Clix

A revista Clix já está em seu segundo número. “Imagens, imagens, imagens”: entre suas 68 páginas, uma seleção do que há de melhor na web, visualmente falando. Todas as artes visuais e suportes possíveis marcam presença, como fotografia, ilustração, design gráfico, grafitti, embalagens etc etc etc.

O primeiro número traz  fotografias do trabalho literalmente visceral do Carioca Studio (da Romênia!).  Em tempos de nova potência mundial, uma resenha do livro Graphic Design in China. Fechando a revista a coluna “P.S.”, do coletivo Cia de Foto, nesse primeiro número se debruça sobre a própria Clix, deixa a desejar. A imagem abaixo é a dupla  “Caixa de Ferramentas” com dois convidados engenheiros escrevendo sobre transmissão de imagens até a fase atual, digital.

clix-1-caixa-de-ferramentas

Clix #2 – Neste número, um texto interessante sobre a nomeção de obras de arte. Na seção “Tudão”, de dicas de sites e blogs, Marcelo Daldoce, sobre o qual já escrevi por aqui. A coluna “P.S”, dessa vez, está bem melhor escrita e discorre sobre o documental na fotografia. A imagem abaixo é uma dupla da matéria sobre Fred Einaudi, artista da capa.

clix-2-fred-einaudi

Para fazer uma criticazinha, senti a falta da opção de download. Não gosto desse sistema específico de publicação (a navegação é ruim) e preferiria ler em pdf. Responsável pela revista, a empresa de conteúdo Sixpix também produz várias publicações (entre outros produtos) disponíveis na internet, como a Pix, a ResultsOn e PixTrends.

ANTI

ANTI 4A revista ANTI é produzida pelo Revolver Lover, um grupo que reúne artistas e designers de todo o mundo, incluindo o brasileiro Flávio de Halmeida Hobo. Segue o modelo de coletânea de trabalhos a partir de submissões em torno de um tema por número.

Os produtores chamam o documento de revista e o pdf gratuito  simula uma, com organização por páginas, mas de revista mesmo tem pouco. Não há um editorial ou abertura, tampouco um design editorial. Matérias ou críticas  nem se cogita. E ainda poderia chutar que a edição/seleção dos trabalhos é mais por oferta do que pela qualidade, dado a instabilidade de números de páginas e a clara inadequação de alguns trabalhos..

Até oito de março a publicação recebe trabalhos sobre o tema “Revolution”, para o nono número.  O oitavo ainda não foi lançado, e os sete primeiros tem como pontos altos:

#1  Born – Samantha Casolari
anti-1-samantha-casolari

#2 Couple – Miderrota
anti-2-miderrota-1

anti-2-miderrota-2

#3 Tree – microboth.ch
ANTI 4 - microboth.ch

#4 Seasons – Andres B.
ANTI 4 - Andres B.

#5 Senses – Jonathan Davies
ANTI 5 - Jonathan Davies

#6 69 – Ben Yonda
ANTI 6 - Ben Yonda

#7 Days and Week – Mary Juliao
ANTI 7 - Mary Juliao

Revista Kino #6

O sexto número da revista Kino foi lançado. Dessa vez o tema foi bem livre: “seu filmepreferido”. A imagem ao lado é o trabalho de Marcelo Carneiro sobre Mad Max. Para quem não lembra, eu já escrevi sobre a revista e fiz uma entrevista com seu criador, o Renato Loose, para o blog da Lupa. Confira abaixo a entrevista:

Lupa: Como surgiu a idéia da Kino?
Sempre quis ter um projeto em que pudesse divulgar trabalhos autorais e a revista digital caía como uma luva. Conta com a velocidade e o longo alcance de uma informação lançada na rede. De início, não haveria longos textos, apenas a participação de produtores de imagens, porém, ao definir o perfil da Kino, de fato, como revista, achei que caberia bem uma coluna. A Karla é uma grande amiga que já dividiu comigo uma sala de escritório por quase três anos, além de muitas sessões de filmes. Apaixonada pela “telona” e com um potencial incrível para escrever, não poderia deixar de convidá-la. Assim surgiu a primeira coluna da revista, e outras estão por vir.

Lupa: O formato revista parece ter sido uma escolha exata, inclusive demonstrado pela seção “Trailer”. Qual foi a motivação para esse formato?
Fazer com que a Kino se aproximasse ao máximo do formato que conhecemos em publicações impressas. Por isso a divisão em seções e editoriais. Assim, ela já está pronta para o dia em que terá uma versão impressa, eu espero.

