As Revistas de Peter de Brito

Enquanto folheava as revistas Piauí, procurando diagramações memoráveis para usar de exemplos no meu TCC, encontrei Darcy Dias, personagem criado por Peter de Brito.  A figura, de nome andrôgino, está presente em 21 capas entre as páginas 53 e 55 do sétimo número da revista.

O artista utilizou a si próprio como modelo na exposição, de nome “Auto-Retrato”. Cada refere-se a uma revista famosa brasileira, de Veja a Playboy, passando por Cult e Vida Simples. Nesta última, Peter de Brito lidou bem com o fato de que as capas de Vida Simples nunca trazem figuras humanas, mas apenas um ou poucos objetos “simples”. Então, fez um recorte e tratamento de forma que sua imagem parecesse uma máscara.

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Imagem extraída do Dedidan

p.s: O Jorge Martins fez um comentário genial (ver abaixo) e ampliou o texto em seu blog, o Diário da Criação.

A Cor como Informação, de Luciano Guimarães

a-cor-como-informacao-luciano-guimaraesLuciano Guimarães é jornalista, designer, doutor em Comunicação e Semiótica e professor da UNESP. Em 2001 lançou o livro A Cor como Informação – a construção biofísica, linguística e cultural da simbologia das cores.

A partir do trabalho do semioticista Ivan Bystrina (especialmente Semiótica da Cultura), o livro atravessa os vários níveis (biofísicos, linguísticos e culturais ) que estão envolvidos na linguagem das cores.

Os títulos de capítulos são um tanto lúdicos:
1. Introdução: preto no branco
2. Capítulo violeta: a cor para todos os olhares
3. Capítulo azul: a cor profunda
4. Capítulo verde: fotossíntese da cor
5. Capítulo amarelo: tesouros do arco-da-velha
6. Capítulo laranja: a hora da digestão
7. Capítulo vermelho: violência e paixão
8. Conclusão: cinza no ventilador

Confesso que foi este livro que finalmente me fez entender o sistema aditivo e o subtrativo na composição de cores, e como eles se relacionam. O “Capítulo verde: fotossíntese da cor” trata dos vários sistemas de cor existentes, dos métodos compositivos e das diversas denominações conflituosas das características da cor, propondo o estabelecimento de matiz, valor e croma.

O capítulo Vermelho é a aplicação do que foi discutido no livro, depois de ter culminado numa síntese durante o capítulo Laranja. A análise do uso do vermelho nas capas da revista Veja é bastante interessante. Conotações ideológicas, biológicas ou conjunturais são observadas durante os mais de 30 anos de publicação analisados.

Este livro foi lançado em 2001. Em 2003, o autor lançou “As Cores na Mídia – a organização da cor-informação no jornalismo”, todo voltado para análise da cor em produtos jornalísticos como telejornais, jornais impressos, revistas e websites.

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Acervo Digital Veja

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Para o bem ou para o mal, a revista Veja faz parte da história do Brasil. A tendência de publicação de conteúdo na internet é ubíqua. Se, por um lado, a Memória é uma característica importante do webjornalismo, por outro, os usuários criam a demanda por esse tipo de conteúdo. E se o próprio produtor de conteúdo não disponibiliza, alguém vai disponibilizar. Quem nunca leu uma revista escaneada em pdf, atire o primeiro comentário.

Sobre essa questão, adoro o texto de Mark Pesce chamado “Hypercasting”. Mais especitificamente sobre vídeo online, Pesce diz o seguinte: “Why has YouTube become the redistributor of these clips? Because none of the copyright holders made an effort to distribute these clips themselves. YouTube has been acting as an arbitrageur of media, equalizing an inequity in the market place.”

Mesmo se direitista e reacionária, a revista não pode brigar com os milhões de usuários geradores de conteúdo. Então, o melhor é que a própria publique seu conteúdo: todas as revistas, desde a fundação em 1968, estão disponíveis para visualização em flash.

Um problema compreensível é a busca. Inseri “Jimi Hendrix” e obtive 119 resultados. Porém, o mais antigo é de 1996. Ou seja, só as revistas originalmente produzidas com recursos digitais possuem informações completas. Mas é uma falta que não compromete o arquivo.

+ Ler texto de Marcos Palácios: Jornalismo Online, Informação e Memória (pdf)