SMW 2017: vote e assista as melhores palestras sobre mídias sociais

Em setembro acontecerá mais uma edição brasileira do Social Media Week, um dos maiores eventos na área do mundo. Outra vez a organização decidiu fazer curadoria crowdsourced e há centenas de palestras que podem ser votadas. Fiz uma seleção de palestras com qualidade e relacionadas aos temas comuns aqui do blog. Aproveitem e não percam:

Quem é você atrás da tela: Dados e métodos de mídias sociais para pesquisa social – Débora Zanini e Jaqueline Buckstegge

Planejamento de Comunicação para Empreendedores – Taís Oliveira

Profissão Social Media: da teoria à prática – Pedro Meirelles

Afinal, o que as empresas esperam de um profissional de BI? – Ana Claudia Zandavalle e Juliana Freitas

Inteligência Artificial: Máquinas que aprendem…devemos ter medo? – Andrea Hiranaka

Influenciadores digitais: aliados das marcas na produção de conteúdo de precisão – Daniele Rodrigues

Indo além dos likes: mensurando resultados REAIS de Influenciadores em Mídias Sociais – Gabriel Ishida

Feminismo Online: Uma Lupa nos casos da Rede Globo com Text Mining e Grafos – Débora Zanini e Cristina Graciele

Branded Content Data: como utilizar dados de social media na elaboração do propósito de uma marca – Soraia Lima

Métricas não-óbvias em Social Media – Felipe Proto

O YouTube como vitrine para negócios múltiplos — e do bem – Francine Lima

Marketing Science para Anunciantes e Entusiastas – Guido Sarti

Falando para Você: O Poder das Audiências Personalizadas – Gabriel Ramanho

Social Media Week 2016: vote nas palestras que comporão a grade

Entre 12 e 16 de setembro acontecerá a edição 2016 do Social Media Week, evento do qual participei nas duas últimas edições, com as palestras “Análise de Comportamento nas Mídias Sociais” e “Linguística de Corpus no Monitoramento de Mídias Sociais“. O SMW é um excelente local para trocar ideias, conhecer e reencontrar novas pessoas.

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Assim como no último ano, a grade será construída parcialmente através de votos em palestras submetidas ao sistema do evento. Já há mais de 170 atividades cadastradas e listei algumas delas feitas por gente que confio e/ou com temas necessários:

Lista em construção! Ainda é possível se cadastrar para palestras. Confira

Social Media Brasil 2010

O Social Media Brasil é um dos maiores eventos brasileiros sobre mídias sociais. Acontecerá em São Paulo nos dias 24 e 25 de junho. São três espaços com mais de 30 palestras e debates, como:  Entender o ser humano é o principio das redes sociais, com Augusto de Franco da Escola de Redes; Uma análise SWOT das Mídias Sociais, com Patrícia Moura da Binder/Visão Estratégica; Criando uma experiencia mais social com o Facebook, com Julio Vasconcellos do Facebook; Como as eleições serão impactadas pelas redes sociais, com Marcelo Vitorino da Talk Interactive e Soninha Francine do PPS.

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As inscrições podem ser feitas até o dia 18/06 e custam 360 ou 300 reais (grupo). Promete ser um bom investimento que pode render muita troca de informação, networking e o prazer de conhecer boa parte das pessoas com quem troco conteúdo quase que diariamente sobre mídias sociais através das mídias sociais. Estarei lá.

TED – palestras sobre tecnologia, entretenimento e design

ted-talksIdeas worth spreading – ideias merecem compartilhamento. Mal traduzindo, é essa a missão de TED: Technology, Entertainment and Design. O projeto pretende fornecer gratuitamente para todo o mundo palestras de grandes nomes nestes três campos.

A organização dos vídeos é exemplar. Além das três grandes áreas que dão nome ao projeto, também há subdivisões por “tom” da palestra (intrigante, persuasiva etc) e etiquetas. Cada vídeo pode ser visto completo ou o usuário pode pular direto para algum tema abordado. Tudo em Creative Commons, podem ser baixados para desktop ou iTunes ou incorporadas em seu site ou blog.

Já marcaram presença, entre outros: Evan Williams, falando sobre Twitter; Philip Rosedale sobre Second Life; John Markoff sobre jornais impressos etc.

Uma das palestras que já vi é a de Scott McCloud, desenhista e teórico dos quadrinhos. Na palestra Understanding Comics, fala sobre visão, quadrinhos e as influências dos computadores e da internet em sua leitura:

– Ler o resumo de um capítulo de Desvendando os Quadrinhos
– Ver preços de Desvendando os Quadrinhos
– Créditos a Depois eu Falo pela notícia

Moda: perspectivas teóricas e artísticas

Aconteceu no dia 5 de novembro a palestra “Moda: perspectivas teóricas e artísticas“, reunindo o estilista Tarcisio Almeida e a pesquisadora Renata Pitombo. O evento teve lugar no auditório da Faculdade de Comunicação da UFBa.

