Revista Prata #00


A Prata é uma revista de fotografia produzida pelos estudantes de artes visuais da ESAP (Escola Superior Artística do Porto). É, de fato, uma revista para publicar fotografia. Apresenta alguns problemas comuns como tipografia com problemas de legibilidade, uso de texturas no fundo de texto e outras coisinhas tristes em relação ao design. Porém, as fotografias, em geral, são de ótima qualidade, apesar de dispostas sem inventividade. Destaque para as fotografias de Sofia Romualdo, nas págs 16-17. Ainda no número de estréia, lançado em maio último, está na fase de experimentar, errar e testar o que dá certo. Fiquemos de olho.

26 Magazines, por Jeremy Leslie

O vídeo acima foi parte de uma apresentação de Jeremy Leslie. O diretor de arte, escritor e blogueiro fez uma seleção de vinte e seis (dã) revistas independentes, que são exibidas em ordem alfabética. A apresentação aconteceu no 8 Festival for Fashion and Photography, em Viena. Como já mencionei em outro post, Leslie é um dos curadores do Colophon, e a foto abaixo mostra a sala do evento no 8 Festival. Bem interessante o modo de expor as revistas.

Jornalismo de Revista, de Marília Scalzo

Uma revista tem três características definidoras. A primeira é a especialização. Cada uma possui um tipo público bem definido e deve ser feita visando falar com essas pessoas, trazer projeto editorial e gráfico condizente com suas expectativas e repertório.

A segunda é o próprio formato físico. Maior apuro gráfico, papel e impressão melhores, portanto maior cuidado com a imagem. O design de revistas é algo mais refinado que o de outros produtos comunicacionais impressos. A terceira, finalmente, é a periodicidade. As revistas jornalísticas semanais, por exemplo, se diferenciam dos jornais impressos por aprofundar mais o assunto e por dar mais espaço para o estilo individual do escritor etc.

É a jornalista Marília Scalzo quem cita essas três características, altamente correlacionadas, em um capítulo breve e suculento de seu livro Jornalismo de Revista. Em nove capítulos, o livro trata de aspectos econômicos do mercado de revistas, história e evolução das revistas no Brasil, características do bom jornalista de revista, o que faz uma boa revista, e questões éticas.

Marília Scalzo dirige o famoso e concorrido Curso Abril de Jornalismo. Já trabalhou na Folha de São Paulo e nas revistas Playboy, Capricho, Veja SãoPaulo, Casa Claudia e A&D, além de ter criado o projeto editorial de Claudia Cozinha. O livro faz parte da coleção Comunicação, da Editora Contexto. Assim como os outros livros lançados (Jornalismo Digital, Assessoria de Imprensa, Jornalismo Cultural etc), foca-se em questões práticas da profissão, não tem peso teórico. Porém, são leituras muito interessantes, mesmo os trechos mais próximos ao relato.

Outro capítulo que destaco no livro é o VII: “O que é uma boa revista”. Além de falar da importância da pauta e do texto propriamente dito, a autora fala de quatro aspectos de maior relevância para os leitores aqui do blog. Capa, fotografia, infografia e design, com o bom subtítulo que, talvez justamente pela sua obviedade didática, é chamativo: “design de revista não é arte”.

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Revista Lupa #3

Apesar da revista ser impressa em preto-e-branco, a matéria “Histórias do Oriente” (p.5-7), sobre migração oriental em Salvador, dispõe o texto das duas primeiras páginas de forma que lembrem a bandeira japonesa. Outro recurso mais interessante ainda (p.7) é, não sei se propositalmente, o seguinte. Textos dispostos em colunas separadas, com um ideograma e ilustração de dragão entre elas. A disposição dos elementos, acrescida da dinâmica da ilustração e do ideograma, remonta à escrita japonesa vertical. Estratégias interessantes, mas perdem um pouco da força ao serem usadas em conjunto, em tão poucas páginas.

“Ser ou não ser, eis a pressão” traz um ensaio de estúdio. A matéria trata de universitários que trocam de curso. Acertadamente o mesmo modelo aparece com figurinos “característicos” de diversas profissões diferentes. O miolo traz a seção Impressões, com ensaio fotográfico e texto de Thiago Martins. Além das deslumbrantes fotos de Monjolo, cidade interiorana de Minas Gerais, a composição das fotografias e o tipo utilizado fazem dessa dupla a mais interessante da revista.

A matéria sobre revistas baianas, a que mais me chamou atenção, traz um erro crasso. Abaixo de fotografia do número 2 da Lupa, traz a seguinte legenda: “Primeira revista da Faculdade de Comunicação da UFBA”. A Fraude (não citada), ainda em atividade e de vento em popa, é dois anos mais velha que a Lupa.

Ainda traz matérias sobre telejornalismo “popular” na Bahia, preconceito sexual nas escolas de ensino fundamental e médio, coletivo GIA, tatuagens. A seção ‘Cubo Mágico’, sempre criativa, traz textos em torno do tema “O Quarto”, inclusive um sobre o Armário, de autoria de Cadu Oliveira, blogueiro amigo. Fechando a revista, depois da tirinha Rabuga (bem-intencionada e com erro de ortografia), uma ilustração do sempre ótimo Daniel Bueno.

Em breve, postagem sobre o número 4. E, ainda neste semestre, cobertura do lançamento do quinto número.

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Blog da revista
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Portfólio e blog da diretora de arte, Alice Vargas

BAK

Revistas temáticas de artes visuais não faltam pela internet. É o tipo mais “fácil” de fazer e distribuir. Abrem-se submissões com algum tema, os editores recebem e escolhem entre centenas de trabalhos e distribuem em pdf ou flash.
Mas a BAK Magazine, a mais famosa, se diferencia das demais. Cada edição traz quase uma dúzia de entrevistas inteligentes com ilustradores, fotógrafos, designers ou artistas plásticos. O número 9 (capa ao lado), com o tema “Noite”, traz entrevista com Eugenio Recuenco, fotógrafo espanhol que já apareceu aqui neste blog.
Cada revista tem o tamanho de aproximadamente 35mbs. Vem em arquivo compactado, porque estão em formato executável, não se espantem. Usam o recurso, um pouco mais refinado da You Can Flip, de apresentar o documento manipulável, passando as páginas.

O primeiro número contém entrevista com Milton Glaser, design gráfico responsável por produtos memoráveis, como um pôster psicodélico para um concerto de Bob Dylan. A revista é bilíngue, em turco e inglês.