En Caja Baja

En Caja Baja – prensa y diseño é mais um ótimo blog em língua espanhola . Já escrevi aqui sobre o Quinta Tinta e sobre o CuatroTipos. Neste blog são cinco: Javier Vidal, Quique Falcón, Mario Benito, Rubén Martín e Luís Blasco. Desde 2007 já são mais de trezentos posts, com análises de páginas e jornais, e também foco em alguns redesigns.

O blog também publica o Diseñario, um “dicionário” sobre o design de jornal. Com bom humor, vários tópicos são abordados, como jornal, família de tipos, revista, sensacionalismo etc.

Abaixo um trecho do “adeus” à Helvetica:

De proporciones imposibles de mejorar a pesar de los continuos intentos, de formas imperecederas, dulces y poderosas a la vez, ha dado más fuerza a títulos que ya tenían fuerza, y también a otros que no; ha puesto su enorme carácter al servicio de un periodismo de carácter, guste o no, gusten o no ambos; su presencia significaba que aquélla era la noticia principal de la página porque muy pocos tipos, ninguno en realidad, pueden competir con ella. Contigo, Helvética. De quien nunca podré separarme, aunque esta noche tengamos que decirnos

Helvetica

Helvetica (Gary Hustwit, UK, 2007) é um documentário do ano do cinquentenário da fonte criada por Max Miedinger. Em seus 80 minutos de duração, alterna entrevistas com designers e sequências de impressos, sinalização e todo tipo de comunicação visual em que aparece. A história da Helvetica é explicada. O filho de Edward Hoffman (o dono da tipografia Haas Type Foundry, que encargou Miedinger do trabalho) fala do processo de produção, e mostra desenhos originais.

Talvez a parte mais suculenta do documentário sejam os depoimentos (repletos de alfinetadas) de defensores do design moderno de um lado, e do design pós-moderno, de outro.

Massimo Vignelli está presente no filme e, num inspirado momento compara o papel do design com o do médico. Mas é particularmente interessante uma crítica aos “pós-modernos”: Nos anos 70, a geração jovem estava atrás de fontes psicodélicas, e qualquer coisa junkie que poderiam encontrar. Nos anos 80, com suas mentes completamente confusas por essa doença que foi chamada de Pós-Modernismo, as pessoas estavam desnorteadas como galinhas sem cabeça, usando todo tipo de fontes que poderiam dizer “não modernas”.

O papa do design pós-moderno, David Carson, fala de seu processo de criação e dá um testemunho sobre a polêmica matéria que desenhou na lendária Ray Gun: Se é chato e não vale a pena ler, porque não pôr o texto em Zapf Dingbats? É uma fonte.

Mas a maioria dos depoimentos, entretanto, fala da ubiquidade inescapável da fonte suíça. Michael C. Place traz um causo descontraído: Fiz convites de casamentos, e nunca farei de novo. É o tipo de trabalho mais estressante que já tive, lidar com sogras é horrível. Mas eu fiz o nosso, e pus um pequeno crédito agradecendo Max Miedinger pela Helvetica.

A ideologia do design também é posta na mesa. Do lado dos ”contraventores”, Paula Scher fala sobre sua época de estudante: Eu era moralmente contra a Helvetica, porque eu a via em grandes corporações patrocinadoras da Guerra do Vietnã.

Mas estes excertos aí acima são apenas fragmentos coletados por alguém que acabou de assistir o vídeo. Confiram com os próprios olhos, o documentário é uma verdadeira aula de história, contada de forma divertida (se bem que essa tarefa não é das mais difíceis em se tratando de design).