Revista Lupa 4 – lançamento

A revista Lupa lança sua quarta edição na próxima quinta-feira, 28, às 9 hs, no auditório da Faculdade de Comunicação da UFBa, com palestras e uma demonstração da arte do Parkour. Confira! – Na Lupa, o leitor poderá saber mais sobre o universo dos cosplayers, pessoas que se vestem como personagens de desenhos animados, além de poder acompanhar de perto a vida de transformistas soteropolitanos e ficar por dentro do desfile da Daspu, a grife das prostitutas. A comemoração continua a noite, no Bar Balcão Botequim, às 20hs, no Rio Vermelho, numa festa aberta para leitores e colaboradores.

Eu escrevi para essa revista (a matéria sobre transformistas), que é produto laboratorial daqui da faculdade. É a segunda revista produzida na faculdade (a primeira é a Fraude) e tem atualmente um projeto gráfico e direção de arte bem realizados. O primeiro número foi experimental ao extremo, e no mal sentido. Totalmente produzida por alunos (e com problemas na produção, que não vêm ao caso) foi uma revista com textos fracos, reportagens mal-apuradas e uma diagramação de mau gosto. Não havia como ser melhor, porém. A Facom-UFBa tem um problema grave de falta de disciplinas e professores de programação visual, editoração e design. O responsável pela diagramação foi um aluno que, sozinho, enfrentou a tarefa hérculea de 32 páginas em pouquíssimo tempo.

O segundo número foi uma revolução. Simplesmente a revista ficou irreconhecível, e no bom sentido. Com mais tempo e planejamento na disciplina, a professora responsável Graciela Natansohn exigiu que os alunos produzissem várias matérias cada um, e apenas as melhores entraram na edição, que é semestral. Sobre o projeto gráfico, mudou mais drasticamente ainda. Na verdade, o projeto gráfico de fato foi produzido de fato, além de novo logotipo e direção de arte por Alice Vargas, designer que “adotou” a revista, digamos assim.

Apesar de ter formação na Facom (Produção Cultural) e especialização em design, a diretora de arte da Lupa não faz parte do quadro de professores da faculdade. E os alunos que colaboraram na diagramação desse número já tinham algum conhecimento prévio, não adquirido em disciplinas. Os poucos professores com formação em design da Facom estão afastados, por um motivo ou outro. É um indicador triste, que demonstra que os profissionais formados ali sofrem de uma lacuna grave na formação.

Mas não é essa minha reclamaçãozinha aqui nessa postagem que vai mudar alguma coisa. Então falemos do número quatro da revista. Durante dois meses, eu e Carlos Eduardo Oliveira visitamos transformistas e casas de show de Salvador. Conversamos sobre o estado da arte, os problemas enfrentados e os bons momentos. A matéria definitiva traz depoimentos, experiências e fotografias de quatro transformistas. Um ensaio foi realizado por Fabíola Freire e produzido por Wendell Wagner, monitores do Labfoto. A partir do ensaio e de algumas fotografias que tiramos em campo, a matéria de quatro páginas tem uma diagramação impactante. Veja abaixo um vídeo feito por Carlos Eduardo Oliveira durante a realização do ensaio.

Mais:
+ Blog da revista
+ Portifólio e blog de Alice Vargas
+ Faculdade de Comunicação da UFBa

A Elite do Design de Jornal no Mundo


SND29 World’s Best-Designed Newspaper (slideshow) from Society for News Design on Vimeo.

A SND 29 (leia outra postagem aqui) anunciou os vencedores de sua categoria principal, World Best-Designed Newspapers. São os jornais: Akzia (diário, Moscou, Rússia); Expresso (semanal, Paco de Arcos, Portugal); Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung (semanal, Frankfurt, Alemanda); e The Guardian (diário, Londres, Reino Unido). O vídeo acima exibe várias páginas de cada um deles.

