Livros e Dossiês sobre Raça e Tecnologia

Os aspectos político-raciais das tecnologias, incluindo tecnologias de comunicação e internet, ainda são sub-pesquisados por variados motivos, sobretudo epistemicídios promovidos pelas garras da supremacia branca na academia. Em português, então, a situação é ainda pior. Reuni a lista abaixo para ajudar estudantes em busca de explorar temas de pesquisa sobre os aspectos de raça, racismo, racialização, branquitude, negritude, orientalismo e afins na/sobre tecnologia, sobretudo de comunicação digital. Inclui livros, dossiês temáticos e alguns relatórios.

A lista será atualizada continuamente, mas não é exaustiva. Confira também lista que inclui artigos no site da Desvelar. Deixe suas sugestões nos comentários!

Em Português


Racismo Algorítmico (2023)

A publicação de Bianca Kremer faz parte da importante coleção Panorama, do O Panóptico. O livro apresenta as camadas políticas, técnicas e jurídicas do conceito de racismo algorítmico e manifestações empíricas incorporadas em vieses discriminatórios.


Racismo Algorítmico: inteligência artificial e discriminação nas redes digitais (2023)

A versão audiolivro da publicação de Tarcizio Silva foi narrada por Matias Erisson e reproduz fielmente os 6 capítulos da obra original, apresentando capítulos que tratam de mídias sociais, violência estatal e histórico de racialização de tecnologias pré-digitalização.


Griots e tecnologias digitais (2023)

Organizado por Thiane Neves Barros e Tarcizio Silva, a obra tem como objetivo contribuir com o resgate de ensinamentos ancestrais nos debates contemporâneos emergentes. Para tanto, os vários artigos que compõem o livro dialogam com as e os intelectuais negros: Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento, Clóvis Moura, Milton Santos, Cida Bento, Zélia Amador de Deus, Sueli Carneiro, Abdias Nascimento, Nilma Lino Gomes e Antônio Bispo dos Santos.  


Pode um robô ser racista? (2023)

Organizado por Sil Bahia, livro reúne ensaios de referências no campo como Bianca Kremer, Diego Cerqueira e mais. Traz capítulos como “E se a inteligência artificial aprender errado?”, “O que esperar da vida datificada?” além do capítulo que dá nome o livro escrito pela organizadora.


A Inteligência Artificial no Racismo Estrutural Brasileiro (2023)

Livro apresenta estudo dos aspectos referentes ao uso da inteligência artificial nos processos de seleção de candidatos e sua contribuição, ou não, para a admissão de trabalhadores negros no Brasil através de pesquisa da autora Luana Romani. Debate os riscos de algoritmos que possam gerar aumento de desigualdades e acesso ao trabalho e a necessidade de transparência nos processos seletivos.


Colonialismo Digital: por uma crítica hacker-fanoniana (2023)

Livro de Deivison Faustino e Walter Lippold estuda o colonialismo digital a partir de colaborações de autores como Frantz Fanon, Kwame Nkrumah, Marx, Rosa Luxemburgo. Explorando o colonialismo de dados, o racismo algorítmico e incidências extrativistas dos redesenhos das partilhas coloniais do mundo, os autores trazem colaboração que centra os processos de racialização para o entendimento do tema.


TIC, Governança da Internet, Gênero, Raça e Diversidade: tendências e desafios (2023)

Coletânea organizada pelas conselheiras do Comitê Gestor da Internet apresenta 18 artigos sobre as relações entre internet, gênero, raça e diversidade. Entre os capítulos estão: “Da colônia à república: como sociedades fundadas na escravidão modulam o comportamento algorítmico”, “Discriminação algorítmica de pessoas trans, não-binárias e queer por mecanismos de reconhecimento facial” e “Os impactos das infraestruturas de conexão nos ciberativismos de mulheres negras na Amazônia”.


