Quase fui pesquisador em quadrinhos. Associados a outras questões pessoais e profissionais, os olhares de desprezo a meu pôster sobre Macanudo no SEMPPG de 2007 puseram um fim nessa pretensão. Acabei deixando a paixão só para a fruição e análise “não-acadêmica”.
Assim como os quadrinhos, um objeto de pesquisa muito subestimado é o videogame. São poucos os pesquisadores que enfrentam o preconceito. Alguns deles se reuniram no Realidade Sintética.
“O Realidade Sintética é um espaço de discussão e atualização sobre o que acontece no mundo dos videogames e como isso repercute na academia, na pesquisa científica. Acima de tudo, o Realidade Sintética é um blog – com abertura para comentários e uma versatilidade maior no quesito conteúdo – composto por pesquisadores do assunto alocados por vários lugares do Brasil.”
Os colaboradores são seis: três da UFBA, além de UFRJ, UFF e Concordia. São pouco menos de 20 posts desde outubro passado, entre notícias, análises e listas bibliográficas. No último post, Emmanoel Ferreira escreve sobre a “ilusão de controle” que acontece especialmente em determinados jogos, como os “baseados em história”. Emmanoel diz que somente em jogos em rede, podem realmente ser criadas novas variáveis, com um controle mais amplo do jogo. É o caso de World of Warcraft e de Ragnarok, por exemplo. Nestes jogos, com milhares (ou até milhões) de pessoas conectadas em um único mundo, dinâmicas sociais são transportadas para aquele espaço, que vira palco até de protestos.
Também são observados os ARG – Alternate Reality Games, ou Jogos de Realidade Alternativa. Recentemente tomei conhecimento do ARG produzido para o guaraná Antarctica, que fez um senador pagar mico nacionalmente. No blog, um ARG no mundo de Lost.
Mas uma das partes mais suculentas do blog é a lista de publicações do grupo. São mais de 30 artigos. Se ainda torces o nariz para os videogames, recomendo o O que podemos aprender jogando MMORPG.
Olá! Agradeço, em nome do RS, o espaço. Espero que possamos suprir as espectativas levantadas pelo post, no futuro. :)
Até!
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