resolução de problemas” como núcleo para a pesquisa e desenvolvimento, a matéria sugere os seguintes passos:
1. Entender e especificar o problema funcional que precisa ser resolvido
2. Abstrair o problema específico para um princípio geral
3. Identificar soluções genéricas para o problema genérico
4. Traduzir as soluções genéricas em soluções específicas, inventando uma nova abordagem

Tente pensar isso pra agência em que você está trabalhando. As mudanças constantes nas tecnologias, comportamentos e cenário do mercado estão sendo enfrentadas com inovação e desenvolvimento?

Pesquisa e Desenvolvimento para Comunicação Digital

Ontem eu incorporei a imagem abaixo aqui nesse post, para escrever hoje um post sobre pesquisa e desenvolvimento. Ao acordar e fazer minha terceira ação “pós acordar”, que é ler o Google Reader, vi a notícia da criação do MediaLab da Unilever. Não podia ser mais apropriado.

Segundo o texto publicado na Meio & Mensagem Online, o MediaLab é “um ambiente que deverá servir de experimentação para as ações da companhia nos meios digitais.” Com apoio de agências digitais e outros parceiros, a empresa gigante criou este laboratório para testar formatos e efetividades pra sua comunicação. Eu acredito que essa é uma tendência a ser abraçada por mais empresas do porte da Unilever que, naturalmente, devem investir bastante em pesquisa e desenvolvimento.

Mais especificamente no que tange “as novas tecnologias” e a comunicação digital, isso é indispensável não apenas para empresas do porte da Unilever. Agências de propaganda e agências digitais que se propõe entender o mundo digital deveriam sempre possuir pessoal – ou pelo menos investir parte do tempo do pessoal – dedicado à atualização dos conhecimentos e serviços.

Na atual configuração da minha agência, sou responsável por isto junto com uma assistente formanda em computação, algo pensado também para diversificar as “óticas” com as quais a equipe vê a comunicação. Veja um post da Aline Bessa sobre a relação entre Pesquisa e Inovação nas Empresas. Na verdade, a própria criação da agência se deve a uma experiência de integração universidade-mercado na UFBA.

Gosto bastante do grárfico abaixo, publicado no artigo “Bridging the gap between research and industry”, Brian David Johnson. O Arquiteto de Experiência do Consumidor da Intel’s Digital Home – User Experience Group vê o processo de desenvolvimento da seguinte forma:

Segundo Johnson, “Revisiting old problems and asking new questions, discovering new possibilities, and creating new approaches is the cornerstone of innovation, and it not only advances science but also fuels industry developments.” Um parabéns à Unilever que acredita nisso e um chamado a mais empresas e agências a fazer o mesmo.