Identidade Negra e Mediações da Informação Étnico-Racial em Blogs de Funk (2022)

Publicação de Jobson Francisco da Silva Júnior foca em blogs como objeto de estudo e dispositivos de mediação e disseminação da informação, dando centralidade à informação étnico-racial. Através de análise crítica do discurso, apresenta a informação étnico-racial nos blogs de funk como dispositivos que oferecem subsídios para (re)construção identitária negra


Interseccionalidade e plataformas digitais: dimensões teórico-metodológicas de pesquisas em Comunicação (2022)

O dossiê publicado na Revista Fronteiras – estudos midiáticos reuniu 13 artigos, como: “TICs, Raça, Mulheres e Territórios: o podcast Ondas da Resistência como ocupação das plataformas digitais em uma perspectiva interseccional“, “Raça, gênero e processos de subjetivação nas redes sociais” e “Influenciadoras digitais negras e a beleza como negócio”


Racismo Algorítmico: inteligência artificial e discriminação nas redes digitais (2022)

Tarcízio Silva apresenta introdução ao tema do racismo algorítmico das mídias sociais à seletividade penal. Em seis capítulos, explora impactos racializantes de tecnologias como visão computacional, processamento de linguagem natural, reconhecimento facial em implementações que vão do Facebook à segurança pública. Inclui capítulo sobre tecnologias “pré-digitais” e debate reações e remediações do problema.


Discurso de Ódio nas Redes Sociais (2022)

Livro de Luiz Valério Trindade na importante coleção Feminismos Plurais apresenta sua pesquisa sobre discurso de ódio nas redes sociais do Brasil.


Ciberxirè: redes educativas e o ciberativismo da Juventude de Terreiro da nação Ijexá (2021)

Livro resultado de pesquisa da professora Luzi Borges através de 16 anos trilhando os caminhos das epistemologias ancestrais mediadas pelo digital em rede. Contribuição para os estudos pós-coloniais a partir da epistemologia nagô, traz como protagonismo as lutas contemporâneas das juventudes de terreiro, especificamente dos terreiros Ijexá, localizados no sul da Bahia.


Estudos em Rede: tecnologias, antirracismo e cultura (2021)

Livro organizado por Jamile Borges da Silva reúne seis capítulos sobre antirracismo nas tecnologias, como “Tecnologias discursivas em buscas de ‘contrapedagogias'”, “Geração Tombamento: construindo imagens positivas de corpos-negros” e “Jogos digitais e aprendizagem na perspectiva dos educadores”


História Preta das Coisas: 50 invenções científico-tecnológicas de pessoas negras (2021)

Bárbara Carine Soares Pinheiro destaca 50 produções científicas pretas que foram fundamentais para o desenvolvimento humano impulsionado pela ciência e tecnologia africana e afrodiaspórica.


Comunidades, Algoritmos e Ativismos: olhares afrodiaspóricos (2020)

O livro reúne reflexões diversas e multidisciplinares sobre as interfaces dentre os fenômenos da comunicação digital, raça, negritude e branquitude. Através da tradução de textos estrangeiros inéditos em português e atualização e redação de publicações selecionadas de brasileiras/os, o livro colabora com a crescente complexificação do pensamento sobre a comunicação digital e internet resultante da diversificação dos olhares e falas nos espaços acadêmicos.


Aquilombamento Digital (2020)

Gabriel Suamme Lima Santana e Boni Sobrinho estudam, a partir da psicologia social, a produção e fortalecimento de identidades raciais medidas por computadores e internet.


Vozes Negras em Comunicação: Mídia, racismos, resistências (2019)

Organizado por Laura Guimarães Corrêa, ivro pioneiro apresenta articulações entre comunicação e raça, bem como as imbricações entre mídia e racismo. Os 11 capítulos incluem produções sobre semioses decoloniais no afrofuturismo e apropriações de mídias sociais como estratégia de letramento racial – entre outras temáticas pertinentes direta ou indiretamente ao debate sobre tecnologias.


Algorithms of Oppression: how search engines reinforce racism (2018) / Algoritmos da Opressão: como o Google fomenta e lucra com o racismo (tradução 2021)

O livro de Safiya U. Noble é um marco na atual onda de reações à discriminação algorítmica em diversas esferas, inspirando diversos trabalhos e iniciativas. Noble estudou especificamente o caso da Google e a hiperssexualização de garotas negras. Clique no título acima para uma resenha publicada neste blog.

