Introdução à Análise da Imagem, de Martine Joly

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Introdução à Análise da Imagem, de Martine Joly, traz os seguintes capítulos:

1. O Que É uma Imagem?
2. A Análise da Imagem: Desafio e Métodos
3. Imagem Protótipo
4. A Imagem, as Palavras

No primeiro, esta pergunta fundamental  para o livro é respondida. O que é uma imagem? A autora escreve sobre os diferentes usos dessa palavra, como em “imagem mental” por exemplo. Em seguida, introduz um pouco o leitor à Linguística e Semiologia, passo inicial para poder tratar a imagem como signo, a partir de então.

O segundo capítulo discorre sobre a “análise da imagem”. Depois de escrever sobre o que tem incentivado a “recusa da análise”, explica o porque a análise da imagem é importante.  Finaliza o capítulo analisando o quadro Usine à Horta de Ebro, de Pablo Picasso.

“Imagem protótipo” se refere às imagens da publicidade. Os anúncios publicitários são bons objetos de análise porque, além de sempre incluírem signos linguísticos, tem um objetivo declarado: vender um produto. Portanto, a autora revisa a Retórica e sua relação com a produção de imagens publicitárias.

O quarto capítulo situa a imagem em relação às palavras. Cita Godard que disse: “Palavra e imagem são como cadeira e mesa: se você quiser se sentar à mesa, precisa de ambas”. Aborda a relação imagemxpalavra em termos de exclusão, interação, verade e mentira, para concluir que o mais aproriado é tomar essa relação em termos de complementaridade. Também transcreve um trecho do romance O fio do horizonte, no qual um personagem tenta descobrir a identidade de um morto a partir da fotografia que carrega.

A bibliografia não se limita a listar os livros utilizados. Os livros são classificados de acordo com o tema, seguidos de comentários.

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bannerblog-sexyBanner é um formato publicitário que é cada vez mais contestado. Volta e meia, porém, algum mais criativo consegue gerar burburinho por aí. O blog australiano BannerBlog reúne banners interessantes e interativos desde 2005. O conteúdo é categorizado por Agência, Marca e Categoria. A categoria magazines/newspapers, por exemplo, traz banner do Estadão e o anúncio exibido na imagem, Shake it On, para a revista Sexy.

São mais de 1200 banners postados. Mas o blog, que é patrocinado pela DoubleClick, também oferece outros serviços como mural de vagas de empregos e notícias.

Teoria da Cultura de Massa

teoria-da-cultura-de-massa-luiz-costa-limaTeoria da Cultura de Massa, com introdução, comentários e seleção de Luiz Costa Lima reúne doze dos textos mais clássicos da área das teorias que observam a cultura de massa, como sociologia, comunicação, semiótica e arte.

Com direito a capa colada com durex, a imagem ao lado é o meu exemplar escaneado: primeira edição, de 1969 pela Editôra (com circunflexo e tudo) Saga. Já são seis edições, desde então, agora na editora Paz e Terra.

O nome deste blog é levemente inspirado no título de Visão, Som e Fúria de Marshall McLuhan. O teórico canadense, autor de Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem, foi um dos pesquisadores mais “pop” dos anos 60 e 70, ao ponto de fazer participação no filme de Woody Allen chamado Annie Hall (me recuso a reproduzir a “tradução” do título em português).

McLuhan dicuste os meios de comunicação dando alguma ênfase na forma específica de cada um deles. Portanto, discute a página impressa a partir dos livros da época de Gutemberg, que “liquidou” com a cultura manuscrita  e que criou uma cultura abstrata. Discute a invenção da fotografia e do jornal como uma mudança para o visual. E a televisão, por sua vez, como a retomada de uma cultura da visão e do som. A partir deste paradigama, junto a outros “avanços” tecnológicos da comunicação e dos transportes, criou o conceito de “aldeia global”.

Este texto de McLuhan foi originalmente publicado em 1954. O autor faleceu antes do advento da internet comercial. Hoje em dia suas teorias ainda são discutidas em relação aos novos meios, como computador, dispositivos móveis etc.  Praticamente todos os textos deste livro ainda são “atuais” na discussão da comunicação e cultura “de massa”. Recomendo especialmente também os textos de Jean Baudrillard e Roland Barthes.

Os doze textos são:
Doutrinas sobre a Comunicação de Massas – Abraham A. Moles
Comunicação de Massa, Gosto Popular e A Organização da Ação Social – Paul F. Lazarsfeld, Robert K. Merton
O Turno da Noite – David Riesman
Visão, Som e Fúria – Marshall McLuhan
A Indústria Cultural, O Iluminismo como Mistificação de Massa – Max Horkheimer, Theodor W. Adorno
A Obra de Arte na Época de sua Reprodutibilidade Técnica – Walter Benjamin
A Arte na Sociedade Unidimensional – Herbert Marcuse
Sociologia da Vanguarda – Edoardo Sanguineti
Significação da Publicidade – Jean Baudrillard
A Semiologia: Ciência Crítica e/ou Crítica da Ciência – Julia Kristeva
A Mensagem Fotográfica – Roland Barthes
Estilo e Meio no Filme – Erwin Panofsky

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Top 10 Livros 2008

Listas são sempre controversas, mas divertidas. Pra ficar só o divertido e não ter nada de controverso, fiz meu top10 dos livros que mais me divertiram nesse ano que já já acaba. Não é uma lista de melhores livros de 2008, uma vez que nenhum deles foi lançado esse ano.

