Greenpeace

Bom, discussões sobre o Greenpeace são sempre calourosas. Alguns criticam o tipo de afiliação à organização. Contribuições mensais que pessoas de todo o mundo enviam, débito em conta, para manter a consciência limpa para comer em fast-food, ir de carro em cada visita à padaria no quarteirão vizinho e, no meio tempo, ignorar o mendigo na esquina.

Mas não resta dúvida que as campanhas criadas são maravilhosas. Geralmente seguem a estratégia de usar uma imagem de alto impacto e/ou criatividade, com uma pequena legenda no canto.

Legenda: “Recicle papel. Salve árvores”

Essa campanha vem com a legenda: “Não é somente a árvore que é cortada”.

Na legenda: “Inverno. Você sentirá falta quando acabar”

Helvetica NOW Poster Contest

Em 1957 o suíço Max Miedinger criou a fonte Helvetica. Criada para concorrer no mercado suíço (que na época tornou-se referência mundial em design) com a fonte Akzidenz Grotezk, tornou-se, desde então, a fonte sem serifa mais usada e plagiadano mundo.
Cinquenta anos depois, o banco de fontes Linotype lançou o concurso Helvetica NOW Poster Contest. A proposta é a criação de um cartaz comemorando o cinquentenário da Helvetica. Centenas de cartazes foram submetidos, a votação já foi finalizada e os vencedores serão anunciados em janeiro.
Aqui eu mostro os meus cinco preferidos, e o porquê.

Helvetic-tac
de Janka Kovach

Vários dos concorrentes utilizaram a referência ou às cores da bandeira suíça ou aos famosos relógios. Este daqui faz do próprio cartaz o relógio, com bom equilíbrio (a tríade perfeita) entre preto, branco e vermelho.

clarity
de Jonathan Carl Scheele

Leitura fácil e rápida, visibilidade perfeita, clareza. Assim é a Helvetica. Dezenas e dezenas de fontes em volta, com ou sem serifa, de tamanhos variados, mas o destaque é da pequenina palavra ‘communicate’.

Discrete Power
de Steven Whitfield

Boas idéias e poder discreto. A direção do olhar de quem vê o cartaz é levado, do canto superior direito, traçando a linha do cabo Helvetica até a luminosidade da lâmpada, brilhante como a fonte.

Helvetica knife design
de Rafael Chimicatti

Outra idéia meio óbvia e bastante recorrentes: canivete suíço. Gosto deste cartaz em particular por que não faz o canivete como um objeto tridimensional. O que basta aqui é a forma básica em elipse, assim dá ênfase à Helvetica, e não ao virtuosismo do designer. Em cima o nome do concurso, embaixo as “ferramentas” são frases sobre Helvetica e sobre design, mostrando a textura do texto que utiliza a fonte.

Arial
de Joana Sobral, Ana Simões, Jorge Amador

Cartaz mais simples de todos. Fast design, quase um MacDonald. Mas brilhante a idéia. A fonte Arial, assim como dezenas de outras são baseadas (ou cópias em alguns casos) da formosa Helvetica. Corpo enorme, contraste gigantesco, quase que engana. A palavra ‘Arial’ fica mais bonita em Helvetica.

"Hamlet", de Beggarstaffs

Pra estrear o marcador “cartaz” com grande estilo. Acho que esse é o cartaz mais bonito que já vi na vida. Simples e genial. Feito no finalzinho do século XIX, por William Nicholson e James Pryde, que trabalhavam juntos com o nome de Beggarstaffs. Eles utilizavam geralmente a técnica de silhueta, como neste cartaz aqui, por ser simples e barata a técnica de reprodução. Três cores para o Hamlet segurando a caveira de Yorick. Cena clássica e bem representada.