Em Inglês

Not my Type: Automating Sexual Racism in Online Dating (2024)

Livro de Apryl Williams Not My Type: Automating Sexual Racism in Online Dating apresenta uma exploração sociotécnica dos algoritmos das plataformas de namoro, sua falta de transparência, o discurso legal e ético nas regras de uso desses aplicativos para argumentar que o racismo sexual é uma característica central da cultura atual de aplicativos de encontros.


Because Technology Discriminates (2023)

Livro de Logan D. A. Williams busca focar nos dilemas específicos e demandas sociais enfrentados pelos engenheiros. Apresenta contexto histórico detalhado de como o viés de design é incorporado à tecnologia ou exercido pela elite social tendenciosa. Apresenta estudos de caso para explorar projetos compensatórios que desafiam o status quo da discriminação tecnológica.


Ressurrecting the Black Body: (2023)

Tonia Sutherland considera as consequências de ressuscitar os mortos digitalmente. Analisando às mortes violentas de negros americanos – e aos registros que as documentam – desde a escravidão até a era da mídia social, Sutherland explora evidências da mídia, atos digitais de lembrança e o direito e o desejo de ser esquecido.


More than a Glitch: Confronting Race, Gender, and Ability Bias in Tech (2023)

Novo livro de Meredith Broussard (autora de Artificial Unintelligence) explora uma variedade de exemplos de vieses e discriminação ligados a raça, gênero e capacidade na tecnologia. Broussard argumenta que a solução não é necessariamente tornar tecnologia onipresente mais inclusiva, mas reformar os algoritmos que constroem ideias demográgicas de alteridade.


Digital Racial: algorithmic violence and digital platforms (2023)

Livro de Yasmin Ibrahim examina a íntima relação entre raça e tecnologias e como as plataformas digitais reabsorvem o racismo como um arranjo interno dentro de seus modos de arquitetura técnica e afetiva.


The Black Technical Object (2023)

Em “The Black Technical Object: On Machine Learning and the Aspiration of Black Being”, Ramon Amaro contempla a natureza abstrusa do aprendizado de máquina e sua inserção nas hierarquias raciais.


The Fourth Industrial Revolution and the Recolonisation of Africa (2021)

Everisto Benyera analisa como a quarta revolução industrial e automatização acelerada via tecnologias digitais tem sido utilizada para marginalizar e explorar a África na comunidade intenacional – inclusive através da colonialidade de dados.


Afro-Latinx Digital Connections (2021)

O livro organizado por Eduardo Arriaga e Andrés Villar apresenta exemplos de como as tecnologias digitais estão sendo usadas por afrodescendentes na América do Sul e no Caribe como um meio de alcançar a justiça social e desafiar o racismo.



Social Text: Afrofuturism (2002)

Número especial da revista Social Text, editado por Alondra Nelson, foi publicação fundadora do pensamento sobre afrofuturismo. Além do texto introdutório da editora que define o campo, inclui trabalhos sobre audiovisual, ficção, poesia e arte visual como “‘That Just Kills Me’: Black Militant Near-Future Fiction” de Kalí Tal; The “Revolution Will Be Digitized: Afrocentricity and the Digital Public Sphere” de Anna Everett; e “Race, Sex, and Nerds: From Black Geeks to Asian American Hipsters” de Ron Eglash.


Appropriating Technology: vernacular science and social power (2004)

Organizado por Ron Eglash, Jennifer Croissant, Giovanna Di Chiro e Rayvon Fouché, a publicação traz capítulos sobre inventividade, meio ambiente e tecnologia, corporificação da tecnologia. Inclui trabalho de Fouché sobre o inventor Lewis Latimer e a posterior operacionalização das narrativas sobre sua invenção para fortalecer a ideia individualista do “American Dream”; apropriação nativo-americana da tecnologia para ativismo ambiental; e apropriações de mulheres africano-americanas de centros de tecnologia em tempos de exclusão digital.


Black Inventors in the Age of Segregation (2004)

Rayvon Fouché apresenta a história de vida e trabalhos de três inventores afroamericanos: Granville Woods (1956-1910), inventor independente; Lewis Latimer (1848-1928), um engenheiro corporativo na General Electric; e Shelby Davidson (1868-1930), que trabalhou no Departamento do Tesouro Americano.


