(texto publicado originalmente em 27-08-08 para o blog da revista Lupa)
E o incensado novo Correio da Bahia foi lançado. Na Faculdade de Comunicação da UFBa, os comentários dos proto-jornalistas eram variações sobre “virou revista”. A qualidade gráfica, que não é nada tão excepcional em termos absolutos, incomum no jornalismo do estado foi o motivo do espanto. Mas nem toda revista é especializada e nem todo jornal é 80% texto e 20% foto p&b borrada, apesar do que faz(ia?) crer o jornalismo impresso baiano.
Seguindo o clima de renovação da reforma editorial (ver matéria de Ana Camila), o Correio da Bahia contratou a empresa de consultoria em mídia Innovation para criar o novo projeto gráfico do jornal. É tendência mundial a substituição do formatão standard por formatos menores como o tablóide ou o berliner que o jornal adotou. Logo na primeira página o maior elemento (mais de 60% da área) é uma fotografia que toma metade do espaço. Dentro desta, “Correio da Bahia” agora é apenas “Correio*”. Apenas uma palavra, e o asterisco do mesmo vermelho do “Bahia” em “O que a Bahia quer saber”, frase que acompanha o logotipo. Asterisco que remete à exclamação do Yahoo! e tantas marcas web com sinais gráficos.
A criação da redação informatizada, as incursões mais vigorosas pelo webjornalismo, e finalmente a reforma editorial e gráfica do jornal são todos decorrência da disseminação do acesso à internet no Brasil. A indústria de informação impressa se encontra em crise e, para manter-se viva acaba tanto por migrar parcialmente de mídia quanto por incorporar técnicas, estéticas e recursos característicos da internet no próprio produto impresso.
Os degradês de laranja sumiram, graças aos deuses. A arquitetura de informação está muito melhor desenvolvida. Acima das chamadas, o número da página vem, em cor vermelha, ao lado do nome da editoria. E nada da redundância de repetir que o número é de “página”. No miolo, o topo de praticamente todas as páginas é composto de pequenas notas de 60 ou 120 palavras em média. Mesmo a seção “Mais” que apresentaria material mais longo e jornalístico – no sentido rigoroso da palavra – mantem as notinhas. A exceção é a editoria “24h”, que abre o jornal com notícias mais quentes e tem uma estrutura mais livre.
A imagem acima mostra apenas duas das dez páginas que apresentam infográficos, entre as sessenta e quatro que totalizam a publicação. Apesar de uma produção longe da qualidade apresentada pela Folha de São Paulo, a equipe de André Renato Malvar, além da retrospectica de 30 anos de Correio*, também representou visualmente bem os pontos de falta de segurança dos campi da UFBa e as contratações do Esporte Clube Bahia.
Jornalismo cultural nulo (faço minhas as palavras de Ana Camila) na publicação, mas informação mais direta. A agenda de cinema apresenta as salas e horários em uma tabela bem mais prática e opta por não poluir a página com informações sobre produção, diretor e elenco pra um público que não está interessado nisso, ao menos não no jornal.
Para mais conteúdo sobre a relação entre internet e jornalismo impresso, ouça o podcast de Fernando Firmino chamado “Tablodização dos jornais diante do impacto da internet”. Firmino é jornalista, doutorando do Poscóm-UFBa e blogueiro do Jornalismo Móvel.
Clique abaixo para ver o anúncio, realizado pela Propeg, que exalta o novo Correio* e sua “diagramação dinâmica e moderna, sem precedentes na história da imprensa brasileira”.
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Como posso estar passando um curriculo para vcs.
Gostaria de fazer oçamento sobre impressão grafica
preciso urgente e mail departamento comercial gráfico,impressão de jornais de terceiro.
Sou dono do jornal correio do amapa! Gostei do que vi , parabens
Gostaria de fazer oçamento sobre impressão grafica
preciso de mail do departamento comercial gráfico,impressão de jornais de terceiros
aproveitando “Como posso estar passando um curriculo para vcs tenho boa experiencia em edição de fotos.