Samsung e Foursquare lançam aplicativo publicitário baseado em informações sociais

Desde 2008 observo os aplicativos sociais, do lançamento do OpenSocial no Orkut brasileiro e a febre do BuddyPoke aos chamados “aplicativos de análise de informações sociais”, tema de minha dissertação de mestrado. Tais aplicativos se baseiam nas informações sociais disponibilizadas pelos usuários no seu contexto normal de uso (expressão, relacionamento, interação etc), extraindo-as, processando-as e reclassificando-as de acordo com outros objetivos simbólicos. Entre os exemplos mais interessantes destes aplicativos estão seus usos publicitários. Em artigo publicado na revista Comunicação & Mercado analisei quatro deles: Você é mais do que você imagina (Coca-Cola), Sociorama (Itautec), Museum of Me (Intel) e First Times (Virgin).

Agora, para divulgar o Galaxy S4, a Samsung fez uma parceria com o Foursquare e lançou o The Foursquare Time Machine. Seus recursos não são exatamente novos (há diversos outros aplicativos que fazem este resgate e visualização dos checkins), mas o modo pelo qual transformam os dados em um excelente infográfico com o objetivo de ser replicado, é fascinante. Vejam abaixo:

Reproduzo aqui as conclusões do artigo supracitado, para enfatizar como tais campanhas são interessantes e apropriadas ao atual panorama das mídias sociais:

“A comunicação publicitária nas mídias pós-massivas se reinventa de acordo com as contingências sociotécnicas que emergem do comportamento e relações entre indivíduos, organizações, empresas e desenvolvedores de  ambientes digitais. Os aplicativos de análise de informações sociais com fins publicitários parecem alcançar seus  objetivos por agregarem dinâmicas e recursos que equilibram interesses de diversos níveis de atores relacionados.

O próprio formato de publicação e disseminação do aplicativo social é interessante aos mantenedores dos sites  de redes sociais. Extremamente fáceis de serem utilizados, adicionados e excluídos pelos usuários, os aplicativos que  fazem sucesso não são exatamente os que investem mais dinheiro em mídia publicitária, mas sim os que engajam  mais os usuários por diferentes motivos. Estes usuários não se vinculam fortemente a nenhum aplicativo, mas sim os utilizam apenas enquanto percebem significado e utilidade para estes. Enquanto isto, as empresas e desenvolvedores de aplicativos buscam oferecer estes programas que, longe de possuírem a intrusividade da publicidade  tradicional, precisam ganhar o interesse e colaboração dos consumidores.

Entre estas relações de poder, influência e dinheiro, o leque de experimentação e exploração de si parece ser aumentado para os indivíduos. Talvez possamos falar de uma experiência de construção identitária e entendimento de si ampliada na medida em que mais dispositivos e recursos são disponibilizados – por diferentes motivos – para os usuários de sites de redes sociais analisarem, medirem e explorarem a si mesmo e suas auto-apresentações” (SILVA, 2012)