Technology and the African-American Experience: Needs and Opportunities for Study (2006)

A coletânea reúne capítulos variados sobre a experiência afroamericana com tecnologia. Inclui textos como: relato das descobertas de Judith Carney sobre cultivo do arroz; reflexões sobre invenção e inovação de 1619-1930, por Portia James; e a problemática da interpretação da história da tecnologia nos museus americanos, por Lonnie Bunch.


Digitizing Race: visual cultures of the internet (2007)

Lisa Nakamura escreve sobre a racialização das visualidades na internet, tema cada vez mais relevante em tempos de blackfishing e avatares “humanizados” de e-commerce.


Cyber Racism: White Supremacy Online and the New Attack on Civil Rights (2009)

Jessie Daniels estuda há décadas como a supremacia branca utiliza tecnologias digitais para se reinventar – desde quando a academia mainstream ainda achava que a internet resultaria na superação das identidades. Neste livro, apresenta o histórico das estratégias da branquitude patriarcal desde imprensa até fóruns e mídias sociais, com resultados que vemos hoje na algoritmização da política.


Race and/as Technology (2009)

Edição especial da Camera Obscura analisa como raça tem sido construída através de tecnologias de mídia e como textos midiáticos tem sido constituídos via enquadramentos de raça. Organizado por Lynne Joyrich e Wendy H. K. Chun, inclui o importante trabalho “Race as Technology” de Beth Coleman.


Digital Diaspora: A Race for Cyberspace (2009)

Anna Everett analisa o aumento da participação negra no ciberespaço, combatendo concepções errôneas sobre exclusão digital; além de apresentar estudos de caso como a Niajanet e a Million Woman March.


When Biometrics Fail: Gender, Race and the Technology of Identity (2011)

Livro de Shoshana Amielle Magnet

estuda incidências políticas da biometria em relação a gênero e raça, incluindo criminalização da pobreza e acirramento de violências fronteiriças.


Fatal Invention – how science, politics, and big business re-create race in the twenty-first century (2012)

O livro revisa conceitos de raça, eugenia, o papel da ciência racial na supremacia branca e trata de manifestações contemporâneas na genética, desenvolvimento de farmacológicos customizados, vigilância genética e outras tecnologias.


Race After the Internet (2012)

A coletânea organizada por Lisa Nakamura e Peter A. Chow-White reúne 14 capítulos em quatro partes: história da raça e informação; raça, identidade e classificação social; segregações digitais; e biotecnologia e raça como informação. Inclui colaborações de Alondra Nelson, Troy Duster, Oscar H. Gandy Jr. e outras e outros autores que definem o campo no mundo anglófilo.


Raça e Medicina

Breathing Race into the Machine: The Surprising Career of the Spirometer from Plantation to Genetics (2014)

Ludy Braun apresenta análise racialmente crítica e tecnopolítica do espirômetro, instumento inventado para medir a capacidade pulmonar. Inventores, médicos e corporações solidificaram a crença errônea sobre negros terem menor capacidade pulmonar, o que foi usado para desumanização e restrição a direitos.


Dark Matters: On the Surveillance of Blackness (2015)

A essencial obra de Simone Brown mostra a gênese da vigilância como prática central nas sociedades a partir do horror colonial. e escravidão transatlântica. De práticas de tortura coloniais como marcação de escravizados à biometria em aeroportos, a história apresentada por Browne desvela como a “negritude” é conceito essencial para as práticas, narrativas e resistência à vigilância.


Beyond Hashtags: #Ferguson, #Blacklivesmatter, and the online for offline struggle (2016)

O documento não é um livro, mas sim um relatório de Deen Freelon, Charlton D. Mcilwain e Meredith D. Clark com amplo estudo sobre a mobilização online e presencial do #BlackLivesMatter. Foi aplicada análise de rede e métodos digitais a 40,8 milhões de tweets, 100 mil links, além de 40 entrevistas com ativistas. Algumas visualizações e recortes de dados são inovadores, como o agrupamento longitudinal por comunidades. Clique para ler resenha.


Internet Interseccional

Intersectional Internet: Race, Sex, Class and Culture Online (2016)

Coletânea editada por Safiya Noble e Brendesha Tynes reúne capítulos de pesquisadoras e pesquisadores estudando questões de raça, gênero e classe na internet tais como: políticas de viralidade e virilidade em masculinidades asiáticas; moderação comercial de conteúdo; análise interseccional de apps de encontros; memes no Instagram e adolescentes negras e outros.


