Design Gráfico: uma história concisa, de Richard Hollis

design-grafico-historia-concisa-richard-hollisDesign Gráfico: uma história concisa, escrito em 1994 por Richard Hollis, abarca a história do design desde as artes gráficas do final do século XIX às tecnologias digitais contemporâneas.

Com muito texto, ao contrário do Layout – design da página impressa de Allen Hurlburt, oferece uma experiência de leitura mais cadenciada, porém mais densa. O livro é dividido da seguinte forma:

– Da arte gráfica ao design: 1890 a 1914
– A vanguarda e as origens do modernismo: 1914 a 1940
– Tendências nacionais até 1940
– O designer e o diretor de arte
– Variantes do modernismo na Europa
– O psicodelismo, os protestos e as novas técnicas
– As novas ondas: tecnologia eletrônica

Entre as “mais de 800 ilustrações totalmente integradas ao texto” algumas coloridas, amontoadas no início do livro por questões técnico-financeiras. Este livro faz parte da “coleção a” da Martins Fontes, focada em artes visuais e comunicação. Entre os títulos dessa coleção está o Sintaxe da Linguagem Visual, já resenhado aqui, além de livros de Wolfflin e Kandisnky.

A capa exibe um recorte de “Bata os brancos com a cunha vermelha”, obra política do artista gráfico soviético El Lisstsky, a qual já postei aqui no dia do design(er).

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A Fôrma & a Fórma, de Cláudio Ferlauto

a-forma-e-a-forma-claudio-ferlautoA Fôrma & a Fórma é um dos títulos da Edições Rosari, editora pequena mas com um catálogo muito interessante em design e tipografia. Este livro de Claudio Ferlauto faz parte da coleção Textos Design, de pequenos livros de autores nacionais. A editora ainda possui as coleções Fundamentos do Design,  com livros mais extensos de autores estrangeiros e Qual é o seu tipo?, de tipografia.

A publicação em questão é uma reunião de textos diversos de Ferlauto, designer e arquiteto também responsável por outros três livros lançados pela Rosari (B de Bodoni, O tipo de gráfica e O livro da gráfica) e também editor das coleções de design e tipografia da própria editora.

O texto mais interessante é “O design contemporâneo combina formas e sonhos”. Não por acaso o texto mais extenso entre as 103 páginas do livro, discute três fases do design, como define o autor:

– O design funcionalista, prático, simples
– O design contestador, nem sempre funcional e quase sempre complexo
– O design contemporâneo, que une simplicidade e complexidade com pleno atendimento das funções

Também merece destaque o texto sobre Bea Feitler, diretora de arte brasileira de fato pouco [re]conhecida no seu país de origem. Entupido de referências, esse livro não é para quem procura um primeiro contato com o design, mas com certeza é interessante e boa aquisição (relativamente barato) para qualquer interessado em design.

Veja os preços de:
A Fôrma & a Fórma
B de Bodoni
O Livro da Gráfica

Revista Universidade Pública #45

A revista Universidade Pública é a revista institucional da Universidade Federal do Ceará. Este número que tenho em mãos corresponde a setembro e outubro de 2008. Nas 44 páginas coloridas algumas matérias sobre grupos, pesquisa e eventos de destaque da universidade além, no miolo, de uma reportagem extensa sobre o bairro onde sugiu a UFC, o Benfica.

É um bom exemplo de publicação institucional, para “a valorização e promoção da produção científica, tecnológica e cultural”. Com tiragem de 5 mil exemplares e circulação nacional, leva ao público acadêmico – e ao externo também, espera-se -, as novidades e produção da instituição. Algo que acontece pouco na UFBa, infelizmente. Uma revista desse tipo seria ótima para mostrar o ensino e a pesquisa de excelência que existe por aqui, mas que é pouco divulgado geralmente. Alguns números podem ser baixado em pdf no site da UFC.

Em Revista – o negócio das revistas em revista

A Associação Nacional de Editores de Revistas “é uma entidade nacional, sem fins lucrativos, que representa as editoras de revistas periódicas de consumo. Foi fundada em 1986 com o objetivo de promover e defender os interesses comuns do mercado de revistas, editorial e comercial, nos seus mais diversos segmentos, tanto em impressão como por mídia eletrônica.”

Nada mais apropriado para uma associação dessas do que publicar uma revista. O site da Em Revista, infelizmente, tem vários problemas. Além do previsível conteúdo de assinante, apresenta incompatibilidade de algumas páginas com o Firefox, por exemplo. Nesse endereço, só encontro alguns textos da revista. No site da ANER, porém, consigo folhear os dois últimos números em flash.

Por falar no último número, logo percebi alguns elogios um tanto exagerados à Veja… mas nada surpreendente. A imagem acima é de uma matéria sobre “O futuro das revistas”. Tem uma listinha de estratégias de sucesso para os editores, que já observamos que não é seguida nem por grandes publicações, como já escrevi em outro post. Nesse número também tem um guiazinho “Como lançar uma revista”, empreendimento que já tentei sem muito sucesso. Vou usar as dicas pra tentar outra vez.

A Imagem, de Jacques Aumont

Jacques Aumont, professor e pesquisador na Universidade de Partis III, lançou “A Imagem” em 1990. Este livro, da coleção Ofício de Arte e Forma da Papirus Editora, discute a questão da imagem em cinco capítulos, tratando: do “olho”; do espectador; do dispositivo; da própria imagem; e de arte.

A Parte do Olho discute questões biológicas, químicas e físicas envolvidas na visão, mas não somente no olho. Qual o caminho que os estímulos visuais percorrem até a mente, por exemplo. Movimento real, movimento aparente e a tal falácia, ainda confusa, sobre a persistência na retina.

A Parte do Espectador trata de questões psicológicas e cognitivas. Primeiro, intenções por trás da produção e visualização das imagens. Em seguida, ilusão representativa. O capítulo é fechado com aproximação com psicanálise.

O terceiro capítulo, A Parte do Dispositivo, é interessantíssimo. Começa com a dimensão espacial do dispositivo, tratando do espaço plástico x espaço do espectador, depois trata da moldura e por fim de enquadramento e ponto de vista. A parte seguinte fala da dimensão temporal, imagem no tempo x tempo na imagem e a imagem temporalizada: imagem fílmica etc. Finalizando o capítulo, compara a impressão com a projeção e questões ideológicas envolvidas no dispositivo.

A Parte da Imagem discorre sobre a imagem “propriamente dita”. Os sub-items tratam de: analogia; representação do espaço; representação do tempo; significação da imagem.

Em A Parte da Arte, três modos de se tomar a imagem. Depois de discutida a questão do realismo no capítulo anterior, a imagem abstrata. Em seguida, expressão e estilo. Por fim, antes de concluir o livro, imagem, arte e aura.

Apesar de ser um livro que pretende abarcar várias questões relacionadas à imagem em cada um dos capítulos, não é raso. E mesmo se não aprofunda o suficiente algum problema de maior interesse do leitor, todo capítulo é fechado com uma bibliografia organizada, dividida por assunto. É um livro que faz diferença para quem trabalhe com ou estude imagem, seja fotográfo, cineasta, designer ou decorador.

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