É triste como cada livro sobre o tema ainda tem de bater naquela velha tecla “erudito x popular”, em uma época no qual esses adjetivos quase não tem mais razão de ser. Daniel Piza tem de abordar esse assunto, e o faz com êxito. Na página 45 de Jornalismo Cultural, cita uma pesquisa realizada pela Secretaria de Cultura de Belo Horizonte que incluiu entre suas perguntas: “Um filme de Steven Spielberg é cultura?”. Mais de dois terços dos entrevistados responderam “não”.
Esta dicotomia é uma das muitas que Piza aborda em seu livro. O nacional frente ao internacional também está em pauta. Assim como o abismo entre os cadernos diários e os suplementos semais. Não costuma existir equilíbrio entre a superficialidade dos cadernos diários ao academicismo dos suplementos semanais.
Em quatro capítulos, o autor passa por teoria, práticas e exemplos do jornalismo cultural. Revista e revisões, seção do primeiro capítulo, é uma das mais longas. Vai da Klaxon, do modernismo paulista, a publicações da internet, passando por Esquire e New Yorker. Os jornalistas e publicações brasileiras merecem uma seção à parte, em seguida.
Segundo uma entrevista dada à revista Imprensa #231, Daniel Piza escreve críticas literárias desde os 13 anos de idade. A dedicação e esforço foram recompensados. Passou pelos maiores jornais de São Paulo, e hoje é editor-executivo no Estadão.
Jornalismo Cultural faz parte da coleção Comunicação da Editora Contexto. São livros entre 100 e 200 páginas tratando de especialidades do jornalismo e da comunicação, geralmente escritos por profissionais com destaque atual. Este blog já resenhou o Jornalismo de Revista, de Marília Scalzo. Também constam nessa coleção, entre outros: Jornalismo Digital; A Arte de Fazer Um Jornal Diário; Assessoria de Imprensa; A Arte de Entrevistar Bem etc.
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