César G. Villela

Não se pretende que alguém “entenda” uma capa de LP mas sim que se sinta decisivamente atraído por ela. Assim, deve a capa provocar uma reação imediata, um impulso, um apelo. Seu pior fracasso é passar despercebida: ser um envoltótio comum, sem força de venda. A capa deve “soar” graficamente, numa mensagem convicente e fácil de ser gravada. Não devemos nos orientar pelo critério beleza: principalmente no nosso caso é por demais relativo (já dizia Voltaire: “a beleza para o sapo é a sapa”). Em ótica, no entanto, somos todos iguais. O truque visual – permitido pela razão gráfica – é a forma mais rápida, direta e rentável de comunicação entre a capa e o indivíduo. Chamo “razão gráfica” a solução simbólica visual de alguma coisa. Além do mais, esse tipo de capa nos permite, justamente por sua simplicidade, disfarçar a deficiência de impressão. Certas companhias primam pela capa confusa, cheia de detalhes, com dizeres ilegíveis e excesso de cores. É um despropósito. Ao contrário, ao decidir-nos por uma “simplicidade de bom gosto” estaremos muito mais perto de obter embalagens ideais para os produtos em questão…

A capa e o texto acima são de César G. Villela, capista da gravadora Elenco. Foi retirado do ensaio Capas de discos: Os primeiros anos, escrito por Egeu Laus na coletânea organizada por Rafael Cardoso chamada O Design Brasileiro Antes do Design. Por sua vez, o texto de Villela foi publicado originalmente em livro de sua autoria chamado A História Visual da Bossa Nova.
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+ mais sobre Egeu Laus
+ mais sobre as capas da Elenco
+ outro ensaio do mesmo livro, J. Carlos
+ compre O Design Brasileiro Antes do Design
+ compre A História Visual da Bossa Nova

Grid Systems in Graphic Design, de Josef Müller-Brockmann

Just as in nature systems of order govern the growth and structure of animate and inanimate matter, so human activity itself has, since the earliest times, been distinguished by the quest for order. Even the most ancient peoples created ornaments with mathematical forms of great beauty. The desire to bring order to the bewildering confusion of appearences reflects a depp human need. Do mesmo jeito que os sistemas naturais de ordem governam o crescimento e a estrutura de matéria animada e inanimada, a atividade humana tem sido, desde tempos primordiais, caracterizada pela busca de ordem. Mesmo os povos ancestrais criaram ornamentos com formas matemáticas de grande beleza. O desejo de trazer ordem à confusão selvagem das aparências reflete uma profunda necessidade humana.
O livro Grid Systems in Graphic Design prega o uso da grelha como princípio básico do projeto de design. Na página 10 do livro, Muller-Brockmann declara “o uso do sistema de grelha implica a intenção de sistematizar, de buscar a clareza, a intenção de penetrar ao essencial, de concentrar, a intenção de cultivar objetividade ao invés de subjetividade, a intenção de racionalizar os processos criativos e técnicos de produção, a intenção de integrar elementos de cor, forma e material, a intenção de alcançar donínio arquitetural sobre
a superfície e o espaço […]”

Grid Systems in Graphic Design foi lançado em 1961. É um grande exemplar do que é chamado de design moderno, pregando a racionalidade nos projetos, a importância da matemática e das relações espaciais entre os elementos de um produto. Foi lançado em português em 1982, esgotado e nunca mais reeditado.

Josef Müller-Brockmann (1914-60) foi um design gráfico e professor suíço. Estudou arquitetura, design e história da arte na Universidade de Zurich. Também é autor de The Graphic Artist and his Design Problems. O cartaz ao lado é um de seus clássicos.

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+ galeria de imagens de cartazes
+ o livro pode ser baixado na versão bilíngue inglês-alemão neste
torrent
+ esta versão bilíngue pode ser comprada aqui

Os Livros Mais Bonitos da França

Desde 1963 acontece anualmente em Leipzig (Alemanha) um concurso que elege os melhores exemplares de design de livro do “mundo”. Na verdade são 33 países (basicamente os maiores da Europa, mais China, Japão e EUA). Primeiro acontece uma fase eliminatória em cada país, como a francesa, que acontece desde 2007. Os vencedores franceses são expostos na galeria Anatome. A página do Concours des plus beaux livres français traz informações, notícias, fotos e links sobre o concurso. Vale a visita.