A Dança do Sozinho: Uma Análise da Arte Abstrata, de Armindo Trevisan

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O nome mais livre já indica: A Dança do Sozinho: Uma Análise da Arte Abstrata é um livro de artista. As discussões sobre arte abstrata são realizadas do ponto de vista de alguém que faz arte abstrata na prática.

Em setenta páginas A6, o livro de Armindo Trevisan começa, é claro, tratando do surgimento da arte abstrata. Para tanto, foi pelo caminho natural de contextualizar esta arte na sua fase religiosa, mítica dos “primitivos”. A imagem estilizada dos primitivos seria abstrata? Em seguida, escreve sobre a passagem para a mentalidade que busca um Naturalismo.

O sumário é o seguinte:

1. Gênese da Arte Abstrata
2. Diálogo sobre os Pressupostos da Arte Abstrata
3. Visibilidade x Visualidade
4. Diálogo sobre a Irrepresentabilidade da Arte Abstrata
5. Escultura Abstrata: Perdas e Ganhos

Nos capítulos escritos em diálogo (2º e 4º), senti um pouco de afetação desnecessária. Se esse modo de escrever incoropora mais dinamismo, também traz muita imprecisão e ambiguidade que poderiam ser evitadas.

O terceiro capítulo trata da gradual aceitação da arte abstrata do séxulo XX, inclusive sobre “movimentos que aplicavam seus princípios aos mecanismos do sistema industrial, como a Bauhaus e o De Stijl”. O quinto e último capítulo recorta a discussão para a arte da escultura, na qual Trevisan escreve:

“Ao bombardear o núcleo da escultura tradicional, isto é, o bloco, levando-a à fissão, ela desvinculou deste a figura. Noutras palavras, a partir dessa fissão, a efígie independentiza-se, criando a visão abstrata. Não se olha mais o bloco. Um pouco mais e não se olhará nem para este, mas tão-só através deste.”

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Ponto Linha Plano, de Wassily Kandinsky

ponto-linha-plano-wassily-kandinskyOra traduzido por “Ponto, Linha, Plano“, ora como “Ponto e Linha Sobre Plano“, o livro de Wassily Kandinsky originalmente se chama Punkt und Linie zu Fläche no original em alemão. O artista e teórico foi um dentre o primeiro grupo de “mestres” da Bauhaus. Ensinou nesta universidade de 1922 até seu fechamento em 1933, pelo regime nazista.

Ponto, Linha, Plano foi lançado pela primeira vez em 1926, em Munique. Fazia parte da coleção Bauhaus Bucher, dirigida pelo então diretor da instituição, Walter Gropius e por Lászlo Moholy-Nagy. Junto a Do Espiritual na Arte e Curso da Bauhaus foram a tríade das obras teóricas de Kandinsky.

Esta edição brasileira, da coleção arte&comunicação” da edições 70 foi lançada em… 1970. Além dos prefácios e da introdução, os capítulos são justamente estes três elementos fundamentais: ponto, linha e plano original. O apêndice traz 25 aplicações dos conceitos abordados no livro.

O excerto abaixo da apresentação por Philippe Sers, descreve bem a proposta de Kandisnky:

O estudo, para Kandinsky, deve começar pelos elementos mais simples que são também os elementos necessários sem os quais nenhuma pintura é possível. […] Ponto-Linha-Plano é dedicado à análise de dois elementos fundamentais da forma: o ponto, elemento a partir do qual decorrem todas as outras formas, e a linha. O método aqui proposto consiste no estudo desses dois elementos primeiro em abstrato, sem suporte material, depois em relação com uma superfície material, ou seja, com o plano.”

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A Imagem, de Jacques Aumont

Jacques Aumont, professor e pesquisador na Universidade de Partis III, lançou “A Imagem” em 1990. Este livro, da coleção Ofício de Arte e Forma da Papirus Editora, discute a questão da imagem em cinco capítulos, tratando: do “olho”; do espectador; do dispositivo; da própria imagem; e de arte.

A Parte do Olho discute questões biológicas, químicas e físicas envolvidas na visão, mas não somente no olho. Qual o caminho que os estímulos visuais percorrem até a mente, por exemplo. Movimento real, movimento aparente e a tal falácia, ainda confusa, sobre a persistência na retina.

A Parte do Espectador trata de questões psicológicas e cognitivas. Primeiro, intenções por trás da produção e visualização das imagens. Em seguida, ilusão representativa. O capítulo é fechado com aproximação com psicanálise.

O terceiro capítulo, A Parte do Dispositivo, é interessantíssimo. Começa com a dimensão espacial do dispositivo, tratando do espaço plástico x espaço do espectador, depois trata da moldura e por fim de enquadramento e ponto de vista. A parte seguinte fala da dimensão temporal, imagem no tempo x tempo na imagem e a imagem temporalizada: imagem fílmica etc. Finalizando o capítulo, compara a impressão com a projeção e questões ideológicas envolvidas no dispositivo.

A Parte da Imagem discorre sobre a imagem “propriamente dita”. Os sub-items tratam de: analogia; representação do espaço; representação do tempo; significação da imagem.

Em A Parte da Arte, três modos de se tomar a imagem. Depois de discutida a questão do realismo no capítulo anterior, a imagem abstrata. Em seguida, expressão e estilo. Por fim, antes de concluir o livro, imagem, arte e aura.

Apesar de ser um livro que pretende abarcar várias questões relacionadas à imagem em cada um dos capítulos, não é raso. E mesmo se não aprofunda o suficiente algum problema de maior interesse do leitor, todo capítulo é fechado com uma bibliografia organizada, dividida por assunto. É um livro que faz diferença para quem trabalhe com ou estude imagem, seja fotográfo, cineasta, designer ou decorador.

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