Lançado em novembro de 2007, o quinto número da revista Fraude renovou praticamente todo o seu quadro de repórteres e designers. E, desta vez, podem ser chamados de repórteres de fato. Os textos deixaram de ser ensaísticos para serem jornalísticos e bem apurados. Também ao evoluindo em relação aos dois últimos números, a revista volta a ter muitas páginas dedicadas a Salvador.
“Cada caso é um caso” trata do abre-e-fecha das casas de show em Salvador. “Quem crer e for batizado será salvo” é um passeio pelo bairro do Bonfim. “Memórias em Série”, de Valéria Vilas Bôas, é um perfil do colecionador Humberto Miranda. O jornalista e ator Gabriel Camões escreve sobre as comédias e tragédias de quem quer ser ator em “Fábrica de Sonhos”. “Espera a chuva passar” é uma pequena crônica da repórter e moradora da residência universitária da UFBA.
Saindo do perímetro estrito da capital baiana, “O Preço da Cultura” discute a dinâmica do fomento cultura no Brasil. “Pouco se cria, muito se copia”, de Nina Santos, discorre sobre pirataria de moda. “Blogs, gays e capital político”, de João Barreto e Tanara Régis, mapeam o ciberativismo glbtt. A minha matéria trata do tardio reconhecimento dos videogames como forma de arte. A entrevista da edição é com ninguém menos que Armand Mattelart.
Esse número promoveu mais uma repaginada no projeto editorial e gráfico. Quanto ao primeiro, a divisão em editorias de reportagem se deu em: Cotidiano, Economia da Cultura e Ciber, com nomes auto-explicativos. Ainda traz mais duas seções. Preliminares são pequenos textos. E Imaginando é a seção de artes visuais. Neste número convidamos os fotógrafos do Labfoto Fabíola Freire, Mayla Pita e Wendell Wagner para repensar a fábula Chapeuzinho Vermelho. E pra fechar a revista, charge de Rodrigo Minêu.
Tive a oportunidade de dirigir a equipe de arte nesse número. Na capa tentamos manter o conceito Fraude mixando o cartaz do filme de Jonathan Dayton e Valerie Faris, Little Miss Sunshine, com personagens e objetos relacionados às matérias. No miolo, demos atenção à diagramação sequencial de algumas matérias. Na matéria sobre TV Pública e na matéria sobre ciberativismo fizemos uma transição de página direita para a página par seguinte, como se a folha se dobrasse sobre si mesma.
Na matéria “Pouco se cria, muito se copia” fiz algo mais sutil (ou imperceptível quando falho), uma transição do tipo transformação. Na página 13 pus anotações como “post-its” sobre a imagem recortada de uma modelo desfilando. Na páginas 15, pus a mesma imagem, mesmo tamanho e posição, mas com edição e aplicação de filtros para parecer uma fotocópia. E no lugar das inscrições dos “post-its” as palavras “ok” ou “mudar cor”. Pretendia-se que: 1) o estilo da imagem dá a sensação de cópia; 2) estar exatamente na mesma posição remetesse a papel carbono; 3) os post-its e a troca do texto dentro deles representassem a intencionalidade de alguém que copia.
Os textos do sexto número da revista estão prontos. Atualmente as equipes de arte (atualmente dou uma ajudinha eventual), assessoria e produção estão finalizando a revista e começando a divulgação. O lançamento está previsto para novembro, e o blog está sendo atualizado periodicamente.
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