Newseum e Kiosko – Capas de Jornais

Newseum é um museu sobre o jornalismo. Existe desde 1997, e atualmente está no prédio que aparece na imagem ao lado, em Washington. A instituição alega ser o “museu mais interativo do mundo”. Para os terceiro-mundistas que só podem interagir com o site, uma seção muito interessante: Today’s Front Pages traz capas de jornais de todo o mundo. Outro site que oferece serviço semelhante é o Kiosko, com jornais dos Estados Unidos, Europa e Ásia.

Reformulação gráfica do Correio da Bahia: Correio*

(texto publicado originalmente em 27-08-08 para o blog da revista Lupa)

E o incensado novo Correio da Bahia foi lançado. Na Faculdade de Comunicação da UFBa, os comentários dos proto-jornalistas eram variações sobre “virou revista”. A qualidade gráfica, que não é nada tão excepcional em termos absolutos, incomum no jornalismo do estado foi o motivo do espanto. Mas nem toda revista é especializada e nem todo jornal é 80% texto e 20% foto p&b borrada, apesar do que faz(ia?) crer o jornalismo impresso baiano.

Seguindo o clima de renovação da reforma editorial (ver matéria de Ana Camila), o Correio da Bahia contratou a empresa de consultoria em mídia Innovation para criar o novo projeto gráfico do jornal. É tendência mundial a substituição do formatão standard por formatos menores como o tablóide ou o berliner que o jornal adotou. Logo na primeira página o maior elemento (mais de 60% da área) é uma fotografia que toma metade do espaço. Dentro desta, “Correio da Bahia” agora é apenas “Correio*”. Apenas uma palavra, e o asterisco do mesmo vermelho do “Bahia” em “O que a Bahia quer saber”, frase que acompanha o logotipo. Asterisco que remete à exclamação do Yahoo! e tantas marcas web com sinais gráficos.

A criação da redação informatizada, as incursões mais vigorosas pelo webjornalismo, e finalmente a reforma editorial e gráfica do jornal são todos decorrência da disseminação do acesso à internet no Brasil. A indústria de informação impressa se encontra em crise e, para manter-se viva acaba tanto por migrar parcialmente de mídia quanto por incorporar técnicas, estéticas e recursos característicos da internet no próprio produto impresso.

Os degradês de laranja sumiram, graças aos deuses. A arquitetura de informação está muito melhor desenvolvida. Acima das chamadas, o número da página vem, em cor vermelha, ao lado do nome da editoria. E nada da redundância de repetir que o número é de “página”. No miolo, o topo de praticamente todas as páginas é composto de pequenas notas de 60 ou 120 palavras em média. Mesmo a seção “Mais” que apresentaria material mais longo e jornalístico – no sentido rigoroso da palavra – mantem as notinhas. A exceção é a editoria “24h”, que abre o jornal com notícias mais quentes e tem uma estrutura mais livre.


A imagem acima mostra apenas duas das dez páginas que apresentam infográficos, entre as sessenta e quatro que totalizam a publicação. Apesar de uma produção longe da qualidade apresentada pela Folha de São Paulo, a equipe de André Renato Malvar, além da retrospectica de 30 anos de Correio*, também representou visualmente bem os pontos de falta de segurança dos campi da UFBa e as contratações do Esporte Clube Bahia.

Jornalismo cultural nulo (faço minhas as palavras de Ana Camila) na publicação, mas informação mais direta. A agenda de cinema apresenta as salas e horários em uma tabela bem mais prática e opta por não poluir a página com informações sobre produção, diretor e elenco pra um público que não está interessado nisso, ao menos não no jornal.

Para mais conteúdo sobre a relação entre internet e jornalismo impresso, ouça o podcast de Fernando Firmino chamado “Tablodização dos jornais diante do impacto da internet”. Firmino é jornalista, doutorando do Poscóm-UFBa e blogueiro do Jornalismo Móvel.

Clique abaixo para ver o anúncio, realizado pela Propeg, que exalta o novo Correio* e sua “diagramação dinâmica e moderna, sem precedentes na história da imprensa brasileira”.

Redesign Correio da Bahia

A consultoria em comunicação e mídia Innovation começou a apresentar, no blog mantido por Juan Antonio Gider, o redesign do Correio da Bahia. Já escrevi neste blog sobre um formato de jornal criado por esta empresa. As transformações apresentadas no Correio da Bahia seguem a mesma tendência, e poderão ser vistas na próxima quarta-feira dia 27 de agosto.

Trocando de standard para berliner, seguindo o formato e as tendências nos jornais atuais, o grande elemento da primeira página é uma fotografia que toma metade do espaço. Tanto o logotipo, quanto o slogan e a chamada principal estão inseridos sobre esta imagem. E o logotipo suprime o “Bahia”: somente “Correio” e um asterisco em vermelho levando para o “Bahia” de “O que a Bahia quer saber”. O jornal contará com quatro seções a partir dessa reforma. Além do miolo com matérias mais profundas, 24h trará notícias curtas, Vida será a seção sobre comportamento e Esporte cobrirá… esporte.

O Correio da Bahia é o principal concorrente do Jornal A Tarde aqui na Bahia. Na verdade, são praticamente os dois únicos jornais de algum peso. Pode ser adicionado à essa lista, com muita benevolência, o Tribuna da Bahia. O Correio também promoveu uma reforma editorial, além da gráfica, nos últimos meses. Assim como a criação da revista Muito (sobre a qual tenho escrito aqui), esse avanço é mais um sinal dos tempos. Tanto na pérpetua concorrência entre os dois, quanto na luta de ambos contra a diminuição do número de leitores.

+ Leia a postagem mais completa do dia 27 de agosto

Innovations in Newspaper

Os jornais ao lado são exemplos de uma nova proposta de formato, chamado 3030. Foi criado pela Innovation Media Consulting, um grupo de consultoria em mídia. Um dos seus fundadores, Juan Antonio Gider, mantém o blog Innovations in Newspaper, de onde tirei a imagem.

Os exemplares seguem a tendência de “revistização” dos jornais: diminuição do formato, papel de melhor qualidade, cores em todas as páginas, apuro tipográfico e apenas uma ou duas grandes fotografias na capa.