Cadernos de Tipografia

A imagem ao lado é a capa do quarto Cadernos de Tipografia. Atualmente no seu nono número, a publicação é disponibilizada gratuitamente no Tipografos.net, portal referência em português sobre tipografia.

O primeiro e o segundo números, ainda tateantes, não tinham um tema ou núcleo definido. A partir do terceiro, entretanto, os cadernos começaram a ser mais íntegros internamente. Neste número, o tema foi Legibilidade. No quarto, da capa ao lado, tipografia da Bauhaus. No quinto, fontes romanas. Em seguida, dois números dedicados a tipografia “Made in USA”. O oitavo, tratou de reformas ortográficas.

O nono e mais recente, por fim, é sobre desenho de fontes. Começa com uma matéria sobre a Fontstruct, ferramenta sobre a qual já escrevi aqui. Mais curioso é o texto sobre Nü Shu, uma escrita exclusivamente feminina de uma região chinesa. Finalizando o caderno, ótimo texto sobre a publicação de Jan Tschichold chamada “Tipografia Elementar.

A Prática do Design Gráfico – uma metodologia criativa, de Rodolfo Fuentes

Rodolfo Fuentes, designer uruguaio, apresenta em A Prática do Design Gráfico – uma metodologia criativa um manual direto e conciso. É dividido em: A necessidade do design; Concepção; Concretização; Controle, avaliação e crítica; Os processos internos; O designer em seu contexto; e anexos.É um elegante livro quadrado [quase] e amarelinho, de 144 páginas. Atualíssimo – de 2005 -, Fuentes abre o livro definindo projeto e explicitando o papel do design na comunicação. Para isso, começa o livro explicando por onde o designer deve começar: analisando a necessidade específica, comunicação já utilizada, definição de pautas de marketing, adequação orçamentária, implicações ético-morais e codificações culturais.

Em seguida, pesquisa: concorrência local, referências internacionais, elementos históricos e inclusão social. No capítulo seguinte, métodos de criação. O repertório e as decisões do designer são discutidas, para partir para a expressão gráfica, layout e arte-final. Concretização trata de aspectos que o autor chama de “estruturais” (escala, tipografia, cor e suporte), dos diferentes tipos de imagem (fotografia, ilustração etc) e de métodos de pré-impressão, impressão e acabamento, incluindo uma “check-list” bem útil.

Controle, avaliação e crítica tem um título auto-explicativo. Trata de controle no processo gráfico propriamento dito e controle no processo virtual. Algumas questões sobre qualidade, crítica e a relevância e aplicabilidade da autocrítica também são levantadas. Os processos internos, bem curtinho, discute o próprio designer, sua formação e relacionamento com o cliente.O designer em seu contexto finaliza o livro confrontando a profissão de designer e seu papel na cultura e sociedade. Anexos traz pequenos ensaios e manifestos. Ocorrência e design, de Fritjof Capra é o mais suculento, e discute o conceito de “estruturas ocorrentes”, tema caro a Fuentes, pelo que é indicado ao chamar o designer, apropriadamente, de “o estruturador invisível”.

Links para compra aqui.

Zupi #9

Uma revista diferente. Uma revista criada para designers por quem entende de design. Com o conteúdo que os designers querem ver. Pouco texto, muita informação e bastante imagem.”

As informações acima constam na página da Zupi. A revista é assim mesmo, para o bem e para o mal. Em 104 páginas coloridas por r$14, o número nove traz no miolo a seção ‘Galeria’ com 26 páginas de ilustrações. Tenho de mencionar: Marcelo Daldoce (já postei sobre ele), Ninhol, e o Pabllo de Lá Cruz, que não tem site.

O confesso pouco texto se limita a entrevista com Marcos Lopez, matéria sobre Sand Arte e alguns boxes nas seções de perfil e portifólio. Sem dúvida é um “must-have”, mas comprei esperando mais texto, seja jornalístico strictu sensu, seja crítico. Mas, se por um lado ser feita por designers faz com que o produto seja recheado de qualidade visual, por outro a falta de jornalistas fica patente. Na verdade, pra ser rigoroso, há uma (apenas) jornalista responsável, o que reforça a idéia de que é uma proposta “editorial” este formato.

