Design Brasileiro em Cannes Lions

Por meio de um convênio entre a Associação Brasileira de Empresas de Design (Abedesign) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o Brasil pôde liderar no número de inscrições na categoria Design, no Festival Cannes Lions. Foi uma iniciativa conjunta para promover o design brasileiro e, com isso, favorecer expostações, investimentos e o próprio reconhecimento do nosso design. Tal esforço deu resultados. O país trouxe 7 leões, mais que os seis da expectativa.

O vídeo abaixo é a apresentação do case da Identidade Visual das Havaianas . que trouxe um Leão de Ouro. Ainda vieram para o país mais 3 pratas e 3 bronzes.

O Design Gráfico Brasileiro: Anos 60

o-design-grafico-brasileiro-anos-60-chico-homem-de-meloChico Homem de Melo é o organizador deste livro da Cosac Naify, que segue O Design Brasileiro Antes do Design, organizado por Rafael Cardoso. Desta vez são seis ensaios, contando com a introdução, que é extensa e repleta de exemplos e análises de designs.

Os dois ensaios seguintes são também de Chico Homem de Melo. O primeiro é  Design de Livros: Muitas Capas, Muitas Caras. Ao longo do texto o autor passa por vários designers, tipógrafos e ilustradores de capas de livros, como Moysés Baumstein, sobre o qual já escrevi neste singelo blog.

O outro é Design de Revistas: Senhor está para a ilustração assim como Realidade está para a fotografia. De título grandioso, é realmente um ótimo ensaio sobre duas revistas brasileiras antológicas, que puseram o melhor da ilustração e da fotografia a serviço do que existia de melhor em literário e jornalístico no país. No final do post, um trecho deste ensaio.

Rogério Duarte, designer baiano, é o tema do quarto texto, de Jorge Caê Rodrigues. Responsável por parte do discurso gráfico do tropicalismo, produziu as capas dos disco homônimos de Gilberto Gil e de Caetano Veloso de 1968. Também foi autor do clássico cartaz de Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha. Jorge Caê Rodrigues também aborda um pouco – o suficiente -, da vida controvertida de Duarte, com informações necessárias para entender este artista polêmico.

André Stolarski escreveu o texto A Identidade Visual Toma Corpo, mostrando o estabelecimento de padrões de identidade visual em algumas empresas e produtos brasileiros, a partir da atuação de designers do porte de Alexandre Wollner, Cauduro Martino, Aloísio Magalhães e Ruben Martins.

Fechando o livro, De Costas Para o Brasil, O Ensino de Um Design Internacionalista é uma crítica contudente feita por João de Souza Leite sobre a replicação de modelos de ensino de escolas européias, como a Ulm, sem levar em conta as especificidades do Brasil.

É deste livro um trecho com o qual pretendo abrir a introdução do meu Trabalho de Conclusão de Curso. Mesmo que eu frequentemente eu não concorde com algumas das idéias de Chico Homem de Melo (como a comparação com o cinema, como se a revista e a arte sequencial fossem posteriores à sétima arte), o texto abaixo toca em várias das muitas matérias significantes com as quais o designer de revistas tem de lidar:

A matéria sobre Arrelia é primorosa. Lembremos ser ele um palhaço terlevisivo, à frente de um programa dominical que permanceu décadas no ar. À inversão presente nos textos corresponde uma inversão análoga nas imagens: a postura sisuda e distante estampada no sóbrio preto-e-branco da primeira foto – quase uma pintura – é substituída pelo retrato colorido e acolhedor do palhaço. No canto, o passo-a-passo da transformação, na forma de um curto storyboard. A virada da página corresponde exatamente ao corte da cena.”

Já publiquei esta matéria em outro post, no qual escrevo sobre esta diagramação sequencial.

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O Design Brasileiro Antes do Design – Aspectos da História Gráfica, 1870-1960

o-design-brasileiro-antes-do-designMuitos consideram a criação da ESDI, em 1963, como o marco inicial do design brasileiro. Mas, apesar de que o termo “design” só foi utilizado no país a partir dessa época, algumas práticas anteriores evidenciam que a história gráfica do Brasil entre 1870 e 1960 apresentou inúmeras manifestações do que pode ser chamado hoje de design. É isso que Rafael Cardoso, organizador do livro O Design Brasileiro Antes do Design prova através dos ensaios selecionados.

O primeiro texto é A circulação de imagens no Brasil oitocentista: uma história com marca registrada, no qual Lívia Lazzaro Rezende escreve sobre desenho de marcas e embalagens no final do século XIX.

Em seguida, Do gráfico ao foto-gráfico: a presença da fotografia nos impressos, trata do início da utilização de fotografia em periódicos, revistas ilustradas e álbuns. Texto de Joaquim Marçal Ferreira de Andrade.