Tarcisio Almeida – se é feito para o outro, não é arte?
O estilista, que cursa Direção Teatral, começou a sua exposição demonstrando que tem pensado sua arte também sob uma ótica teórica. Foi até a etimologia de design para deixar claro que o designer de moda é um profissional que trabalha com projeto, com um sistema que começa desde a pré-produção e tem de pensar até no descarte do objeto.

Pontuou que se desvincula de uma noção meramente estilística e estetizante da moda. Afinal, para elaborar suas peças, é preciso saber para quem está projetando, para onde vai etc. Ou seja, “se ele [o objeto] é feito para o outro, ele não é arte”. Não é arte naquele sentido retrógrado de arte pela arte, arte para satisfação pessoal apenas. E continuando a responder as perguntas formuladas na divulgação do evento, Tarcisio diz que é preciso acabar de vez com uma visão meramente ilustrativa ou decorativa da arte.

Definiu como uma das características de sua produção a relação entre a moda e a performance. Repensar as peças de vestuário em relação aos objetos de mobiliários, por exemplo, é uma questão abordada por alguns artistas.

Renata Pitombo – moda enquanto vetor expressivo
A pesquisadora começa fazendo referência novamente ao release do evento, que estabelece perguntas sobre a moda como arte, fenômeno midiático e consumo. Neste ano escreveu artigos relacionados a cada uma das peguntas: “Moda e estilo: Introdução a uma estética da moda” (pdf) para a Compós; Jornalismo de moda: crítica, feminilidade e arte (pdf), para a Reconcavos; e para a revista dObra[s], Moda como Modo de Vida.

Renata diz que moda é um produto de consumo porque se inscreve numa dinâmica industrial. Todos usam roupas, a experiência do corpo do outro é mediada por essa segunda pele. Cita Lipovetsky que, a partir de Baudrillard, toma a moda como a espinha dorsal da sociedade de consumo. Nesse sentido, “moda” deixa de ser algo relacionado apenas a vestuário para ser algo mais amplo, relacionado a dinâmica do consumo na sociedade contemporânea.

De Walter Benjamim, a sua reprodutibilidade técnica é utilizada para entender a moda prêt-a-porter, produzida em grande escala, mas com signos de diferenciamento. Guy Debord tratou do assunto ao falar da espetacularização do cotidiano e, logo, do vestuário. Baudrillard e suas reflexões sobre a sociedade de consumo são chave para entender a moda como busca da felicidade e o mito da igualdade.

Edgar Morin é citado porque tratou do star system do cinema hollywoodiano. As estrelas do cinema produzem padrões de beleza e comportamento para toda a sociedade. Pitombo fala da questão do uso de cigarro, incentivado pelo cinema, especialmente no caso das mulheres, que começaram a fumar socialmente a partir do sistema de estrelas.

Ao tomar moda como fenômeno midiático, a pesquisadora fala da dupla articulação entre imitação e distinção, questão já tratada por Zimmel e antes por Gabriel Tarde. O desejo de consumo é um modo de distinção social, mas também a busca do prazer.

Características próprias ao fenômeno moda vão se propagar por outras áreas da vida cotidiana: fenômeno cíclico; culto ao presenteísmo; apego aos detalhes; sedução como meta. A forma passa a “conformar” a vida cotidiana, e aí também pode se correlacionar o desenvolvimento do design de produto e embalagem, avanço das artes gráficas na publicidade etc.

Por “fim”, a polêmica moda x arte. A problemática da função é retomada. Pitombo diz que “antes de tudo a moda é algo da ordem funcional, logo não seria arte”, para alguns. Mas o funcional pode ser criativo e artístico sim. É uma discussão que tem século de vida, mas ainda é controversa. A pesquisadora fala do conceito de Pareyson chamado formatividade. A arte é tomada como uma atividade formativa. Afinal, “toda operosidade humana já tem em si mesma uma atividade intrínseca”.

+ Blog de Tarcisio Almeida
+ Alguns livros citados:
O Império de Efêmero, de Gilles Lipovetsky
A Sociedade de Consumo, de Jean Baudrillard
A Obra de Arte na Época de sua Reprodutibilidade Técnica, de Walter Benjamim (em Costa Lima)
A Sociedade do Espetáculo, de Guy Debord
As Estrelas: Mito e Sedução no Cinema, de Edgar Morin
Estética: Teoria da Formatividade, de Luigi Pareyson