Medindo a influência nas mídias sociais [8]: entrevista com Rosário de Pompéia

Mais uma entrevista da série “Medindo a Influência nas Mídias Sociais“, que está debatendo práticas de mensuração e monitoramento nas mídias sociais relacionadas à produção de índices e escores de influência.

Para dar mais uma contribuição ao debate, conversamos com Rosário de Pompéia, mestre em Comunicação Social pela UFPE, jornalista, pós-graduada em ciências políticas e Diretora de Operações da Le Fil, assessoria em mídias sociais,.

O que define a influência nas mídias sociais, para você? Qual a importância de medi-la?
A influência só pode ser medida a partir de um histórico da marca. A influência é medida a partir do cruzamento de dados quantitativos com qualitativos. O que fala da marca? Para quem fala? Como influencia e quem influencia. A importância de medir é conhecer o que faz uma pessoa se tornar fã da marca e potencializar os seus aspectos positivos. Da mesma forma, compreender e tentar ajustar as críticas.

A importância não é apenas medir, mas extrair valor estratégico das informações coletadas para a gestão do negócio da marca. Nessas informações podem existir oportunidades, desafios, riscos para o negocio da empresa. Além de medir, é preciso qualificar essa informação e extrair dados relevantes e torná-los em conhecimento.

Como as agências de mídias sociais devem selecionar as ferramentas principais e as ferramentas de apoio na gestão da comunicação digital? Quais são os critérios e desafios?
Antes de definir o sistema, é importante saber qual é o objetivo da marca a ser monitorada nas mídias sociais. A partir do objetivo, é que será traçado o planejamento que irá definir os indicadores para avaliar a gestão.

O desafio é ter técnicos preparados para avaliar os diversos índices e encontrar as oportunidades tão desejadas pela marca monitorada.
Alguns critérios para definir ferramenta são: credibilidade, possibilidade de cruzamentos de dados, confidenciabilidade das informações.

Como transformar os dados especializados e específicos das mídias sociais em informações compreensíveis e úteis para os clientes?
Esse é o diferencial. Os dados são commodities, logo, precisam ser entendíveis a partir da rede social que está inserido. Não adianta ter dados sem cruzar com os negócios de uma marca, sem os dados de mercado. É preciso entender do negócio e produzir relatórios que, de fato, embasem estratégias. Cada marca/pessoa ou projeto possui um relatório customizado, personalizado. É preciso compreender a informação, trazer para o campo estratégico e tornar um conhecimento para a marca.

Analistas de comunicação digital terão, algum dia, um escore básico e consensual no mercado para se basear? O Klout Score está tentando virar esse índice padrão, mas será que ele – ou qualquer outro – conseguirá?
Acho difícil. Não acredito que um único índice poderá resumir o posicionamento de uma marca nas mídias sociais. Aqui podemos destacar, ainda, que as marcas possuem estágios diferentes. Além disso, públicos diferentes. E as marcas que possuem estratégias de regionalizar perfis? Poderão ser comparadas com perfis nacionais? Cada marca tem um objetivo nas mídias sociais! Talvez, poderemos chegar a um momento em que ocorra um consenso dos analistas na utilização de alguns é indicadores de análise, mas não acredito em escore básico.

Que avanços futuros são necessários para a mensuração e monitoramento das mídias sociais?
O desafio é mensurar o qualitativo, medir emoções, medir insights. O monitoramento, cada vez mais, irá trazer tendências, oportunidades para as marcas. E a tarefa de analisar esses dados se tornará mais complexa exigindo a utilização de equipes multidisciplinares nas Assessorias de Mídias Sociais para poderem extrair o máximo de oportunidades. Esse é um desafio novo. As mídias sociais não é mais um terreno apenas de comunicadores, mas das diversas ciências.

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