Edward Burtynsky dedica sua lente a capturar a transformação (destruição?) da natureza pelo homem. É dele uma foto famosa mostrando uma paisagem toda formada por pneus amontoados. A foto acima é a minha preferida. O cinza em volta das poucas cores e a profusão de retas, formas tão artificiais. O enquadramento favorece essa sensação, com as duas paredes desse vão seguindo a “linha de fuga”. As paredes e os andaimes fornecem texturas formadas por subdivisões verticais e horizontais. E as formas arredondadas do centro também se destacam com a cor luminosa, em contraste com o cinza do resto da composição.
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Canvas
Futuro, Pele, Cor, Gênero e Preto são os cinco temas dos primeiros números da revista Canvas. O número sobre gênero, curiosamente, só traz androginia para mulheres usando roupas “masculinas”. O contrário não ocorre. A dupla acima é do número zero de estréia, de matéria com pequenos perfis de novos nomes da moda. Destaque para o ensaio sobre Carly Faragher.
Drexter
Revista Lupa #4
Outra matéria de destaque, é a “Parada de Puta”, sobre a Daspu. Em relação à fotografia, tenho de destacar o trabalho de Fabiane Oiticica e Davi Boaventura na matéria sobre Le Parkour. Impressões, desta vez, é criativa mas não tão bem executada.
O design não está tão inspirado quanto o foi no terceiro número. Mas temos alguns recursos interessantes. Na matéria “Indústria dos concursos”, a repetição horizontal do título em preto, branco e cinza conota serialidade industrial. Ilustrado traz trabalho lindo de Naara Nascimento. Cubo Mágico trouxe o tema “Sub-Versão”, e traz um texto ótimo de Cadu Oliveira desvendando Pinóquio.
A minha matéria, escrita com Cadu Oliveira, fala de alguns transformistas soteropolitanos, dificuldades e glórias da arte. Fizemos um ensaio no Labfoto com a transformista Valerie O’rarah. Fotografias por Fabíola Freire e produção por Wendell Wagner. Abaixo, o making of:
+ Mais
– Fotos do lançamento
– Blog da revista
– Download em pdf
– Portfólio e blog da diretora de arte, Alice Vargas
Parq
Seu primeiro número é de fevereiro deste ano. Mensal, a revista portuguesa Parq publica 20.000 exemplares e também é distribuída gratuitamente em pdf em um site bem criativo. Em alguns títulos de seções, o clichê de termos em inglês. “Really People” são pequenas entrevistas – um ou duas páginas -, com músicos, artistas plásticos, produtores. “You Must – Trends” é só a apresentação visual de produtos. Mas é bem criativa: as peças estão como que suspensas no ar, e a revista segue essa disposição em todos os números. “You Must – News” traz as imagens dos produtos acompanhados de pequenas críticas, assinadas divertidas. “View Point” são ensaios fotográficos ou cobertura de exposições, acompanhadas de resenha ou entrevista com o artista. “Soundstation” traz novidades da música, de dj’s semi-desconhecidos ao novo álbum de R.E.M. “Grande Entrevista” é auto-explicativo. A seção “Moda” traz ensaio fotográfico de moda, em torno de um ‘conceito’ por edição. Em “Central Parq”, por fim, reportagens e ensaios.
O design da Parq é bem pop. Abusa das cores saturadas e gradientes, mas de forma elegante. Essa elegância também pode ser encontrada no uso dos fios tipográficos. O conteúdo da revista, sejam imagens, sejam colunas textuais, é organizado entre fios lineares ou ornamentais. Justamente na resenha a “Letras Brancas”, de Stephanie Dermond, temos texto rosa em fundo branco. Cria um contraste cromático e textual com o título e as imagens e enfatiza a intencionalidade na escolha das cores, seja da revista, seja das peças em cerâmica. No segundo número, surpresa rara: crítica de revista, da Avant Garde. No quinto número, Pedro Marques é novamente convidado para falar de outra revista, a Interview.