Continuando a série de entrevistas com os palestrantes do Social Analytics Summit 2015, que acontece nos dias 27 e 28 de novembro em São Paulo, hoje falo com Douglas Oliveira. Um dos fundadores da Thinking Insight, Douglas nos conta sobre como é pensar dados nas mídias sociais com o objetivo de construir uma cidade melhor.
Tarcízio: Os dados hoje são abundantes nas mídias sociais, mas parece ainda raro que agências e consultorias publiquem materiais e pesquisas relacionadas também a melhorias pra sociedade como um todo. Você concorda? Pode falar sobre a decisão da Thinking Insight em se posicionar desta forma?
Douglas: Sim, concordo. Geralmente os dados coletados em ferramentas de monitoramento e métricas dentro das agências são para avaliar aceitação de campanhas, evitar/gerenciar crises e criar relatórios de saúde da marca, que muitas vezes não recebem o devido valor, seja pelo cliente ou pela própria agência.
Como a Thinking Insight é uma agência que se baseia em dados para construir planejamento, criação e mídia, arquitetamos o Pedalando na Cidade, projeto de mobilidade urbana que reuniu dados de monitoramento de mídias sociais e pesquisa online para entregar informações consistentes para pessoas, imprensa e empresas. Basicamente, utilizamos nossa metodologia para explorar um tema muito discutido, e de grande importância à cidade, para provocar questionamentos, mostrar caminhos e gerar insights que podem ser aplicados.
T: O projeto “Pedalando na Cidade” foi muito fortuito em coincidir com tantos debates e mudanças na relação de São Paulo com o ciclismo e outros meios de transporte. Vocês acreditam que o cicloativismo online ajuda a mudar mentalidades?
D: Sem dúvidas que a internet e mídias sociais facilitam o processo de comunicação, mas preciso destacar a importância do cicloativismo “off-line” diante do que é possível ser observado e usufruído nos dias de hoje.
Um dos exemplos disto é o movimento chamado Bicicletada, ou “Massa Crítica, que surgiu em 29 de Junho de 2002 e tem como objetivo mostrar à sociedade a existência dos ciclistas e a importância que se deve dar ao tema.
Hoje em dia é possível notar que portais como Bike é Legal, Vá de Bike, Ciclocidade, Bike Anjo etc. dão muita importância às mídias sociais dentro do processo de mostrar a evolução da cidade, o convívio no trânsito e habitação dos espaços públicos com o objetivo de esclarecer dúvidas de ciclistas iniciantes – bem como reduzir o receio destes – e, claro, fazer com que as pessoas entendam que o objetivo geral é melhorar o convívio urbano entre ciclistas, pedestres e motoristas.
T: Que tipos de melhorias e evolução uma cidade, através de sua gestão municipal, pode desenvolver a partir de dados sociais e pesquisa online?
D: Conforme o passar dos anos é inevitável que a tecnologia fique distante do poder público. A prefeitura do Rio de Janeiro, por exemplo, possui o COR, que conta com ferramentas de monitoramento de mídias sociais por geolocalização, com o objetivo de fazer a cidade ser cada dia mais inteligente para seus habitantes. Outro exemplo é o aplicativo “Onde fui roubado” que mapeia locais onde ocorreram crimes nas cidades.
Além disso, diante de nossa percepção, também é vantajoso se trabalhar com dados sociais e pesquisas online, porque existe agilidade e qualidade na entrega e os custos de desenvolvimento são mais competitivos, se compararmos a outros modelos de pesquisas e fornecedores.
—
Leia mais entrevistas sobre o evento no blog da Mariana Oliveira – marianaoliveira.cc
Ainda é possível se inscrever para as palestras do dia 28, no qual teremos um debate entre Douglas Oliveira e Carolina Zaine com o tema “Insights para Transformar as Cidades”. Acesse em mediaeducation.com.br/socialanalytics