Princípio da Não-Discriminação: ausente na proteção de dados em saúde no país

Na última quinta-feira, o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Coletivo Intervozes lançaram, durante o 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), o Resumo Executivo da pesquisa inédita “Proteção de Dados Pessoais em Serviços de Saúde Digital no Brasil”. O resumo aponta para uma falta de transparência no compartilhamento de dados coletados por serviços de saúde no país. A pesquisa atuou em diferentes etapas, incluindo a análise da produção científica mais recente sobre as implicações e os impactos da tecnologia no sistema de saúde; a compreensão de como governos e corporações vêm formulando e operacionalizando regulações a respeito do uso de dados pessoais na saúde; a compreensão das percepções de usuários, profissionais e gestores de sistemas públicos e do setor privado sobre o tema da proteção de dados pessoais; e a construção de um inventário de tecnologias digitais, com base nas entrevistas realizadas e na revisão bibliográfica.

Entre os ricos dados analisados, a pesquisa analisou documentos como normas de conselhos profissionais e de legislação federal. O gráfico abaixo mostra que apenas cerca de 10% mencionam de algum modo o princípio da Não-Discriminação, um dos presentes na Lei Geral de Proteção de Dados:

Post com informações do portal do ICICT. Leia mais e acesse o arquivo da pesquisa em https://www.icict.fiocruz.br/content/abrascao-2022-icict-idec-e-intervozes-apresentam-pesquisa-sobre-protecao-de-dados-em-saude

Racismo algorítmico e proteção de dados

Nos últimos dias 26 e 27, foi realizado o Seminário Proteção de Dados e os Impactos Sociais na Escola Legislativa da ALERJ. Em duas mesas foram debatidos temáticas sobre proteção de dados, racismo algorítmico, reconhecimento facial e internet com a participação de pesquisadores do Direito, Comunicação, Segurança Pública e Engenharia.

Tive a honra de participar do primeiro dia de debate junto a Estela Aranha, jurista e presidente da Comissão de Proteção de Dados e Privacidade da OAB-RJ ; e Pablo Nunes, cientista político e coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC/UCAM). A mediação foi realizada por Ana Carolina Lima, idealizadora do AqualtuneLab:

No segundo dia, o debate “Tecnologia e Exclusão: os desafios para as políticas públicas” reuniu a professora Caitlin Mulholland, o tecnologista Diego Cerqueira (ITS) e Debora Pio, Gestora de Comunicação do NOSSAS, com mediação de Arthur Almeida.