Introdução à Análise da Imagem, de Martine Joly

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Introdução à Análise da Imagem, de Martine Joly, traz os seguintes capítulos:

1. O Que É uma Imagem?
2. A Análise da Imagem: Desafio e Métodos
3. Imagem Protótipo
4. A Imagem, as Palavras

No primeiro, esta pergunta fundamental  para o livro é respondida. O que é uma imagem? A autora escreve sobre os diferentes usos dessa palavra, como em “imagem mental” por exemplo. Em seguida, introduz um pouco o leitor à Linguística e Semiologia, passo inicial para poder tratar a imagem como signo, a partir de então.

O segundo capítulo discorre sobre a “análise da imagem”. Depois de escrever sobre o que tem incentivado a “recusa da análise”, explica o porque a análise da imagem é importante.  Finaliza o capítulo analisando o quadro Usine à Horta de Ebro, de Pablo Picasso.

“Imagem protótipo” se refere às imagens da publicidade. Os anúncios publicitários são bons objetos de análise porque, além de sempre incluírem signos linguísticos, tem um objetivo declarado: vender um produto. Portanto, a autora revisa a Retórica e sua relação com a produção de imagens publicitárias.

O quarto capítulo situa a imagem em relação às palavras. Cita Godard que disse: “Palavra e imagem são como cadeira e mesa: se você quiser se sentar à mesa, precisa de ambas”. Aborda a relação imagemxpalavra em termos de exclusão, interação, verade e mentira, para concluir que o mais aproriado é tomar essa relação em termos de complementaridade. Também transcreve um trecho do romance O fio do horizonte, no qual um personagem tenta descobrir a identidade de um morto a partir da fotografia que carrega.

A bibliografia não se limita a listar os livros utilizados. Os livros são classificados de acordo com o tema, seguidos de comentários.

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Informação Linguagem Comunicação, de Décio Pignatari

informacao-linguagem-comunicacao-dacio-pignatariMais conhecido por sua atuação como poeta concretista, Décio Pignatari também é professor e pesquisador em Comunicação, Linguística e Semiótica. Em 1968 lançou o livro Informação, Linguagem, Comunicação.

Pignatari toma a Comunicação como uma parte da Teoria da Informação: “alguns teóricos e estudiosos chegam mesmo a distinguir entre informação e comunicação, o quenos parece um eco de uma outra distinção bastante arraigada e corrente, mas dificilmente sustentável, qual seja, a distinção entre forma e fundo, entre forma e conteúdo.”

O livro é dividido em seis capítulos. No final do livro, alguns pequenos ensaios que tratam de kitsch, arte gráfica, habitação etc.

1. Introdução à Teoria da Informação
2. Semiótica ou Teoria dos Signos
3. Estatística e Informação
4. A Teoria da Informação
5. Pesquisas e Aplicações
6. Comunicação e Cultura de Massas

Depois de tratar do básico da semiótica no segundo capítulo, aplica seus conceitos de forma interessante na análise de alguns anúncios publicitários.

A utilização, por Edgar Alan Poe, da tábia de frequência das letras na língua inglesa na construção de um mistéria em O Escaravelho de Ouro é o pontapé inicial do terceiro capítulo, no qual escreve sobre código, linguagem e metalinguagem.

Em seguida, aplica a teoria da informação à análise de um anúncio publicitário (fico devendo a imagem para breve, ok?):

“Natureza ambígua da informação: o apêndice nasal emoldutado por óculos e bigode se caracteriza por maior taxa de informação, ao mesmo tempo em que introduz um “ruído” no sistema altamente uniforme e redundante. Também ilustração do alargamento do repertório: no processo, o signo novo ganha significado crítico, tendendo para a metalinguagem. A ampliação do repertório está dialeticamente relacionada com o aumento de capacidade de metalinguagem.”

No capítulo sobre “cultura de massas” volta a mostrar uma posição elitista incômoda. Parece concordar com a chamada “cultura de elite” que deve ser “levada às massas”. Mas, apesar destas particularidades, o livro de Pignatari é uma boa introdução à semiótica e à teoria da informação e exibe um raciocínio argumentativo e matemático bem inspirador.

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O Cinema Manipula a Realidade?, de Sidney Ferreira Leite

cinema-manipula-realidade-sidney-ferreira-leiteO Cinema Manipula a Realidade? é um livrinho de bolso da coleção “Questões Fundamentais da Comunicação”, lançado em 2003. Cada um dos livrinhos dessa coleção da editora Paulus parte de uma pergunta da área. Também existe coleção dedicada ao Cotidiano, à Educação,  à Fé e ao Ser Humano.

O livro de Sidney Ferreira Leite é dividido em três partes. Na primeira, um pouco de história do cinema. Começa por analisar o surgimento do cinema como “registro do real”, passa pelos dois pioneiros Griffith e Eisenstein e finaliza falando de roteiro.

Na segunda parte, Hollywood. Usos intencionais e ideológicos do cinema durante grandes guerras e durante a guerra fria, além do “simples” imperialismo cultural.

A terceira parte começa com uma análise que mostra, com o filme O Parque dos Dinossauros, como o cinema pode fazer um desserviço à ciência e mostra como o filme enfatia o tema “o homem não deve ir aonde Deus não quer que ele vá”. Em seguida, analisando os filmes hollywoodianos que mostra a Roma antiga escreve sobre o cinema que retratam mais o período no qual são produzidos do que o período representado historicamente. Por fim, Todos os Homens do Presidente deturpou alguns dos acontecimentos nos quais se baseia, para gerar uma narrativa maniqueísta, mais própria do cinema hollywoodiano, segundo o autor.

