Revista Muito: 20 números {parte um: parede}


Os fiéis leitores do blog sabem que já escrevi sobre a revista Muito. Tanto sobre seu lançamento quanto o primeiro número. Desde aquele seis de abril se passaram quatro meses e a publicação alcançou seu vigésimo número. Quantidade razoável e redonda. Já é hora de um comentário mais minucioso sobre os elementos que interessem a este blog.
Começando pelo fim: a seção Parede nesta postagem. O material que fecha a revista é sempre uma obra de um artista plástico, ilustrador ou fotógrafo. Cada um é publicado durante um mês, ou quatro edições. Finaliza a revista dando uma respirada importante, ao ser uma das poucas páginas da publicação menos aptas a críticas como a que ouço constantamente na faculdade, “confundi a revista com um folheto das Lojas Americanas”.

Nos primeiros quatro números, Juliana Moraes teve a honra de ser a primeira artista da seção. É artista visual pela Escola de Belas Artes da UFBa. Segundo a própria (p.50, n°1): “Gosto de representar a mulher moderna, que tem que trabalhar, se manter bonita e mostrar inteligência, o que é ao mesmo tempo cor-de-rosa e aprisionador”. O rosa, e o vermelho, são presentes e protagonistas em quase todos seus trabalhos, mas e geralmente sobre o desenho em ranhuras, pigmentação e texturas como um elemento ‘poluidor’.

Em seguida, Túlio Carapiá. Preto, branco, cinza e algum vermelho – quando mais simbólico -, se unem a textuaras e colagens que mostram a “relação do indivíduo consigo mesmo, suas ansiedades e necssidades”. Fechaduras e chaves são o elemento recorrente. Na Muito #7, um coração de formato infantil, assim como seu traço fino, é o toque final que contrasta essa ilustração com as outras da série: se nesta a expressão facial não é angustiada, a fragilidade da forma é mais dramática.

Entre os números 9 e 13, recebemos fotografias de Valéria Simões. Dois recursos são recorrentes nas suas fotografias publicadas na revista e no site da Muito. A primeira delas é a textura sobre/da superfície transparente, criando camadas de objetos e composições específicas. A outra é a composição resultante de interação de personagens e sombras projetadas obliquamente, como a fotografia ao lado e a que fecha o número 12 da muito.

Em seguida, as obras do artista Gaio Mattos compõe esquemas espaciais em formas representativas. A imagem ao lado é a intervenção do artista na superfície do ponto de ônibus (!?) próximo à Faculdade de Comunicação da UFBa, no campus de Ondina. As quatro obras na revista são das séries Invasões e Índio Loteado, que representam o drama da discriminação e exclusão do uso até do próprio espaço.

Finalmente, os últimos três números trazem trabalhos de Igor Souza. O artista brinca com técnicas têxteis de costura, recorte e colagem na imagem ao lado no número 20, e na anterior, a 18.

Em breve, o Imagem, Papel e Fúria continuará a tratar de outras seções ou elementos da revista, como a editoria de Moda, as capas e os infográficos.

+ Leia sobre o número zero
+ Leia sobre o número um
+ Página da revista Muito

Design & Life #13

A Design & Life, sobre a qual já escrevi aqui, também se rendeu ao Issuu. Além do décimo terceiro número da revista, que acabou de sair do forno, os números anteriores também estão disponíveis lá. Uma das notícias desse número é a exposição, no MoMA, de capas feitas por George Lois para a Esquire. Abaixo, uma foto capturada pela nossa correspondente internacional.

Computer Arts Brasil #11

Como não “pode” faltar em revista relacionada à design, a Computer Arts Brasil traz uma seção de Portfólio, doze páginas das noventa e oito nesse número 11. Mensal, esta de julho trouxe um miolo muito interessante sobre Direção de Arte.: uma página dedicada a cada um dos dez diretores de arte selecionados, todos de grandes agências.

Com algum destaque na capa (no cantinho superior direito) as 29 páginas de Técnica trazem tutoriais em vários programas, geralmente da Adobe: Illustrator, Photoshop, After Effects e Flash. O primeiro tutorial desse número, “Combine fotografia e elementos manuais” é o mais minucioso. A sub-seção Briefing, entretanto, éo mais interessante. Mostra a criação de uma marca, realizado pelo estúdio 123klan, para uma revista de carros chamada Redline.

Canvas

Futuro, Pele, Cor, Gênero e Preto são os cinco temas dos primeiros números da revista Canvas. O número sobre gênero, curiosamente, só traz androginia para mulheres usando roupas “masculinas”. O contrário não ocorre. A dupla acima é do número zero de estréia, de matéria com pequenos perfis de novos nomes da moda. Destaque para o ensaio sobre Carly Faragher.

Mygazines

Mygazines é uma espécie de YouTube das revistas. Assim como o Issuu, os usuários podem carregar suas revistas em pdf, para serem visualizadas em flash. A diferença é que o site está sendo usado também para carregar revistas “ilegalmente” escaneadas. Isso vai facilitar bastante a vida do Imagem, Papel e Fúria. A partir de agora trarei resenhas de algumas revistas mais mainstream dos Estados Unidos, como a Monocle ao lado, que chega importada aqui pra Salvador a 70 reais…