Medindo a influência nas mídias sociais [2]: entrevista com Eduardo Prange

Mais uma entrevista da série “Medindo a influência nas mídias sociais“, que trará uma dúzia de profissionais para responder algumas questões, entre elas duas questões principais e polêmicas – (a) o que é influência nas mídias sociais?; (b) conseguiremos algum escore padrão de medição dessa influência?. Esta é a segunda entrevista da série, confira também a passada com Leandro Reinaux do Tuit.in. Nas próximas postagens, mais entrevistas com desenvolvedores de ferramentas, professores, coordenadores e analistas de equipes de métricas e monitoramento.

Hoje o entrevistado é o representante de um software de monitoramento pleno que surgiu ano passado e aumentou a competição no setor. Tive a oportunidade de conhecer o software em sua etapa de testes beta e pude acompanhar sua fase de evolução, na qual seus desenvolvedores agregaram sugestões e feedbacks dos clientes. Eduardo Prange é idealizador do Seekr, possui MBA em Gerenciamento de Marketing pelo INPG, MBA em Planejamento Estratégico e Marketing Interativo pela FIT – SP e é o especialista da empresa em métricas para mídias sociais.

Como surgiu a ideia do Seekr? O que o software busca oferecer aosclientes?
O Seekr nasceu de uma análise de mercado na busca por alguma solução que oferecesse algo além de um agrupamento de dados sobre marcas ou empresas e sim que entrasse na estratégia e possibilitasse uma gestão estratégica para o relacionamento entre empresas e consumidores, encurtando distâncias, antecipando crises e gerando insigths de oportunidades para o core business das organizações.

A busca constante do Seekr é o aprimoramento do monitoramento qualitativo ligado a gestão de marcas e principalmente oferecer um ambiente estratégicode relacionamento entre as marcas e seus públicos de interesse.

O que define a influência nas mídias sociais, para você? Qual aimportância de medi-la?
Enxergo influência como algo que deve ser medido com muita cautela. Antes de se pensar na influência, acredito que precisamos saber informações estratégicas de onde as empresas estão inseridas. Mapear os perfis do seu público de interesse, concorrentes, mercado e uma definição clara dos objetivos estratégicos da empresa (onde se quer chegar) para que aí sim identifique-se o que precisa ser medido.

No meu ponto de vista a influência passa a ser relevante a partir deste momento. Mapear quem são os principais defensores e agressores de sua empresa passa a ser algo estratégico no momento em que você tem clareza doque fazer com estas informações e efetivar ações para o aperfeiçoamento constante.

Como utilizar de forma efetiva módulos de Social CRM em softwares demonitoramento? Além dos dados demográficos, que índices podem seradicionados e/ou analisados?
Acredito que é necessário termos uma clareza de que as ferramentas são facilitadoras de processos humanos, mas que sem o papel da gestão e inteligência, cairemos em um nível operacional, discutindo funcionalidades e módulos e esqueceremos do que é o mais importante: Resultado!

Enxergo a parametrização de processos e a clareza do que realmente precisaser medido e provido pelos softwares como a forma mais inteligente de utilizar um módulo do Social CRM. Defendo a ideia de que o principal beneficio de um Social CRM está na possibilidade de tratar as pessoas realmente como pessoas e que isso por mais básico que possa parecer é uma prática pouco vista no mercado de quem trabalha com monitoramento de mídias sociais.

Identifico como os principais índices que serão extraídos dos módulos de Social CRM, os que estejam vinculados á análise de comportamento das pessoase isso sim permitirá com muito mais agilidade a efetivação de ações de marketing direto e relacionamento junto aos participantes das marcas.

Analistas de comunicação digital terão, algum dia, um escore básico econsensual no mercado para se basear? O Klout Score está tentando virar esseíndice padrão, mas será que ele – ou qualquer outro – conseguirá?
Para a primeira pergunta minha resposta é: Tomara que sim, isso facilitariae muito a vida dos profissionais de Social Media!

Quanto ao Klout, enxergo e percebo sua constante evolução mas não acredito que se consiga através de uma única ferramenta atender a todas as necessidades do mercado. Existem múltiplas variáveis para medição que se confrontam nos diferentes objetivos das empresas. Se tivesse que dizer que o Klout ou alguma outra ferramenta se concretizará como um índice padrão universal ousaria dizer que não acredito nisso, porém, enxergo na consolidação do Klout um tremendo avanço na visão estratégica de gestão e monitoramento de mídias sociais.

Que avanços futuros você vislumbra para o monitoramento e mensuração dasmídias sociais?
Acredito que a primeira onda já estamos vivendo. É a da migração da participação passiva das empresas para a participação ativa frente seus públicos de interesse através das mídias sociais. No meu ponto de vista asmarcas que evoluirem neste sentido enxergarão nos consumidores um enorme poder de P&D externo e os trarão para um ambiente de Crowdsourcing (inteligência coletiva), encurtando efetivamente a distância junto ao público e provendo assim um ambiente de construção colaborativo por quem mais entende da oferta das empresas: os clientes!

No momento em que isso acontecer, acredito que não monitoraremos somente as marcas, mas sim ideias, oportunidades e sairemos de um processo operacional e eventualmente tático de SMM e passaremos efetivamente a atuar em um ambiente estratégico de alto nível.

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Oficina de Monitoramento Online e Coleta de Dados para Pesquisa Acadêmica

Renata Cerqueira e Marcel Ayres, meus sócios na PaperCliQ, apresentaram a seguinte oficina no IV Simpósio da ABCiber deste ano, ocorrido na UFRJ. A ideia da oficina foi apresentar os softwares comerciais de monitoramento – como Scup e Seekr, como ferramentas para o pesquisador acadêmico.

O conteúdo da oficina, entretanto, é abrangente e serve para o analista ou planejador de mídias sociais e monitoramento entender melhor este serviço. Ainda serve, é claro, para quem quer ter um primeiro contato com as possibilidades do monitoramento de marcas e conversações. Marcel e Renata falam de: Registro, Resgate, Processamento e Classificação; Ambientes Online; Softwares de Monitoramento; Etapas de Planejamento e Análise; Visualização da Informação; Reflexões: questões éticas, limites e potencialidades.

Confira: