Informação Linguagem Comunicação, de Décio Pignatari

informacao-linguagem-comunicacao-dacio-pignatariMais conhecido por sua atuação como poeta concretista, Décio Pignatari também é professor e pesquisador em Comunicação, Linguística e Semiótica. Em 1968 lançou o livro Informação, Linguagem, Comunicação.

Pignatari toma a Comunicação como uma parte da Teoria da Informação: “alguns teóricos e estudiosos chegam mesmo a distinguir entre informação e comunicação, o quenos parece um eco de uma outra distinção bastante arraigada e corrente, mas dificilmente sustentável, qual seja, a distinção entre forma e fundo, entre forma e conteúdo.”

O livro é dividido em seis capítulos. No final do livro, alguns pequenos ensaios que tratam de kitsch, arte gráfica, habitação etc.

1. Introdução à Teoria da Informação
2. Semiótica ou Teoria dos Signos
3. Estatística e Informação
4. A Teoria da Informação
5. Pesquisas e Aplicações
6. Comunicação e Cultura de Massas

Depois de tratar do básico da semiótica no segundo capítulo, aplica seus conceitos de forma interessante na análise de alguns anúncios publicitários.

A utilização, por Edgar Alan Poe, da tábia de frequência das letras na língua inglesa na construção de um mistéria em O Escaravelho de Ouro é o pontapé inicial do terceiro capítulo, no qual escreve sobre código, linguagem e metalinguagem.

Em seguida, aplica a teoria da informação à análise de um anúncio publicitário (fico devendo a imagem para breve, ok?):

“Natureza ambígua da informação: o apêndice nasal emoldutado por óculos e bigode se caracteriza por maior taxa de informação, ao mesmo tempo em que introduz um “ruído” no sistema altamente uniforme e redundante. Também ilustração do alargamento do repertório: no processo, o signo novo ganha significado crítico, tendendo para a metalinguagem. A ampliação do repertório está dialeticamente relacionada com o aumento de capacidade de metalinguagem.”

No capítulo sobre “cultura de massas” volta a mostrar uma posição elitista incômoda. Parece concordar com a chamada “cultura de elite” que deve ser “levada às massas”. Mas, apesar destas particularidades, o livro de Pignatari é uma boa introdução à semiótica e à teoria da informação e exibe um raciocínio argumentativo e matemático bem inspirador.

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