Memória Gráfica Brasileira

“Dedica-se a resgatar e valorizar o riquíssimo legado do design no Brasil, assim como das atividades congêneres que já abarcavam a criação e o projeto antes que o design se configurasse como campo profissional.”

É quase bom demais para ser verdade. O Memória Gráfica Brasileira existe desde este ano, e está criando aos poucos seu acervo. Mas o seu primeiro grande trunfo é o “J. Carlos em Revista.” O célebre diretor de arte e ilustrador é homenageado com nada menos que a digitalização e publicação online de todas as edições entre 1922 e 1930 das revistas Para Todos e O Malho. Em outra postagem já falei de J. Carlos, sobre as capas sequenciadas que ele fez para a Para Todos no carnaval de 2007.

O Memória Gráfica Brasileira é, simplesmente, um item indispensável nos “favoritos” de qualquer design, estudante ou entusiasta brasileiro que se preze.

Layout: o design da página impressa, de Allen Hurlburt

Layout: o design da página impressa é um daqueles bons livros introdutórios ao design gráfico. Simples, direto e recheado de ilustrações. As 160 páginas do livro são divididas em quatro seções: Estilo, Forma, Conteúdo e Resposta.

Estilo é a parte mais histórica do livro. Traz capítulos sobre estilos, escolas e designers, como De Stijl, El Lisstsky e, claro, Bauhaus. O livro é de 1977, então não há nada sobre o design contemporâneo ou pós-moderno, ou como queiram chamar.

Em seguida, Forma traz capítulos sobre os elementos do design gráfico. Forma, Simestria e Assimatria, Equilíbrio, Contraste, Sinais e Símbolos, Módulos e outros.

Conteúdo é a seção sobre aspectos produtivos. Tipografia, Fotografia, Ilustração, Humor etc. Resposta, por fim, traz alguns poucos capítulos sobre a recepção. Psicologia da Gestalt, Ilusão e Paradoxos Visuais.

O autor, Allen Hurlburt, foi um renomado diretor de arte. Ganhou vários prêmios e tem algumas publicações específicas sobre design editorial. Uma delas, Publication Design, será resenhada em breve aqui no blog.

Mais
+ para os leitores ufbianos do blog, é só passar na Biblioteca Central e ir na prateleira 655.1 H965
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Helvetica

Helvetica (Gary Hustwit, UK, 2007) é um documentário do ano do cinquentenário da fonte criada por Max Miedinger. Em seus 80 minutos de duração, alterna entrevistas com designers e sequências de impressos, sinalização e todo tipo de comunicação visual em que aparece. A história da Helvetica é explicada. O filho de Edward Hoffman (o dono da tipografia Haas Type Foundry, que encargou Miedinger do trabalho) fala do processo de produção, e mostra desenhos originais.

Talvez a parte mais suculenta do documentário sejam os depoimentos (repletos de alfinetadas) de defensores do design moderno de um lado, e do design pós-moderno, de outro.

Massimo Vignelli está presente no filme e, num inspirado momento compara o papel do design com o do médico. Mas é particularmente interessante uma crítica aos “pós-modernos”: Nos anos 70, a geração jovem estava atrás de fontes psicodélicas, e qualquer coisa junkie que poderiam encontrar. Nos anos 80, com suas mentes completamente confusas por essa doença que foi chamada de Pós-Modernismo, as pessoas estavam desnorteadas como galinhas sem cabeça, usando todo tipo de fontes que poderiam dizer “não modernas”.

O papa do design pós-moderno, David Carson, fala de seu processo de criação e dá um testemunho sobre a polêmica matéria que desenhou na lendária Ray Gun: Se é chato e não vale a pena ler, porque não pôr o texto em Zapf Dingbats? É uma fonte.

Mas a maioria dos depoimentos, entretanto, fala da ubiquidade inescapável da fonte suíça. Michael C. Place traz um causo descontraído: Fiz convites de casamentos, e nunca farei de novo. É o tipo de trabalho mais estressante que já tive, lidar com sogras é horrível. Mas eu fiz o nosso, e pus um pequeno crédito agradecendo Max Miedinger pela Helvetica.

A ideologia do design também é posta na mesa. Do lado dos ”contraventores”, Paula Scher fala sobre sua época de estudante: Eu era moralmente contra a Helvetica, porque eu a via em grandes corporações patrocinadoras da Guerra do Vietnã.

Mas estes excertos aí acima são apenas fragmentos coletados por alguém que acabou de assistir o vídeo. Confiram com os próprios olhos, o documentário é uma verdadeira aula de história, contada de forma divertida (se bem que essa tarefa não é das mais difíceis em se tratando de design).

"Hamlet", de Beggarstaffs

Pra estrear o marcador “cartaz” com grande estilo. Acho que esse é o cartaz mais bonito que já vi na vida. Simples e genial. Feito no finalzinho do século XIX, por William Nicholson e James Pryde, que trabalhavam juntos com o nome de Beggarstaffs. Eles utilizavam geralmente a técnica de silhueta, como neste cartaz aqui, por ser simples e barata a técnica de reprodução. Três cores para o Hamlet segurando a caveira de Yorick. Cena clássica e bem representada.