Pra falar de produção gráfica, um pecado surpreendente. Uma fotografia do Marcos Lopez, citação à Santa Ceia, preenche a metade superior da dupla 22-23: adivinha que “personagem” some na dobra? O texto sobre Michael Knapp mais parecem anotações dispersas de um artigo de Wikipedia mal-feito. O texto sobre Sand Art é bom, apesar de burocrático: uma fonte, duas fontes, histórico, outra fonte, ponto final. A revista ainda conta com uma seção chamada “top sites”, com imagens, texto e endereço (claro) de páginas criativas. A capa e contra-capa trazem trabalhos de Yusk Imai. Dentro da revista, injustas duas páginas para o moço, com o melhor texto do número.

Para os leitores soteropolitanos, um aviso. Algo que sempre me desmotivou em comprá-la foi sua distribuição: segundo a página da revista, só é vendida na banca do Aeroporto. Mentira. Achei a minha por acaso. O dono da banca King’s, seu Reginaldo, simpático, atencioso e ávido por vender mais me deu até cartão de visita. Quem quiser comprar, é só ir em sua banca, que fica no Campo Grande ou até ligar antes: 3336-6663 (será intencional?). Trimestral, a próxima sai em agosto. Mas eu deixei um exemplar (o amassado) lá, para outro sortudo.

Design e Comunicação Visual na Bahia: Técnicas de Sinalização, de Sônia Castro

Lançado em 2004, Design e Comunicação Visual na Bahia: Técnicas de Sinalização foi escrito por Sônia Castro, uma das responsáveis pela implantação do primeiro curso de design na Bahia. Na primeira folheda atenta, contudo, a edição da EDUFBA decepciona: impressão ruim e tipografia confusa. A seção de abertura do livro é o basicão de qualquer livro de história do design. Antecedentes, Arts & Crafts, Art Nouveau, União Soviética, Bauhaus etc…

A segunda parte é bem interessante. Mais histórica, digamos assim, fala da indústria gráfica da Bahia nos tempos da colônia, passa pela ditadura militar e chega à década de 90 e novas tecnologias. Chega a listar nomes e pequeno histórico (e alguns trabalhos, às vezes) de dezenas e dezenas de designers baianos. A terceira parte, por fim, trata de sinalização. Para tanto, começa com identidade corporativa, símbolos, história da escrita para chegar a sinalização contemporânea propriamente dita, incluindo especificações técnicas.

É um livro um tanto quanto desarmônico, mas tem seus méritos no segundo e terceiro capítulos, a depender do leitor. Tive sorte porque design na Bahia me interessa, além de nunca ter lido nada específico sobre sinalização. Relativamente barato, vale a pena. Está a venda na Livraria Cultura.

Graphic Design That Works

Graphic Design That Works: Secrets for Successful Logo, Magazine, Brochure, Promotion, and Identity Design é uma coletânea publicada pela Rockport Publishers a partir de outros cinco livros da editora. Essa edição se foca em “estudos de caso”. Apresenta exemplos de marcas, revistas etc com críticas dos autores e/ou comentários dos criadores.

A seção sobre revistas é baseada em Magazine Design That Works, da Stacey King e traz textos sobre grelha, processo criativo e redesign. São 352 páginas coloridas, mas o tamanho da fonte do texto é beem pequeno. Mas nada que não faça valer a compilação.

Segue um trecho, sobre o uso de grelhas em revistas:

As a magazine reader, you never see a grid. It’s an invisible set of guides, usually printed on a paper template or set in a template file with a designer’s layout software. Quite simply, its purpose is to guide designers in placing text and images.

The gris helps define the format of the magazine – its overall look and feel. It can be responsible for how sporadically or neatly elements are placed on a page, how clean or crowded a page looks, and whether a page is full of illustration or text.”

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