01º. Em um ano muito cheio e atarefado, consegui acabar de ler o gigantesco Moby Dick. Nas suas centenas de páginas Herman Melville conta a história de um capitão de barco baleeiro obsessivo por encontrar e matar a baleia-mito que arrancou sua perna. O narrador Ismael descreve minuciosamente a pesca baleeira, a vida marítima e o conhecimento do século XIX sobre o “peixe”, mas de forma fascinante. A Cosac Naify lançou uma edição muito bonita, com direito a hotsite e tudo. [ver hotsite | ver preço]

02º. A dinâmica do consumo analisada por Jean Barudrillard em A Sociedade de Consumo chega a deprimir o leitor. É triste e, ao mesmo tempo, fascinante a construção simbólica em torno dos produtos e do consumo, e da tranformação de práticas triviais em rituais de consumo e diferenciação social. Indispensável. [ver preço]

03º. Em A Imagem, o teórico do cinema e da imagem Jacques Aumont trata de aspectos biológicos, físicos, químicos, psicológicos, sociológicos e artísticos da imagem.[ ler resenha | ver preço]

04. Em Design Brasileiro antes do Design, Rafael Cardoso Denis reuniu nove ensaios sobre a história gráfica do Brasil antes da ESDI e da própria conceituação do que é “design”. Já  postei sobre o ensaio de Julieta Costa Sobral acerca de J. Carlos. [ler sobre o ensaio | ver preço]

05. A Linguagem da Propaganda, de Torben Vestergaard e Kim Schroder estabelece a linguagem da publicidade e da propaganda através de inteligentes análises de anúncios.[ ler resenha | ver preço]

06º. A Prática do Design Gráfico: Uma Metodologia Criativa é um livrinho bem simpático  que, além de abordar todos os níveis simbólicos e produtivos do design gráfico, trata em específico também da responsabilidade social da profissão. [ler resenha | ver preço]

07º. Javier Diaz Nóci é um dos principais pesquisadores de jornalismo digital do mundo. La Escritura Digital é um ótimo livro tanto para jornalistas quanto para qualquer um que produz ou pretende produzir conteúdo para a internet. [ver blog de Nóci | ver preço do livro]

08º.  O último livro do ano conseguiu o oitavo lugar. Na verdade ainda faltam algumas páginas, mas A Cor como Informação, de Luciano Guimarães, merece já constar aqui. Assim como Aumont, o autor brasileiro divide o livro por níveis, do biológico ao social. Mas aplica a análise da cor a um objeto deveras interessante: a revista. [ver preço]

09º.  Mais um livro de literatura que conseguiu entrar nessa lista, Lolita, de Vladimir Nabokov. Narrado pelo pedófilo(?) Humbert Humbert, o texto sempre deixa o leitor sobre uma linha tênue entre o ódio e a pena tanto por Humbert quanto por Lolita. [ver preço]

10º.  Por fim, mas não menos importante, Priotizing Web Usability, de Jakob Nielsen e Hoa Loranger. Mais um livro do  renomado pesquisador, co-fundador do Nielsen Norman Group, que trata de usabilidade com ênfase e um texto divertido, ao mesmo tempo. [ver preço]

Banco Imobiliário Sustentável e outras falácias [supostamente] verdes

Os encartes especiais do Dia das Crianças desse ano me apresentaram o Banco Imobiliário Sustentável! Todo feito em papel reciclável, o produto, produzido em parceria da Estrela com a Braskem tem, ao invés de Leblon ou XXX, reservas naturais como Pantanal, Chapada dos Veadeiros etc. Ao invés de companhias de transporte, companhias de reciclagem ou reflorestamento.

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Mesmo se esse joguinho pode ser educativo, é incrível como a falácia da sustentabilidade tem se disseminado por todos os cantos. Falácia sim, porque o discurso e os símbolos da sustentabilidade são utilizados na publicidade e nas embalagens, mas a produção e o modelo de lucro continua o mesmo.

Como a publicidade do tênis Rainha, comentado por Claudia Chow, mantenedora do blog Ecodesenvolvimento (leiam o que tá escrito na página esquerda).

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Outro exemplo, sobre o qual não pesquisei nada mais substancial, mas o “rebranding” do PFL em Democratas usa uma arvorezinha meiga com sobreposição de tons verdes e azuis. Tão lindo, né? Super juvenil e renovado, a marca e ACM, o Neto (como diria Hilton)…

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Ainda do blog Ecodesenvolvimento recomendo a leitura do comentário sobre o manifesto de Thomas Friedman.

[post originalmente escrito em outubro de 2008 para o falecido blog 300edois]