A Maçã e a renovação do design editorial na década de 1920, no qual Aline Haluch escreve sobre esta e outras publicações lançadas no início do século, abre um miolo com cinco textos sobre design editorial.

O texto seguinte, de Julieta Costa Sobral, dedicado a J. Carlos, sobre o qual já escrevi neste blog. Do organizador Rafael Cardoso, O início do design de livros no Brasil. De Edna Lúcia Cunha Lina & Márcia Christina Ferreira, o texto Santa Rosa: um designer a serviço da literatura. Também em torno de um artista é o texto Ernst Zeuner e a Livraria Globo, sobre o artista alemão radicado no Brasil.

Em Os baralhos da Copag entre 1920 e 1960 Priscila Farias fala dessa indústria, que pede um design “invisível”:

“[…] o apego às tradições e o respeito a convenções estabelecidas historicamente são fundamentais para garantir a identidade e permanência dos jogos tradicionais. Some-se a isso a resistência de jogadores e fabricantes a aceitar novidades, justificada pelo fato de que certas mudanças poderiam incentivar ou favorecer a fraude, e o resultado é que podemos encontrar nas cartas de jogar, assim como na tipografia tradicional, registros visuais bastante precisos dos gostos e costumes de eras remotas.”

E, para fechar o livro, Capas de discos: os primeiros anos, de Egeu Laus. Neste blog já foi publicado um texto sobre César G. Villela.

O livro, publicado pela Cosac Naify, foi editado com várias sobrecapas diferentes. Por baixo destas, uma capa vermelha (acho que 75% dos livros sobre design tem capa vermelha) com fio tipográfico delimitando o espaço do título e nome do autor.

É um livro fascinante da primeira à última página. São 360 recheadas de ilustrações, com um projeto gráfico excelente. No ano seguinte a editora lançou O Design Gráfico Brasileiro: Anos 60, organizado por Chico Homem de Melo, que será resenhado em breve. Por enquanto, leia o post sobre um dos ensaios.

Rafael Cardoso é um dos maiores historiadores do design, brasileiro ou não. Também é autor, entre outros livros, de Uma Introdução à História do Design.

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Eliseu Visconti – Caixa Cultural de Salvador

eliseu-visconti-bibliotheca-nacional-do-rio-de-janeiroDe nascença, Eliseu Visconti é italiano. Nasceu em Giffoni Valle Piana em 1866. Muito cedo, entretanto, veio para o Brasil com os pais. Depois de estudar  no Liceu de Artes e Ofícios e na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, conseguiu uma bolsa e foi estudar na França, passando pela École Nationale et Spéciale des Beaux-Arts e pela École Guérin. Lá foi aluno de Eugène Grasset e conheceu a Art Nouveau. De volta ao Brasil, foi um dos introdutores deste estilo em ilustração, decoração, design gráfico e pintura.

Sua obra mais conhecida é a decoração do Theatro Municial do Rio de Janeiro. Até 8 de março a reprodução destes paineis mais trabalhos de Eliseu Visconti em pinturas, cartazes, ex-libris, selos, capas de revista, cartões, cerâmica e decoração estarão expostos na Caixa Cultural de Salvador , na exposição Eliseu Visconti – Arte e Design. A curadoria é de Rafael Cardoso, historiador do desgin brasileiro e organizador do livro O Design Brasileiro Antes do Design.

A exposição já passou pelo Rio de Janeiro e por São Paulo, em 2008. Neste ano, depois de Salvador, tomará lugar em Brasília.

A entrada é franca. O espaço está aberto de terça a domingo, das 9h às 18h e fica na Carlos Gomes, n°57.

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almanaque – enciclopédia do design

almanaque-enciclopadia-do-design-rogario-duarteO almanaque é uma pequena enciclopédia sobre design hospedada no site Rede Design Brasil.  A imagem ao lado é um printscreen do artigo sobre Rogério Duarte, o designer baiano responsável pelo discurso gráfico do tropicalismo. Contêm textos de Ethel Leon, Geraldo Pougy e Kando Fukushima.  No mesmo site, um “abc do design“, produzido pelo Sebrae de São Paulo, lista de efemérides, frases e sites relevantes.

A Rede Design Brasil tem como objetivo “promover a integração, a convergência e a cooperação entre as diversas ações na área do design em todo o país.  Para isso o site DesignBrasil vai incentivar a interação e a troca de informações entre profissionais, estudantes, empresários e todos os que vivem design no Brasil.” Dentro do site, também é mantido o Observatório Design Brasil.

Está longe de cumprir todo o seu potencial, em parte pela desatualização dos mecanismos de colaboração, mas é sem dúvida um bom ponto de partida para conhecer melhor o design brasileiro.