Enquanto passeava pelo Google Books, descobri que estes dois livros da Sonia Maria Bibe Luyten estão disponíveis inteiros e gratuitos!
Sonia Luyten é uma das maiores pesquisadoras de quadrinhos no Brasil e, certamente, a maior pesquisadora de mangás. Já tive a oportunidade de ler Cultura Pop Japonesa. Neste livro, a pesquisadora organizou e reuniu quatorze artigos e duas transcrições de palestras sobre mangás e animes. Os textos tratam de estética, história, educação, economia, produção gráfica etc. Entre os autores estão Sidney Gusman, Alfons Moliné, Erica Awano e José Marques de Melo.
Mangá: o poder dos quadrinhos japoneses, por sua vez, foi todo escrito por Sonia Luyten e traz os capítulos: Histórias em quadrinhos japonesas – o poder da comunicação do século XX; História e expansão dos mangás; A internacionalização dos mangás; Mangá, o ópio de cada dia.
Ideas worth spreading – ideias merecem compartilhamento. Mal traduzindo, é essa a missão de TED: Technology, Entertainment and Design. O projeto pretende fornecer gratuitamente para todo o mundo palestras de grandes nomes nestes três campos.
A organização dos vídeos é exemplar. Além das três grandes áreas que dão nome ao projeto, também há subdivisões por “tom” da palestra (intrigante, persuasiva etc) e etiquetas. Cada vídeo pode ser visto completo ou o usuário pode pular direto para algum tema abordado. Tudo em Creative Commons, podem ser baixados para desktop ou iTunes ou incorporadas em seu site ou blog.
Já marcaram presença, entre outros: Evan Williams, falando sobre Twitter; Philip Rosedale sobre Second Life; John Markoff sobre jornais impressos etc.
Uma das palestras que já vi é a de Scott McCloud, desenhista e teórico dos quadrinhos. Na palestra Understanding Comics, fala sobre visão, quadrinhos e as influências dos computadores e da internet em sua leitura:
Antes de qualquer coisa, um aviso. Este post contém vários spoilers. Não continue a ler se não é uma pessoa abençoada que já leu os doze volumes de Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons. Exageros à parte, esse post é para quem leu os quadrinhos e/ou já assistiu o filme.
Não me atreverei a fazer uma crítica no pouco tempo que tenho aqui: como já escrevi em outro post, Watchmen merece um texto crítico, analítico e denso que ainda não desenvolvi. É das capas que quero tratar aqui. Abaixo, as originais da série.
As doze capas trouxeram uma estrutura fixa. Na parte esquerda da capa, uma faixa com o logotipo da DC Comics, o título, número, preço e um relógio com uma contagem regressiva para a meia-noite. Na contra-capa, “sangue” escorre do topo da página e vai preenchendo aos poucos, número a número, todo o espaço.
São enquadramentos de detalhe todas as imagens de capa. Cada uma delas se refere ao conteúdo interno, é claro, mas de uma forma que a capa só é “decodificada” depois da leitura. A areia violeta onde a fotografia do quarto número repousa ganha outro peso quando a leitura é completada. A capa do décimo primeiro é quase incompreensível – até determinada página. O último número traz o relógio para a imagem principal, fechando o recurso sequencial de forma dramática. A tensão criada por onze números e por onze meses será resolida com um desfecho sangrento?
A não ser que o roteirista enlouqueceu e planeja suicídio através da unusual técnica “linchamento por nerds” (e isso não aconteceu segundo o Érico Borgo), Watchmen não é um “filme de super-heróis” no sentido Quarteto Fantástico ou Homem-Aranha da coisa. A maioria dos cartazes de cinema, entretanto, passam essa impressão. Sobretudo o deprimente cartaz que foi escolhido pela distribuição brasileira. (cartazes retirados do Cinema em Cena)
Watchmen é um filme sobre a “eterna luta do bem contra o mal”? Não. Passa muito longe dessa dicotomia boba vista em Super Homem. Watchmen é um filme de ação? Não. Por isso, acho que esses cartazes são decepcionantes. Observem a disposição e gestualidade dos seis personagens amontoados, as aeronaves ao fundo e o enfoque nas armas. O que esse cartaz comunica, além de que é um filme de super heróis cheio de efeitos especiais?
