Pesquisa sobre o Profissional de Monitoramento, Mensuração e Social Analytics no Brasil (2013)

Em 2013, pelo terceiro ano consecutivo, realizei uma pesquisa de levantamento sobre algumas características, opiniões e práticas dos profissionais brasileiros de monitoramento, mensuração e analytics. Os resultados foram bem interessantes, especialmente quanto às regularidades e flutuações deste fascinante mercado.

Os resultados, que reuniram as respostas de 161 profissionais, podem ser vistos na apresentação abaixo:

Destaques em Perfil e Práticas:

  • O crescimento do uso do Facebook Insights e Socialbakers reflete a ênfase que o mercado brasileiro dá ao Facebook, que tornou-se a plataforma central das estratégias digitais em muitos casos;
  • A queda no uso de ferramentas de gestão como Hootsuite e Tweetdeck é em parte explicada pelo menor uso corporativo do Twitter em 2013 e pelo uso das ferramentas de gestão das próprias mídias sociais como, por exemplo, o agendamento no Facebook;
  • Além de particularidades do próprio escopo da pesquisa (que neste ano explicitou englobar a área de mensuração), a lembrança dos respondentes de ferramentas de web analytics demonstra que o ROI financeiro está sendo cada vez mais buscado;
  • Ferramentas brasileiras lideram as principais posições no setor de monitoramento de mídias sociais, enquanto ferramentas de mensuração e social analytics são predominante internacionais;
  • Aspectos relacionados ao gerenciamento e análise dos dados foram bastante citados na pergunta sobre as ferramentas. Demanda por Customização de Dashboards, melhor Manejo e Cruzamento de Dados são itens que denotam uma força profissional mais especializada e experiente;
  • Engajamento permanece como o grande valor das mídias sociais, seja como Âmbito de Métricas, seja indiretamente como Objetivo de Comunicação

Destaques sobre a Formação:

  • A fatia de usuários que aprendem com Cursos e Eventos cresceu, enquanto os que aprenderam através de Material Online diminuiu. Isto aponta também um maior atendimento das demandas educacionais
  • Pós-Graduações e Universidades, apesar de ainda representarem fatias minoritárias, aumentaram sua importância neste ano. Os respondentes podem perceber o impacto de disciplinas relacionadas à área em alguns casos e, noutros, a atualização de ementas e grades curriculares é o motivo;
  • Nos últimos anos vimos inúmeras pós em Marketing Digital englobarem disciplinas sobre a área. Em 2014, estão sendo abertos cursos exclusivamente voltados à análise e inteligência digital e nas mídias sociais;
  • Apesar do Engajamento ser o valor mais observado, em termos de força profissional trata-se de uma área mais ligada à Publicidade do que à outras especialidades de Comunicação mais historicamente ao relacionamento de longo prazo, como elações Públicas.

Destaques sobre a Valorização Profissional:

  • Sites, blogs e projetos de educação de mercado fomentados pelas principais ferramentas brasileiras apresentaram-se como uma importante Fonte de Informação listada pelos participantes. O segmento de ferramentas de monitoramento pleno é dominado por fornecedores brasileiros que, em sua maioria, surgiram a partir de projetos dentro de agências ou consultorias e se transformaram em produtos;
  • A distribuição salarial apresentou avanços em relação à pesquisa realizada no ano anterior. Atribuímos isto ao fato de que mais coordenadores e gerentes são necessários no atual momento do mercado, o que acarreta um maior número de profissionais com remuneração acima da média;
  • Compreender profundamente Ferramentas, Métricas e Análise de Dados foram os principais pontos citados pelos respondentes quanto à sua melhoria profissional. Porém, itens mais específicos como Metodologia, Análise de Redes e Fundamentação Teórica/Conceitual do trabalho também foram mencionados.

Para conferir e comparar os resultados com as pesquisas dos anos anteriores, só acessar:

12 livros para o profissional de mídias sociais ler em 2011 – parte 1

No final do ano passado publiquei 12 livros para o profissional de mídias sociais ler em 2010 (ver parte 1, parte 2, parte 3, parte 4). Vou repetir a dose este ano, mas com um espaçamento de tempo maior. A cada quinzena vou falar sobre três livros por aqui.

#MidiasSociais: Perspectivas, Tendências e Reflexões
Orgulhosamente fazendo jabá do ebook que co-organizei junto com Danila Dourado, Marcel Ayres, Renata Cerqueira e lançamos em setembro de 2010. Deu bastante trabalho, mas foi recompensador. São sete seções de artigos de grandes profissionais brasileiros e espanhóis, falando sobre temas como: planejamento de comunicação, monitoramento, coolhunting, novas mídias, educação, inteligência coletiva etc.

Entre as 150 páginas e 17 artigos publicados, os estilos de texto, óticas e opiniões compõem um pequeno resumo das experiências de profissionais que enfrentam, dia a dia, o desafio de executar bem o trabalho, convencer clientes e ainda compartilhar seu conhecimento. O ebook, gratuito, pode ser lido e baixado em www.slideshare.net/papercliq/ebook-midias-sociais-perspectivas-tendencias-reflexoes

A segunda e a terceira dica são dois livros que tratam de memória digital, com opiniões bastante contrastantes . O motivo de indicar dois livros sobre memória digital é simples: características e desenvolvimentos em torno da memória digital estão envolvidos diretamente com a preocupação sobre reputação das marcas na web.

Em Delete – the virtue of forgetting in the digital age, por exemplo, Viktor Mayer-Schonberger procura explicar para o leitor como, hoje, seria mais fácil lembrar do que esquecer. Para o autor, a memória digital traz mais malefícios do que benefícios e, no final das contas, o que pretende com o livro é propor a “volta do esquecimento”. Por exemplo: limite de tempo em que uma informação pode ser armazenada em uma base de dados.

Através dos capítulos do livro, o autor apresenta as questões em relação à memória digital de uma forma bem sistematizada. Por exemplo, define e discorre sobre os motivadores do declínio do esquecimento, como digitalização, alcance global, recuperação fácil, armazenamento. Também fala dos perigos de algumas características da memória digital, como abrangência, acessibilidade e durabilidade.

Enquanto Mayer-Schonberger lamenta a “memória completa”, os autores de O Futuro da Memória – Como essa transformação mudará tudo o que conhecemos festejam e agem para que a humanidade alcance o sonho da memória completa sobre as experiências humanas. Gordon Bell e Jim Gemmel são pesquisadores da Microsoft e desenvolvem dispositivos como o MyLifeBits, projetados para armazenar através de texto, fotografia e vídeos toda a vida de quem os usa.

Com prefácio de Bill Gates, o livro é dividido em três partes. Na primeira, os autores falam do projeto MyLifeBits, escrevem sobre memória, biomemória e “e-memory”. No segundo falam do impacto da memória digital pros Âmbitos do trabalho, saúde, aprendizagem, vida diária e pós-vida. No último, escrevem sobre como a pessoa comum poderá abraçar essa revolução da maneira mais proveitosa e saudável.

Para entender a comunicação online, estes dois livros completam-se no que se refere à memória digital. Entender a importância, por exemplo, da reputação, monitoramento, boca a boca, favoritamento e recomendação social em um contexto no qual as interações e publicações são armazenadas passa pela memória. Veja duas apresentações minha sobre o tema: O declínio do esquecimento e Registro e Uso dos Traços Informacionais em Sites de Redes Sociais.

Daqui a duas semanas, mais três dicas de livros. Aguarde e assine o feed do blog pra não perder nada: http://feeds2.feedburner.com/tarciziosilva