Medindo a influência nas mídias sociais [4]: entrevista com Paulo Milreu

E as contribuições para o debate sobre influência nas mídias sociais continuam! Hoje publicamos a quarta entrevista desta série, que já conversou com Patrícia Moura, Eduardo Prange e Leandro Reinaux.

Hoje o papo é com Paulo Milreu, empreendedor e professor. Sócio das empresas SmartIS Agência Digital, do Laboratório de Novas Mídias Digitais e do Livebuzz, software de monitoramento e gestão de mídias sociais. Também é presidente da ACOPADi.

Como surgiu a ideia do Livebuzz? O que a software busca oferecer aos clientes?
A ideia surgiu em fevereiro de 2009 a partir da utilização que fazíamos de várias ferramentas gratuitas relacionadas a redes sociais, sejam elas de monitoramento, publicação, análise ou estatísticas, e na sequência a geração de relatórios em Excel. Percebíamos como a produtividade era baixa, como o cliente demandava agilidade e pedia sempre mais rápida a resposta e os indicadores. Então vimos que precisávamos de uma ferramenta que melhorasse nossa produtividade.

Desde o início o Livebuzz foi criado com o objetivo de colaborar na gestão do processo de atuação em mídias sociais, seja no monitoramento, publicação, marketing e métricas, seja com foco em agências ou empresas que poderiam usufruir dos benefícios de seus recursos.

O que define a influência nas mídias sociais, para você? Qual a importância de medi-la?
Acho impossível definir a influência nas mídias sociais. Acho que podemos apenas estimá-la, nos baseando em alguns métodos e indicadores dessa influência, e a partir daí construindo uma “história” de resultados que comprovem essa dita influência.

Um exemplo seria adotar o Klout, olhando seus 4 indicadores, para perfis que citam a marca (entendendo perfis como pessoas ou organizações com todas as suas redes sociais, e não contas em redes sociais separadamente) e criar assim uma análise histórica do relacionamento.

Como foi a decisão e o processo de incorporar o SIM Score e o Klout Score no Livebuzz?
No caso do último, a coleta de dados em inglês é um empecilho? Não queríamos criar nenhum indicador, pois acreditamos que cada agência ou empresa deve analisar quais indicadores são mais interessantes para sua análise. Assim, entendendo que o SIM Score tem um referência e já é adotado no mercado por algumas empresas, o incorporamos como opção para a análise de sentimento, podendo o analista o utilizar ou não.

Já o Klout, estavamos percebendo no mercado que o mesmo começava a despontar e ser utilizado, além de ser citado e analisado por vários sites e profissionais desse mercado, o referenciando. Vimos também a evolução do mesmo, incluindo Facebook e agora LinkedIn em sua análise, e a partir de contato com a equipe do Klout, recebemos autorização e o incorporamos.

Analistas de comunicação digital terão, algum dia, um escore básico e consensual no mercado para se basear? O Klout Score está tentando virar esse índice padrão, mas será que ele – ou qualquer outro – conseguirá?
Eu acredito que cada cliente, cada monitoramento e cada análise merecem uma avaliação e definição de indicadores específicos, bem como análises muito pontuais. É possível utilizar um escore básico como análise inicial, mas é importante evoluir a partir daí.

Eu acredito que qualquer indicador, seja SIM Score, Klout Score, PeerIndex ou outro, deva passar por uma sistemática aplicação em série histórica no processo de monitoramento, e uma análise aprofundada apontará se o mesmo é relevante ou não para o caso.

Que avanços futuros você vislumbra para o monitoramento e mensuração das mídias sociais?
Acho que as empresas esperam uma tecnologia de inteligência artificial mais assertiva para tornarem o processo mais rápido e com um custo menor. Acho que os analistas esperam que o mercado compreenda a importância da avaliação humana de contexto e cultura, elaborando um parecer mais completo e único.

Esperamos também profissionais mais preparados, com formação ampla e experiências múltiplas. As discussões devem também evoluir, e devemos compreender que o processo vai além do monitoramento.

