Hotel Visual

Hotel Visual 3 CapaA revista Hotel Visual chega ao terceiro número com o melhor da arte erótica latina. A publicação, produzida pelo diretor de arte argentino  El Norbi Baruch reúne argentinos, brasileiros, peruanos, venezuelanos e não só. Artistas de todo o mundo, como italianos e americanos, em mais de uma centena de páginas por número.

Conheci a publicação através do blog Visualmente, sobre jornalismo visual, design editorial e gráfico, que tem El Norbi Baruch como um dos autores.

A revista é impressa, mas também publicada intergralmente e gratuita online. O sistema da ZMags permite, inclusive, o recorte, envio e salvamento de recortes à escolha do leitor.

No número 00 de estréia, a publicação ainda estava sendo delineada. A Mucama (ver mais abaixo) ainda não existia e o foco não era exclusivamente arte erótica. Além do ilustrador brasileiro Samuel Casal, merece destaque também o fotógrafo argentino  Dani Yako:

Hotel Visual 0 Dani Yako

O primeiro número traz fotografias de Richard Emblin e  ilustrações do brasileiro Orlando Pedroso, como na dupla abaixo.

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A imagem abaixo é uma infografia criada por Jamie Serra. Em seguida uma fotografia de Lorenzo Moscia, em ensaio sobre prostituição no Rio de Janeiro, ambos no segundo número.

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O terceiro número traz trabalhos do fotógrafo Pablo Corral abaixo e, finalmente, uma fuguinha do olhar heterossexual masculino, em seguida.

Hotel Visual 3 Pablo Corral

Hotel Visual 3 Betina Ramirez Bustelo

A produção editorial é primorosa. El Norbi Baruch é o editor e produtor, enquanto Betina Ramirez Bustelo é responsável pelo design editorial. Cada “quarto” do hotel é diagramado com tipografia, fios, texturas e recortes apropriados à arte em questão. Ensaios da personagem Mucama, uma modelo por número, organizam a publicação. A página ímpar abaixo, por exemplo, divide o número 2 pela metade.

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Caricaturistas Brasileiros 1836-2001, de Pedro Corrêa do Lago

caricaturistas-brasileirosEm mais de 200 páginas, o grande livro Caricaturistas Brasileiros, de Pedro Corrêa do Lago, reúne os 40 principais nomes do país entre 1836 e 2001. Na introdução, o autor fala da história da caricatura e sobre a metodologia de escolha dos artistas. Em uma passagem discute o uso dos diferentes termos para caricatura, e sua definição. O seguinte trecho é interessante:

A abrangência do termo “caricatura” é difícil de definir e vale citar Cássio Loredano, profundo conhecedor do tema, que talvez tenha mais bem explicado a questão ao escrever: ‘Nada é muito preciso. Charge e caricatura são a mesma palavra: carga; mas quando numa redação brasileira se diz charge, em geral se está pensando na sátira gráfica a uma situação política, cultural, etc. estritamente atual; caricatura é geralmente sinônimo de portrait-charge; e cartum vale para o comentário satírico duma situação independente de atualidade.

Já Chico Caruso tem uma explicação empírica mais espacial: uma cena de horizonte amplo seria um cartum. centrada numa situação ou em personagens definidos seria uma charge, e focada exclusivamente numa pessoa, uma caricatura. Mas ‘caricatura’ é ainda o termo genérico que se aplica no Brasil ao desenho de humor em geral.”

Entre os artistas  estão Henrique Fleiuss, J. Carlos,  Cardoso Ayres, Millôr, Ziraldo, Henfil e Angeli, fechando o livro. De duas a dezoito páginas (para J. Carlos) para cada artista, são mais de 300 imagens, acompanhadas de um bom texto histórico e por vezes crítico. Uma “curiosidade” que descobri com o livro: Walt Disney pode ter se inspirado em desenho de J. Carlos para criar o Zé Carioca. A imagem abaixo é um desenho de Nássara representando os presidentes da ditadura militar:

nassara

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Marca 2000, de Pedro Guitton

marca-2000Lançado em 2001, o livro Marca 2000 é resultado do trabalho de conclusão de curso de Pedro Guitton, em Desenho Industrial – Programação Visual na UniverCidade, Rio de Janeiro. Ganhei este livro em promoção do designUp.

O estudante reuniu mais de 200 marcas produzidas por estudantes de design, sobretudo do próprio estado do Rio de Janeiro. A idéia do livro é dar um panorama da criação dos jovens designers na área.

A organização se deu por ramo de produto/serviço/negócio: Alimentação; Assessoria/Consultoria; Companhia Aérea; Concursos; Design/Multimídia; Educação/Cultura; Esporte/Lazer; Eventos/Festivais; Filmes/Vídeo; Informática; Marca Pessoal; Miscelânea; Produtos; Saúde; Som; Vestuário; Veterinária; Viagem/Turismo; e Website.

Perdidos entre alguns trabalhos que claramente obtiveram uma “ajudinha” do WordArt, encontrei uns que me chamaram a atenção de forma boa.  A marca para o café Gengibre, feita por Sheila Manhães, e a do restaurante El Mariachi, de Katia Bongadini, por exemplo.

No final das contas, é um livro que passa muito longe de ser necessário. Além dos problemas terminológicos que dariam pano pra manga em certos lugares (logomarca?), questões editoriais também me incomodaram. Há um excesso de marcas da UniverCidade e, especialmente, do próprio autor. Quem comprar este livro ao ler, na capa, a frase “Símbolos e logotipos de estudantes do Brasil”, certamente se sentirá logrado.

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– leia resenhas de livros realmente bons de design e arte

Revista Continuum – o desenho das idéias

continuum-itau-cultural-desenho-das-ideiasA revista Continuum é uma publicação do Itaú Cultural. A cada número um tema é escolhido para ser investigado através de reportagens e entrevistas. O primeiro, de junho de 2007, foi “A Internet e o Mundo Contemporâneo”, e entre os 17 já lançados também já foram discutidos temas como violência e arte, cultura imaterial e gerações.

O que tive em mãos a versão impressa foi “O desenho das idéias”, de maio de 2008. Este número, sobre design. O primeiro texto, claro, é introdutório sobre o que é o design e suas diversas faces. Em seguida, sustentabilidade. Depois, o texto mais interessante da revista, sobre oito “clássicos” do design brasileiro.  Depois da entrevista com Rafael Cardoso Denis, design editorial de capas de livros no Brasil. Pra finalizar com chave de ouro, um paper toy na contracapa.

Todos os números podem ser lidos no site, em versão para navegador, como website ou baixados em .pdf a versão impressa.

Design Gráfico Cambiante, de Rudinei Kopp

design-grafico-cambianteJá escrevi por alto sobre o livro resultante da pesquisa de mestrado do prof. da UNISC, Rudinei Kopp, em um post indicando dois de seus artigos.

A estrutura do livro é:

1 . Introdução
2. Sólidos e Fluidos: Modernidade e Pós-Modernidade
3. Design Gráfico Moderno e Pós-Moderno
4. Design Gráfico Cambiante
5. Considerações Finais

No segundo capítulo o autor investiga as concepções de modernidade e pós-modernidade, dando ênfase ao trabalho de Zygmunt Baumant, autor dos livros Modernidade Líquida, Modernidade e Ambivalência e O mal-estar da pós-modernidade.

O terceiro capítulo pode ser tomado como uma pequena história do design gráfico. Kopp utiliza, inclusive, os livros Design Gráfico: uma história concisa e Layout – o design da página impressa, já resenhados aqui neste blog.

Por fim, a conceituação de design gráfico cambiante e a análise de dez casos, como o do logotipo da MTV, os relógios Swatch e as revistas Ray Gun, Big e Sexta Feira. Um trecho desse capítulo:

Adjetivos como flexível, transitório, fugidio, cambiante, liquefeito, fragmentado, entre tantos, têm servido para qualificar o tempo contemporâneo. […] O design gráfico reflete tudo isso como sua história recente demonstra. Sua condição num meio de caminho entre a indústria, a tecnologia, a arte, a cultura, o consumo e o público faz esse campo ser um espelho das transformações nas esferas, atualmente, mais sensíveis da sociedade. Se até nossa identidade cultural é cambiante, sem um lastro crível como se acreditava até poucas décadas (ou anos), não representa uma surpresa tão grande percebermos que a indústria tem uma produção flexibilizada, pronta para se reprogramar facilmente, ou ainda, que os tão conehcidos projetos gráficos fixos não simbolizem mais a quintessência do design gráfico.

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