Pequenino, são apenas 95 páginas de 10,5cmx18cm. O preço segue as dimensões físicas, e é uma aquisição que vale a pena para quem gosta de analisar a ideologia por trás de cada produto da sétima arte.

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Watchmen – sobre capas e cartazes

Antes de qualquer coisa, um aviso. Este post contém vários spoilers. Não continue a ler se não é uma pessoa abençoada que já leu os doze volumes de Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons. Exageros à parte, esse post é para quem leu os quadrinhos e/ou já assistiu o filme.

Não me atreverei a fazer uma crítica no pouco tempo que tenho aqui: como já escrevi em outro post, Watchmen merece um texto crítico, analítico e denso que ainda não desenvolvi. É das capas que quero tratar aqui. Abaixo, as originais da série.

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As doze capas trouxeram uma estrutura fixa. Na parte esquerda da capa, uma faixa com o logotipo da DC Comics, o título, número, preço e um relógio com uma contagem regressiva para a meia-noite. Na contra-capa, “sangue” escorre do topo da página e vai preenchendo aos poucos, número a número, todo o espaço.

São enquadramentos de detalhe todas as imagens de capa.  Cada uma delas se refere ao conteúdo interno, é claro, mas de uma forma que a capa só é “decodificada” depois da leitura. A areia violeta onde a fotografia do quarto número repousa ganha outro peso quando a leitura é completada. A capa do décimo primeiro é quase incompreensível – até determinada página. O último número traz o relógio para a imagem principal, fechando o recurso sequencial de forma dramática. A tensão criada por onze números e por onze meses será resolida com um desfecho sangrento?

A não ser que o roteirista enlouqueceu e planeja suicídio através da unusual técnica “linchamento por nerds” (e isso não aconteceu segundo o Érico Borgo), Watchmen não é um “filme de super-heróis” no sentido Quarteto Fantástico ou Homem-Aranha da coisa. A maioria dos cartazes de cinema, entretanto, passam essa impressão. Sobretudo o deprimente cartaz que foi escolhido pela distribuição brasileira. (cartazes retirados do Cinema em Cena)

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Watchmen é um filme sobre a “eterna luta do bem contra o mal”? Não. Passa muito longe dessa dicotomia boba vista em Super Homem. Watchmen é um filme de ação? Não. Por isso, acho que esses cartazes são decepcionantes. Observem a disposição e gestualidade dos seis personagens amontoados, as aeronaves ao fundo e o enfoque nas armas. O que esse cartaz comunica, além de que é um filme de super heróis cheio de efeitos especiais?

Como fã dos quadrinhos originais, os cartazes mais ricos são os da série de cartazes da qual extraí os seguintes:

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No final dos volumes de Watchmen, os quadrinhos deram lugar ao texto. Eram “material de apoio” a narrativa. Excertos de livros, jornais e documentos do mundo ficcional de Watchmen  incluiam tramas secundárias, informações adicionais e muita verossimilhança. Essa série de cartazes exibem imagens dos personagens principais em uma estrutura semelhante a da capa dos quadrinhos, acompanhado de uma citação. As imagens não são apenas ostentórias como a do cartaz acima. Trazem um instantâneo da narrativa para o cartaz, o suficiente para despertar a curiosidade. Quem é esse herói que vê um painel de TVs acompanhado de um animal estranho? O que é aquele ser de azul que flutua meditando?

A imagem abaixo faz parte de um conjunto que também se foca apenas em um personagem em cada cartaz. Apesar de preferir os cartazes acima, também são bons. Cada um traz uma citação também, importante em se tratando de Watchmen, que se apoiou também em material em prosa como escrevi acima. O fundo de cada cartaz traz elementos associando Vietnã ao Comediante, a Cidade ao Rorschach, as Revoltas Populares ao Coruja e o Progressismo Tecno-biológico a Ozymandias.

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Enfim, daqui a algumas horas saberei se minhas reclamações sobre o cartaz oficial brasileiro realmente têm validade na prática. Abaixo, o ótimo segundo trailer do filme.

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TimeSheet

timesheet-2-capaMais uma “revista-pdf-compilação-temática” surge na internet.  A TimeSheet veio ao mundo em dezembro de 2008. O primeiro número, como não podia deixar de ser numa revista com este nome, teve o “Tempo” como tema. Dois dos colaboradores apresentam sequências que mesclam fotografia a um pouco de texto – que insere ritmo nessas páginas – e são o ponto alto deste número: Fernando Farillo e Gustavo Santos.

No segundo número o tema é “Verdade”, e as 90 páginas se tornaram mais de 200. Como acontece com várias revistas desse tipo, precisa de uma seleção mais rigorosa. Qual a relevância, nas páginas 92-93 da fotografia de um toyart de Hellboy sobre uma pintura ao fundo? Seria melhor contentar-se em ser uma publicação de “poucas” mas boas páginas.

Este número possui vários trabalhos que unem a ilustração à fotografia. Mas, ao invés da colagem, a fotografia de algum suporte de ilustração. Gustavo Santos explica no editorial: “estimulamos todos os colaboradores a criarem seus trabalhos de forma totalmente manual, sem uso algum dos recursos tecnológicos digitais ou do conforto dos softwares de criação gráfica. Após sustos e pânicos generalizados, várias verdades foram concebidas ‘de verdade’.” Gosto do trabalho abaixo, de iceRulez:

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