Dica de Blog: Design.com.br

Detentor do privilegiado domínio design.com.br, este blog reúne colaborações de dezenas de colunistas. As sub-áreas que conseguem mais destaque acabam por ser as relacionadas aos colunistas mais ativos. Com tantos colaboradores, é comum que a qualidade seja bem inconstante. Mas falando do bom e farto texto, alguns dos escritores são também pesquisadores acadêmicos. É o caso de Lucy Niemeyer, Ricardo Martins e Lígia Fascioni. A tirinha Malditos Designers, de Rômolo Eduardo também é publicada. Também merecem destaque os autores Fernando Galdino e Antonio Ribeiro.

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Design Gráfico Cambiante – Dois Artigos de Rudinei Kopp

A estética cambiante que o design gráfico nos oferece atualmente pode não ser uma prática ou estratégia hegemônica. Não foi adotada por um grande número de designers ou empresas e tampouco sabemos se um dia isso acontecerá. O fenômeno é visível e vem crescendo como possibilidade no design gráfico atual. Os elementos que deram condições para o seu surgimento se confundem com a Pós-Modernidade e uma das faces desse tempo é o próprio design gráfico cambiante.

O logotipo da MTV é um dos exemplos mais famosos desse tipo de design observado por Rudinei Kopp. O pesquisador e professor da Universidade de Santa Cruz do Sul possui dois artigos disponíveis na internet sobre o assunto.

Design gráfico cambiante: a instabilidade como regra (baixar pdf)
A capa efêmera: raízes e causas da instabilidade como estratégia no design editorial (baixar pdf)

O excerto acima foi retirado do segundo. Ambos tratam de algumas manifestações do design contemporâneo, ou Pós-moderno, como confronto aos ideais modernos de controle e redundância. Apesar de deixar de lado algumas questões importantes como quais seriam (por exemplo: M não serifado, relação de tamanho e localização entre o M, o T e o V etc) os elementos que possibilitam o reconhecimento do logotipo como tal, os exemplos de Kopp são muito interessantes.

Além da MTV, Kopp mostra as capas das revistas Ray Gun (a lendária revista de David Carson), Matiz, Big e Sexta Feira. Fazendo o resgate histórico, apresenta a série de logotipos abaixo, do Jornal Literatur in Koln, de 1974.

Em uma postagem a ser publicada em breve, resenharei com mais cuidado o livro Design Gráfico Cambiante.

Os Santos Patronos do Design Gráfico

Isabel de Santa Maria y del Madonna de Guadalupe, que prefere ser chamada pelo seu nome de Pixela, foi uma princesa moura. Seu pai, Rei Wacom, perseguiu artistas e os manteve prisioneiros no seu castelo onde eles trabalhavam dia e noite sem descanso, num quarto frio sem luzes ou janelas. Pixela secretamente visitava os prisoneiros, trazendo-lhes comida e cappucinos. Ao se tornar amiga de um prisioneiro em particular, o Bispo de Photoshop, ela descobriu a vocação para criar suas pinturas em tamanho maior, depois que ele as terminava. Passou o resto de sua vida solitária no Lago do Santo Vetor, morreu aos cem anos e continua sendo reverenciada mundialmente.

The Patron Saints of Graphic Design é uma criação de W. Lynn Garrett, designer diretor de arte. Além da Santa Pixela, a página ainda traz perfis de Santa Anxieté, Santa Concepta, Santo Exacto, Santa Pantone e Santo Typo.

Design & Life #13

A Design & Life, sobre a qual já escrevi aqui, também se rendeu ao Issuu. Além do décimo terceiro número da revista, que acabou de sair do forno, os números anteriores também estão disponíveis lá. Uma das notícias desse número é a exposição, no MoMA, de capas feitas por George Lois para a Esquire. Abaixo, uma foto capturada pela nossa correspondente internacional.

A Prática do Design Gráfico – uma metodologia criativa, de Rodolfo Fuentes

Rodolfo Fuentes, designer uruguaio, apresenta em A Prática do Design Gráfico – uma metodologia criativa um manual direto e conciso. É dividido em: A necessidade do design; Concepção; Concretização; Controle, avaliação e crítica; Os processos internos; O designer em seu contexto; e anexos.É um elegante livro quadrado [quase] e amarelinho, de 144 páginas. Atualíssimo – de 2005 -, Fuentes abre o livro definindo projeto e explicitando o papel do design na comunicação. Para isso, começa o livro explicando por onde o designer deve começar: analisando a necessidade específica, comunicação já utilizada, definição de pautas de marketing, adequação orçamentária, implicações ético-morais e codificações culturais.

Em seguida, pesquisa: concorrência local, referências internacionais, elementos históricos e inclusão social. No capítulo seguinte, métodos de criação. O repertório e as decisões do designer são discutidas, para partir para a expressão gráfica, layout e arte-final. Concretização trata de aspectos que o autor chama de “estruturais” (escala, tipografia, cor e suporte), dos diferentes tipos de imagem (fotografia, ilustração etc) e de métodos de pré-impressão, impressão e acabamento, incluindo uma “check-list” bem útil.

Controle, avaliação e crítica tem um título auto-explicativo. Trata de controle no processo gráfico propriamento dito e controle no processo virtual. Algumas questões sobre qualidade, crítica e a relevância e aplicabilidade da autocrítica também são levantadas. Os processos internos, bem curtinho, discute o próprio designer, sua formação e relacionamento com o cliente.O designer em seu contexto finaliza o livro confrontando a profissão de designer e seu papel na cultura e sociedade. Anexos traz pequenos ensaios e manifestos. Ocorrência e design, de Fritjof Capra é o mais suculento, e discute o conceito de “estruturas ocorrentes”, tema caro a Fuentes, pelo que é indicado ao chamar o designer, apropriadamente, de “o estruturador invisível”.

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