Como fã dos quadrinhos originais, os cartazes mais ricos são os da série de cartazes da qual extraí os seguintes:
No final dos volumes de Watchmen, os quadrinhos deram lugar ao texto. Eram “material de apoio” a narrativa. Excertos de livros, jornais e documentos do mundo ficcional de Watchmen incluiam tramas secundárias, informações adicionais e muita verossimilhança. Essa série de cartazes exibem imagens dos personagens principais em uma estrutura semelhante a da capa dos quadrinhos, acompanhado de uma citação. As imagens não são apenas ostentórias como a do cartaz acima. Trazem um instantâneo da narrativa para o cartaz, o suficiente para despertar a curiosidade. Quem é esse herói que vê um painel de TVs acompanhado de um animal estranho? O que é aquele ser de azul que flutua meditando?
A imagem abaixo faz parte de um conjunto que também se foca apenas em um personagem em cada cartaz. Apesar de preferir os cartazes acima, também são bons. Cada um traz uma citação também, importante em se tratando de Watchmen, que se apoiou também em material em prosa como escrevi acima. O fundo de cada cartaz traz elementos associando Vietnã ao Comediante, a Cidade ao Rorschach, as Revoltas Populares ao Coruja e o Progressismo Tecno-biológico a Ozymandias.
Enfim, daqui a algumas horas saberei se minhas reclamações sobre o cartaz oficial brasileiro realmente têm validade na prática. Abaixo, o ótimo segundo trailer do filme.
O Roteirizando HQ é um blog sobre roteiros de histórias em quadrinhos, claro. O autor, Marcelo Oliveira, é estudante de jornalismo, pesquisa teoria queer e escreve roteiros. Ainda está em seus primeiros passos (o blog foi criado neste ano).
Um de seus primeiros posts foi sobre a Turma da Mônica Jovem. Deste post, o excerto:
Acho incrível como a HQ não consegue dialogar com facetas de muitos jovens, como a participação em movimentos sociais, a preocupação com a natureza, o hedonismo sexual. Nesse sentido, a série Malhação da Globo consegue se sair um pouco melhor, mesmo continuando ruim. Desde a primeira edição da revista eu desconfiava que a HQ fosse situar-se exatamente dentro de uma limitada esfera do que se considera a identidade jovem. O público de comunidades do Orkut tachou partes da revista de machista e isso é um bom exemplo do quanto a revista não acertou quanto a estas representações.
Em outro post, sobre Sandman, uma análise da representação dos personagens é bastante interessante, enquanto critica a oposição rasa entre conteúdo e forma. O autor também está produzindo um roteiro de quadrinhos a ser (possivelmente) lançado com apoio de edital da Fundação de Cultura do Estado da Bahia. Marcelo se referiu a sua criação e ao desenho de André Leal em mais de um post. Se o projeto for aprovado, podem esperar por boas histórias sobre como fazer histórias em quadrinhos.
Organizado por Les Daniels, Chip Kidd e Geoff Spear, The Golden Age of DC Comics · 365 Days é um livro que reúne 365 fatos históricos da era de ouro da editora. São organizados por dia para serem lidos dessa forma, uma dupla por dia. Na página esquerda, texto e créditos, enquanto a direita traz uma imagem sangrando, que não tem ligação direta com o dia corrente.
A imagem acima, de 24 de julho, se refere ao Wall Star Western #82, arte de Gil Kane. Em seguida, minha página preferida da revista. Na Master Comics #25, de abril de 1942, o Capitão Marvel voa chorando, por achar que não conseguirá chegar a tempo no Alaska, para salvar as bases de seu país contra um ataque inimigo, em plena Segunda Guerra Mundial.
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