Lupa: Por que escolheu cinema como objeto?
Existem várias revistas virtuais e quase todas giram em torno de um formato muito semelhante: a cada edição escolhem um tema aleatório e pessoas enviam trabalhos relacionados. Na busca por sair dessa linha, acabei optando por algo que seria um tema único e ao mesmo tempo multifacetado: o cinema, que, além de tudo, é uma das minhas manias. Os filmes tem um potencial imenso para fazer com que as pessoas criem a partir das impressões que tiveram durante os minutos de exibição, ou até mesmo após isso, refletindo, debatendo. Há tantos tão provocativos que fica até difícil escolher os temas das próximas edições.

Lupa: Como acontece a escolha dos temas e dos convidados de “Trilha Sonora”?
Eu assisto muitos filmes e ouço bastante a opinião de pessoas que “respiram” cinema. Quando lancei o projeto, fiz uma lista dos que teriam grande chance de se transformarem em tema. Não estou seguindo à risca, mas todos que passaram por lá até hoje estavam nessa listagem. Como a Kino é formada em grande parte por colaboradores, houve uma edição em que o público escolheu o tema. Os convidados da Trilha são pessoas cujo trabalho eu acho interessante. Normalmente, o gosto musical acaba coincidindo e a seção fica bonita de ver, ler e ouvir. Alguns são amigos, outros apenas contatos virtuais.

Lupa: Qual teu número preferido?
Na verdade, há dois números que gosto muito. A edição 2 – Janela Indiscreta – e a edição 4 – Volver. Apesar de modelos bem diferentes entre si, não consigo escolher entre elas. Com o filme do Hitchcok, foi ótimo trabalhar num projeto editorial retrô, com o jeito da época em que o filme circulou. Já com o do Almodóvar, a liberdade que o filme proporciona é incrível. Qualquer cor é possível e toda forma é aceitável. Com tanta opção, basta combinar – ou, às vezes, descombinar – os elementos que o resultado final é satisfatório e o processo de criação muito divertido.

Revista Muito: 20 números {parte um: parede}


Os fiéis leitores do blog sabem que já escrevi sobre a revista Muito. Tanto sobre seu lançamento quanto o primeiro número. Desde aquele seis de abril se passaram quatro meses e a publicação alcançou seu vigésimo número. Quantidade razoável e redonda. Já é hora de um comentário mais minucioso sobre os elementos que interessem a este blog.
Começando pelo fim: a seção Parede nesta postagem. O material que fecha a revista é sempre uma obra de um artista plástico, ilustrador ou fotógrafo. Cada um é publicado durante um mês, ou quatro edições. Finaliza a revista dando uma respirada importante, ao ser uma das poucas páginas da publicação menos aptas a críticas como a que ouço constantamente na faculdade, “confundi a revista com um folheto das Lojas Americanas”.

Nos primeiros quatro números, Juliana Moraes teve a honra de ser a primeira artista da seção. É artista visual pela Escola de Belas Artes da UFBa. Segundo a própria (p.50, n°1): “Gosto de representar a mulher moderna, que tem que trabalhar, se manter bonita e mostrar inteligência, o que é ao mesmo tempo cor-de-rosa e aprisionador”. O rosa, e o vermelho, são presentes e protagonistas em quase todos seus trabalhos, mas e geralmente sobre o desenho em ranhuras, pigmentação e texturas como um elemento ‘poluidor’.

Em seguida, Túlio Carapiá. Preto, branco, cinza e algum vermelho – quando mais simbólico -, se unem a textuaras e colagens que mostram a “relação do indivíduo consigo mesmo, suas ansiedades e necssidades”. Fechaduras e chaves são o elemento recorrente. Na Muito #7, um coração de formato infantil, assim como seu traço fino, é o toque final que contrasta essa ilustração com as outras da série: se nesta a expressão facial não é angustiada, a fragilidade da forma é mais dramática.

Entre os números 9 e 13, recebemos fotografias de Valéria Simões. Dois recursos são recorrentes nas suas fotografias publicadas na revista e no site da Muito. A primeira delas é a textura sobre/da superfície transparente, criando camadas de objetos e composições específicas. A outra é a composição resultante de interação de personagens e sombras projetadas obliquamente, como a fotografia ao lado e a que fecha o número 12 da muito.

Em seguida, as obras do artista Gaio Mattos compõe esquemas espaciais em formas representativas. A imagem ao lado é a intervenção do artista na superfície do ponto de ônibus (!?) próximo à Faculdade de Comunicação da UFBa, no campus de Ondina. As quatro obras na revista são das séries Invasões e Índio Loteado, que representam o drama da discriminação e exclusão do uso até do próprio espaço.

Finalmente, os últimos três números trazem trabalhos de Igor Souza. O artista brinca com técnicas têxteis de costura, recorte e colagem na imagem ao lado no número 20, e na anterior, a 18.

Em breve, o Imagem, Papel e Fúria continuará a tratar de outras seções ou elementos da revista, como a editoria de Moda, as capas e os infográficos.

+ Leia sobre o número zero
+ Leia sobre o número um
+ Página da revista Muito