Medindo a influência nas mídias sociais [3]: entrevista com Patrícia Moura

Continuando a série de entrevistas com o tema “Medindo a influência nas mídias sociais“. Estamos reunindo cerca de uma dúzia de profissionais para responder algumas questões, entre elas duas questões principais e polêmicas – (a) o que é influência nas mídias sociais?; (b) conseguiremos algum escore padrão de medição dessa influência?. Já entrevistamos anteriormente Eduardo Prange, do Seekr, e Leandro Reinaux do Tuit.in. Nas próximas postagens, mais entrevistas com desenvolvedores de ferramentas, professores, coordenadores e analistas de equipes de métricas e monitoramento.

Nesta terceira entrevista, falamos com Patrícia Moura (ou MissMoura), publicitária, coordenadora de mídias sociais na Binder/Visão Estratégica e professora da Pós-graduação em Gestão Estratégica de Marketing Digital do Instituto Igec/Facha.

 

Como você definiria a influência nas mídias sociais? Qual a importância de medir a influência de pessoas e organizações?
Se a recomendação é a essência do marketing digital, a influência é o fator chave para mensurarmos esta essência. Podemos tomar como influência a autoridade que um usuário tem para falar sobre um produto ou serviço e, dessa forma, a capacidade de persuadir a sua rede de contatos a aderir ou não a estes produtos e serviços. Aí está o seu poder e relevância.

Como as agências de publicidade mais tradicionais podem integrar práticas profissionais e métricas das diferentes mídias?
Em primeiro lugar, integrando os departamentos. Se as agências ainda não tiverem a consciência de que o resultado de seus esforços conjuntos é que irão gerar o resultados positivos para seus clientes, as métricas por si só, não dirão muita coisa.

O que é necessário para integrar melhor o mercado brasileiro e suas agências de publicidade, desenvolvedores de softwares e agências digitais?
Acredito que alguns eventos têm feito esse papel, mas ainda parte do interesse de cada indivíduo interessado em crescer profissionalmente e buscar informações.

Analistas de comunicação digital terão, algum dia, um escore básico e consensual no mercado para se basear? O Klout Score está tentando virar esse índice padrão, mas será que ele – ou qualquer outro – conseguirá?
Se o Google ou o Facebook lançarem um concorrente para o Klout, quem sabe? Não acredito no Klout como índice padrão, apenas como um ponto de partida, de uma análise que é muito profunda e complexa, principalmente, quando falamos de usuários brasileiros, script e posts patrocinados.

Que avanços futuros são necessários para a utilização da mensuração e monitoramento das mídias sociais nas agências?
O amadurecimento geral do mercado digital já seria um bom começo. Se toda agência digital criasse seu próprio núcleo de monitoramento e métricas, nós teríamos um mercado ainda mais aquecido. Mas, para isso, o bolo publicitário ainda precisa ser melhor repartido. Ou seja; temos um círculo vicioso de uma série de ações interdependentes e que nâo têm um ponto de partida.

Medindo a influência nas mídias sociais [2]: entrevista com Eduardo Prange

Mais uma entrevista da série “Medindo a influência nas mídias sociais“, que trará uma dúzia de profissionais para responder algumas questões, entre elas duas questões principais e polêmicas – (a) o que é influência nas mídias sociais?; (b) conseguiremos algum escore padrão de medição dessa influência?. Esta é a segunda entrevista da série, confira também a passada com Leandro Reinaux do Tuit.in. Nas próximas postagens, mais entrevistas com desenvolvedores de ferramentas, professores, coordenadores e analistas de equipes de métricas e monitoramento.

Hoje o entrevistado é o representante de um software de monitoramento pleno que surgiu ano passado e aumentou a competição no setor. Tive a oportunidade de conhecer o software em sua etapa de testes beta e pude acompanhar sua fase de evolução, na qual seus desenvolvedores agregaram sugestões e feedbacks dos clientes. Eduardo Prange é idealizador do Seekr, possui MBA em Gerenciamento de Marketing pelo INPG, MBA em Planejamento Estratégico e Marketing Interativo pela FIT – SP e é o especialista da empresa em métricas para mídias sociais.

Como surgiu a ideia do Seekr? O que o software busca oferecer aosclientes?
O Seekr nasceu de uma análise de mercado na busca por alguma solução que oferecesse algo além de um agrupamento de dados sobre marcas ou empresas e sim que entrasse na estratégia e possibilitasse uma gestão estratégica para o relacionamento entre empresas e consumidores, encurtando distâncias, antecipando crises e gerando insigths de oportunidades para o core business das organizações.

A busca constante do Seekr é o aprimoramento do monitoramento qualitativo ligado a gestão de marcas e principalmente oferecer um ambiente estratégicode relacionamento entre as marcas e seus públicos de interesse.

O que define a influência nas mídias sociais, para você? Qual aimportância de medi-la?
Enxergo influência como algo que deve ser medido com muita cautela. Antes de se pensar na influência, acredito que precisamos saber informações estratégicas de onde as empresas estão inseridas. Mapear os perfis do seu público de interesse, concorrentes, mercado e uma definição clara dos objetivos estratégicos da empresa (onde se quer chegar) para que aí sim identifique-se o que precisa ser medido.

No meu ponto de vista a influência passa a ser relevante a partir deste momento. Mapear quem são os principais defensores e agressores de sua empresa passa a ser algo estratégico no momento em que você tem clareza doque fazer com estas informações e efetivar ações para o aperfeiçoamento constante.

Como utilizar de forma efetiva módulos de Social CRM em softwares demonitoramento? Além dos dados demográficos, que índices podem seradicionados e/ou analisados?
Acredito que é necessário termos uma clareza de que as ferramentas são facilitadoras de processos humanos, mas que sem o papel da gestão e inteligência, cairemos em um nível operacional, discutindo funcionalidades e módulos e esqueceremos do que é o mais importante: Resultado!

Enxergo a parametrização de processos e a clareza do que realmente precisaser medido e provido pelos softwares como a forma mais inteligente de utilizar um módulo do Social CRM. Defendo a ideia de que o principal beneficio de um Social CRM está na possibilidade de tratar as pessoas realmente como pessoas e que isso por mais básico que possa parecer é uma prática pouco vista no mercado de quem trabalha com monitoramento de mídias sociais.

Identifico como os principais índices que serão extraídos dos módulos de Social CRM, os que estejam vinculados á análise de comportamento das pessoase isso sim permitirá com muito mais agilidade a efetivação de ações de marketing direto e relacionamento junto aos participantes das marcas.

Analistas de comunicação digital terão, algum dia, um escore básico econsensual no mercado para se basear? O Klout Score está tentando virar esseíndice padrão, mas será que ele – ou qualquer outro – conseguirá?
Para a primeira pergunta minha resposta é: Tomara que sim, isso facilitariae muito a vida dos profissionais de Social Media!

Quanto ao Klout, enxergo e percebo sua constante evolução mas não acredito que se consiga através de uma única ferramenta atender a todas as necessidades do mercado. Existem múltiplas variáveis para medição que se confrontam nos diferentes objetivos das empresas. Se tivesse que dizer que o Klout ou alguma outra ferramenta se concretizará como um índice padrão universal ousaria dizer que não acredito nisso, porém, enxergo na consolidação do Klout um tremendo avanço na visão estratégica de gestão e monitoramento de mídias sociais.

Que avanços futuros você vislumbra para o monitoramento e mensuração dasmídias sociais?
Acredito que a primeira onda já estamos vivendo. É a da migração da participação passiva das empresas para a participação ativa frente seus públicos de interesse através das mídias sociais. No meu ponto de vista asmarcas que evoluirem neste sentido enxergarão nos consumidores um enorme poder de P&D externo e os trarão para um ambiente de Crowdsourcing (inteligência coletiva), encurtando efetivamente a distância junto ao público e provendo assim um ambiente de construção colaborativo por quem mais entende da oferta das empresas: os clientes!

No momento em que isso acontecer, acredito que não monitoraremos somente as marcas, mas sim ideias, oportunidades e sairemos de um processo operacional e eventualmente tático de SMM e passaremos efetivamente a atuar em um ambiente estratégico de alto nível.

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Klout – relevância e influência na internet

Já falei aqui um pouco sobre o Klout, um aplicativo de classificação de presença online que atualmente analisa Twitter, Facebook e LinkedIn e oferece diversos indicadores sobre a rede, amplificação e influência das pessoas e organizações. O Nino Carvalho preparou uma excelente apresentação sobre o aplicativo. Veja: