Responda pesquisa – Profissional de inteligência de mídias sociais no mercado brasileiro

Pelo sexto ano consecutivo, será realizada a pesquisa “Profissional de inteligência de mídias sociais no mercado brasileiro”. A pesquisa busca reunir informações sobre o mercado de inteligência de mídias sociais (métricas, monitoramento, analytics etc) no Brasil, servindo de insumo para profissionais, agências, ferramentas e clientes. O estudo será divulgado no dia 26 de novembro de 2016, no slideshare da Ana Claudia Zandavalle (Amnet Group), atual responsável pela pesquisa. Os dados aqui compartilhados serão utilizados apenas para fins de estudo de mercado. Em nenhuma resposta você precisará se identificar. Responda em http://bit.ly/6PesquisaInteligencia

hora de gerar insights

[Pesquisa] O profissional de inteligência de mídias sociais no mercado brasileiro (2015)

“O profissional de inteligência de mídias sociais no mercado brasileiro (2015)” é a quinta edição de estudo sobre o mercado que comecei lá em 2011. Outra vez o Júnior Siri foi o responsável, fazendo um excelente trabalho. Confiram

Entrevista com Priscila Marcenes

marcenes

Continuando a série de entrevistas com palestrantes e professores do Social Analytics Summit, hoje temos a colaboração da Priscila Marcenes , coordenadora de Social Intelligente na AD. Dialeto. No #SAS2014 ela divide a curadoria comigo, abrirá o workshop falando sobre métricas de mídias sociais e participará de debate sobre pesquisa em mídias sociais.

Recomendo seguir seu blog com os excelentes guias sobre gráficos em relatórios de monitoramento de mídias sociais.

Qual o seu caminho percorrido para trabalhar com pesquisa em mídias sociais?
A carreira em pesquisa começou acidentalmente. Um acidente que foi, no final das contas, a melhor coisa que me aconteceu. Fui chamada para trabalhar em uma agência no cargo de Planner, porém, dentro do escopo da vaga, estava incluído o trabalho com monitoramento. Comecei do zero e a correr atrás de todas as informações por conta própria. Lia blogs específicos, tutoriais na internet, buscava sobre ferramentas e, assim, fui me familiarizando com a área. Eu já tinha feito uma disciplina isolada de mestrado na PUC Minas sobre Antropologia da Comunicação, além de falar sobre pesquisas em geral, me apresentou o conceito de Netnografia. Sendo assim, com as teorias de pesquisa online e a oportunidade de trabalhar com monitoramento, comecei a juntas as duas coisas e apresentar aos clientes um estudo mais aprofundado do comportamento do consumidor. Desde então, busco me especializar cada vez mais em pesquisas online.

Você acredita que as métricas em mídias sociais estão sendo bem analisadas pelo mercado?
A área de métricas ainda é bem nova dentro da comunicação digital, sendo assim, estamos em um processo de evolução. O mercado já avançou muito e conseguimos extrair bons dados com as métricas de social media. Porém, como a atuação em social media ainda é nova, inclusive para o cliente, é difícil receber dele um direcionamento, objetivo ou meta tangível para mensuração mais objetiva da atuação. Acredito que se houvesse maior consciência e estratégias mais definidas para as redes sociais, seria possível traçar KPIs que validem com mais rigor o que está sendo postado e quando será a previsão do atingimento do objetivo definido.

 

Em quê a pesquisa em mídias sociais se diferencia de outros tipos e modalidades de pesquisa?
Estamos vivendo uma era em que tudo é compartilhado nas redes sociais. As pessoas têm sentem necessidade de compartilhar com o mundo o que estão fazendo, onde estão, o que estão comendo e outas milhões de informações. Se você souber minerar bem esses dados é possível retirar excelentes insumos comportamentais e habituais. Afinal, a grande maioria daquelas ocorrências encontradas são interações espontâneas e com pouquíssimas influencias de alguma marca.

Um caso real, foi da pesquisa que realizamos pra uma rede nacional de roupas masculinas. Descobrimos que, muitos dos que compram a marca fazem parte da religião evangélica. Essa informação foi fundamental para respaldarmos tanto a comunicação estratégica inteira e, principalmente, a forma de se comunicar nas redes sociais.

 

Qual a sua expectativa com relação ao Social Analytics Summit 2014? Pra deixar o pessoal do SAS mais curioso, pode falar um pouco sobre o que você vai apresentar no debate e no workshop?
Estou super animada com o SAS 2014. Teremos palestrantes incríveis com temas atuais. Como estou duplando com o Tarcízio na curadoria do evento, posso falar em primeira mão que estamos tentando deixar as palestras bem práticas e tangíveis para que todos os convidados já saiam do evento com várias ideias aplicáveis no trabalho do dia a dia.
No debate sobre pesquisas online, vamos tentar explicar de forma bem didática alguns modelos de pesquisa e como aplica-los. Alem da explanação, teremos bastante tempo para debate e solução de dúvidas.
Para o workshop estou preparando um passo a passo bem dinâmico para você escolher bem as métricas do seu relatório deixando-o mais dinâmico, prático e eficaz. Espero que gostem!
Vejo vocês lá! Beijos J

Entrevista com Gabriel Ishida

eu profissional 2013 paulistaContinuando com a série de entrevistas com palestrantes/professores do Social Analytics Summit 2014, hoje temos um papo com o Gabriel Ishida, que é Cordenador de Social Intelligence na dp6, além de produtor de muito conteúdo sobre a área em seu blog Midializado, SlideShare ou na escola Atlas Media Lab.

Com este atual domínio do Facebook, como o profissional pode descobrir em quais outras plataformas e mídias sociais vale a pena investir?
Acredito que o monitoramento em mídias sociais pode fornecer bons indícios para se investir em outras plataformas. Configurar a ferramenta para buscar menções em outras redes e verificar o comportamento que o público mostra em cada uma é uma forma inicial de se entender até qual abordagem e estratégia fazer em cada canal.

O que você acha que é essencial para um profissional que deseje se especializar em mensuração de resultados?
Acho que a melhor forma de se aprender é tendo contato com alguém do mercado e, junto com isso, trabalhando na área. Muitas pessoas acreditam que lendo, pesquisando e acompanhando o trabalho de outras pessoas é o suficiente, mas hoje vejo que é muito importante para o aprendizado a pessoa trabalhar na área e ter um bom tutor. Se por acaso não tem oportunidades de trabalho, busque fazer relatórios para seus projetos ou de amigos e busque saber a opinião de profissionais. Assim, você vai construindo portfólio e bagagem para concorrer a uma vaga.

Tem algum caso que você poderia citar no qual alguma métrica ou dado menos comum foi decisivo para alguma estratégia, ação ou decisão?
Certa vez, criamos a métrica “Usuários convertidos” para mensurar quantas pessoas mudaram de ideia positivamente sobre a marca. Era necessário saber se os esforços realizados estava mudando a imagem da marca ou se mantinham negativas no buzz. Com isso, a comunicação da marca se acertou e começou a mudar as opiniões das pessoas.

Qual a sua expectativa com relação ao Social Analytics Summit 2014? Pra deixar o pessoal do SAS mais curioso, pode falar um pouco sobre o que você vai apresentar no workshop?
Tenho certeza que manterá a qualidade das edições anteriores e continuará a ser referência para nós, profissionais de métricas e monitoramento. No meu módulo do workshop, trabalharei o que chamo de “raciocínio horizontal em métricas”, ou seja, a pessoa olhar uma métrica e pensar o que ela impacta, como ela é influenciada e como ela trabalha com outras métricas. Além disso, buscarei mostrar outras formas de análise e outras possíveis visões dentro de métricas no Facebook, Twitter, etc que podem ser úteis para o profissional.

Para acompanhar todas as entrevistas do #SAS2014, fique de olho aqui e no blog da Priscila Marcenes.

Entrevista com Stephen Rappaport, autor de Listen First! e Digital Metrics Field Guide

Autor de Listen First, bom livro sobre monitoramento de mídias sociais, Stephen Rappaport acaba de lançar Digital Metrics Field Guide. Com o apoio da Advertising Research Foundation (ARF), o livro é um verdadeiro tomo de 322 páginas, com a definição de mais de 100 métricas. Além de autor e consultor, Rappaport é o Head of Knowledge Center da ARF. Conversei com ele sobre este novo lançamento e sobre métricas digitais e de mídias sociais. Algumas recomendações vão contra o lugar-comum do que se fala sobre métricas hoje. Confira:

 

stephen rappaport

Tarcízio Silva: você pode falar um pouco sobre a motivação para o livro?
Stephen Rappaport: todas as pessoas engajadas em marketing, mídia e publicidade sabem o quão importante a mensuração é. Entretanto, a abundância de métricas digitais cria incerteza sobre quais medidas usar e porquê, desafiando até mesmo as marcas mais sofisticadas a avaliar os impactos de suas iniciativas digitais com confiança. Substituir esta incerteza com conhecimento e clareza parece ser urgente, especialmente para aqueles de nós que usam métricas, mas não são analistas de dados ou especialistas em estatística.


TS: Como o Field Guide ajuda as pessoas a encontrar as métricas corretas?
SR: Como os melhores guias para pássaros ou árvores, The Digital Metrics Field Guide contribui ao organizar uma vasta quantidade de conhecimento em categorias e características que ajudam a identificar e aprender sobre métricas, do jeito que aprendemos sobre um beija-flor-de-pescoço-vermelho ou uma árvore de pau brasil. O Field Guide oferece a informação essencial: nome da métrica, autoridade consultada, definição, cálculo e notas técnicas, como quando contar redirecionamentos. Mas o contexto em torno de cada métrica a traz à vida. Primeiro, enunciamos a questão que cada métrica responde e provemos “notas de campo” numa seção chamada ARF Comments. Estes comentários são mini-ensaios que revisam o que é conhecido sobre uma métrica, a partir de 2 a 5 estudos ou opiniões reconhecidas, e provê orientação valiosa para uso e aplicação daquela métrica.

Veja o exemplo do “Like”. A maioria dos estrategistas de mídias sociais recomenda às marcas aumentar seus Likes. Mas este conselho se aplica em todas circunstâncias? Pesquisa mostra que pessoas que dão Like são consumidores leais ou em procura de uma oferta ou cupom. Se a Marca X quer investir em crescimento de clientes, uma estratégia de “likes” faz sentido? De acordo com pesquisas, a resposta é “não”. Se a Marca X persegue esta estratégica, provavelmente vai ganhar volume, mas não o crescimento em novos clientes que estão buscando.

the digital metrics field guide - arf

Metadados sobre as métricas oferecem contexto adicional para todos os tipos de leitores. Aqueles em busca de aprender quais métricas servem para efetividade de anúncios, engajamento ou e-comerce, por exemplo, vão encontrá-las organizadas deste modo. Profissionais de marketing interessados em mapear métricas para processos de marketing podem localizar as métricas em um ou mais estágios: capturar, conectar, aproximar ou manter. Esta progressão de estágios reflete uma abordagem uma abordagem construtiva apropriada para o digital, para além do funil clássico. Para pesquisadores de mídia, métricas são categorizadas por canal – web, social, mobile, email e por tipo de mídia: paga, própria e espontânea. Asssim como encontrar um pássaro por sua cor, bico, formato da asa ou padrão de voo, o desenho do Field Guide procura ajudar todos os leitores a identificar as métricas corretas, seja qual for seu interesse.

 

E a relação entre análise estratégica e métricas?
SR:  Parte da pesquisa para o livro envolveu analisar cases vencedores de prêmios com um componente digital forte. A maioria das métricas reportadas são táticas, não estratégicas. Campanhas usando Youtube computaram os números de visualizações, plays ou visualização completa, por exemplo. Para campanhas com downloads, se mediu o número de downloads. Com formulários, o número de submissões, e assim por diante. Estas métricas “de vaidade” (vanity metrics) são bonitas, mas elas não medem o progresso ou realização dos objetivos estratégicos.

Isto me intrigou. Perguntei-me porque tantas marcas “top de linha” otimizaram suas campanhas para as métricas que as plataformas oferecem. Depois de coçar bastante a cabeça, percebi que as métricas digitais reportadas por plataformas servem para medir a plataforma, não os objetivos da marca. Então, quando uma plataforma diz que funciona por promover compartilhamento e engajamento, ela oferece medidas em torno de atividades de compartilhamento e engajamento. A mensagem implícita é que, para ter sucesso em uma plataforma específica, a Marca X precisa otimizar para suas métricas.

Mas isto não funciona do jeito que as plataformas propõem. O estudo sobre o Facebook que expôs usuários a anúncios no Facebook e cruzou com dados de compra mostrou que 99% dos anúncios não foram clicados. O Facebook ainda promove interação e engajamento, mas modificou seu modelo de negócio para enfatizar vender à publicitários a ideia de que a publicidade no Facebook funciona como publicidade tradicicional: que o foco deveria ser alcance e frequência.

 

TS: Como os analistas podem implementar métricas efetivas, consistentes e confiáveis em mídias sociais? Quais são as etapas básicas?
SR: Marcas podem adotar uma abordagem que traga disciplina e estabilidade para a mensuração digital enquanto garante que marcas otimizem suas metas e utilizem métricas de plataforma sabiamente.  É bem direto. Primeiro, estabelecer seu objetivo. Segundo, desenvolver uma hipótese ou teoria de como a iniciativa digital deve trabalhar para sua marca. Terceiro, desenvolver um framework de mensuração. Por fim, selecionar métricas que se relacionem à teoria e encaixá-las em seu framework.

Veja o exemplo de uma marca de produtos embalados que procurava vender através de social. A teoria era: advocacia leva à vendas. Maiores níveis de advocacia levaria a maiores volumes de venda. Advocacia resulta de envolvimento do consumidor. O framework de mensuração era composto de quatro estágios progressivos de envolvimento do consumidor: consciência, participação, engajamento e advocacia. Para cada nível eles definiram o termo operacionalmente. Para ilustrar, Advocacia era definido como o meio pelo qual o consumidor é comprometido com a marca e fala (de forma não solicitada) pela marca para outros consumidores. A partir daí eles consideraram uma grande quantidade de medidas, eventualmente selecionando três: o número de recomendações sociais aos amigos; o net promoter score; e o conteúdo positivo gerado pelos usuários sobre a marca.

Você pode concordar ou discordar da teoria, framework e escolhas de métricas deles, mas o ponto importante é que a abordagem funcionou para eles. Ofereceu um modelo consistente de mensuração, permitindo-os interpretar as métricas ao longo do tempo, compartilhar suas descobertas com colegas e tomar ações para melhorar a performance da estratégia.

TS: Stephen, nesta perspectiva, qual o papel das associações de mercado, como a ARF, na padronização das métricas?
SR: É um papel muito importante. Muitas associações procuram padronizar métricas para promover definições comuns, para trazer consistência a práticas de negócios e para encorajar o desenvolvimento do mercado. O Field Guide não procurou criar definições padrões para todas associações adotarem, mas reportar definições que existem e identificar pontos em comum e diferenças. A ARF contribui nos esforços de padronização, com este livro representando o atual estado de conhecimento e ponto de partida.

Você escreveu sobre a mudança Technology-centric metrics para as Human-centric metrics. Isto significa uma relação mais forte entre mensuração de performance e métodos qualitativos como pesquisa e monitoramento?
SR: Sim. Não faz muito tempo que a audiência da televisão americana era medida ao nível das residências através de 5.000 aparelhos da Nielsen. O rating da época, então, era “Residências vendo TV” ou HUT (households using television). A mensuração hoje é muito, muito diferente. Hoje medimos o que as pessoas fazem, dizem e sentem. Isto significa que estamos mudando de entender o “quê” as pessoas estão fazendo para o “porquê” estão fazendo. Monitoramento (listening) e outros modos de pesquisa qualitativa podem ser muito úteis aqui, uma vez que “estamos ouvindo com o terceiro ouvido”, o que significa ouvir para as pessoas como pessoas e não impor nossa realidade à elas. Isto não é fácil para muitas marcas porque alguns de nós interessados em marketing, mídia e publicidade ainda acreditamos que nosso objetivo é persuadir consumidores a fazer as coisas que queremos que façam, quando queremos que façam. Mas quando pensamos sobre isto, a nossa próxima fronteira não é tecnológica, mas sim ajudar a marcas compreender as pessoas e servi-las através do marketing, mídia e publicidade. Nossa próxima fronteira é o humanismo.

—-

  • Você está interessado em uma conferência do Stephen Rappaport no Brasil? Preencha o formulário abaixo pra demonstrar interesse e, caso aconteça, receberá um cupom de desconto em primeira mão.