Encoding Race, Encoding Class: Indian IT Workers in Berlin (2016)

Sareeta Amrute pesquisou como o mercado de startups e tecnologias digitais em Berlim esconde práticas racistas e classistas no cotidiano. A partir de etnografia em escritórios que contratam desenvolvedores indianos, Amrute discute as construções sobre raça, classe e migração nestes espaços de trabalho do capitalismo cognitivo.



Digital Democracy, Analogue Politics: How the Internet Era Is Transforming Politics in Kenya (2018)

Nanjala Nyabola estuda o impacto político da internet e plataformas de mídias sociais no Quênia, incluindo a relação com tribalismo, racismo e sexismo na região.


W. E. B. Du Bois’s Data Portraits: VIsualizing Black America (2018)

O livro de Whitney Battle-Baptiste e Britt Rusert reúne a história e coletânea das visualizações inovadoras que o sociólogo W.E.B. Du Bois produziu no início do século XX para divulgar mundialmente dados sobre os negros afroamericanos. Clique no título acima para uma resenha.


Race After Technology: Abolitionist Tools for the New Jim Code (2019)

Ruha Benjamin discute as tecnologias digitais e algorítmicas a partir do que chama de “Critical STS”, a junção da Teoria Racial Crítica (TRC) e dos Estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade. Benjamin propõe o conceito de “New Jim Code” – um modo sistêmico e hostil de viés hostil e racista cada vez mais integrado e opaco nas tecnologias digitais. Clique no título acima para uma resenha publicada neste blog.



Captivating Technology: Race, Carceral Technoscience, and Liberatory Imagination in Everyday Life (2019)

Organizada por Ruha Benjamin, a coletânea reúne 14 capítulos em três agrupamentos: tecnologias carcerárias das fazendas às prisões; sistemas de vigilância do Facebook à fast fashion; e reapropriação liberadora das ferramentas, dos abolicionistas aos futuristas.


Black Software (2019)

O livro de Charlon McIlwain traz uma historiografia inédita das relações entre afro-americanos e as tecnologias digitais desde os anos 1960, a partir de levantamento de documentos e entrevistas com pioneiros.


Surrogate Humanity: Race, Robots, and the Politics of Technological Futures (2019)

Neda Atanasoski e Kalindi Vora apresentam livro sobre como robôs, inteligência artificial e outras tecnologias foram moldadas por ideologias do racismo anti-negro, colonialismo e patriarcado.


Distributed Blackness: african american cybercultures (2020)

André Brock estuda a negritude online de africanos-americanos e o modo que os significados e performances são construídos nas plataformas digitais como Black Twitter, Instagram, YouTube e aplicativos.



Decolonising Science, Technology, Engineering and Mathematics (STEM) in An age of Technolonialism (2020)

Organizado por Artwell Nhemachena, Nokuthula Hlabangane e Joseph Z. Z. Matowanyika, o livro identifica a colonialidade da ignorância e geopolítica da ignorância para combatê-las através da centralaidade do conhecimento afrocêntrico na matemática, educação, desenvolvimento e estudos de ciência e tecnologia.


The Digital Lives of Black Women in Britain (2020)

O livro de Francesca Sobande explora as relações da mídia digital com as vidas de mulhers negras na Grã-Bretanha, passando por ativismo digital, representações televisivas, experiências no YouTube e Twitter.



No Laughing Matter: Race Joking and Resistance in Brazilian Social Media (2020)

O livro de Luiz Valério P. Trindade, doutor pela Universidade de Southampton, estuda o fenômeno social de construção e disseminação de discursos racistas e coloniais no Brasil, especialmente contra mulheres negras, em plataformas de mídias sociais.


Race and Media (2020)

Coletânea sobre raça e mídia, organizada por Lori Kido Lopez, inclui seção sobre “Digitizing Race”.


Artificial Whiteness (2020)

Yarden Katz explora como a inteligência artificial contemporânea mudou ao longo do tempo baseada nas necessidades de fundadores de empresas e classes profissionais para incorporar modos de conhecimento baseados em supremacia branca e imperialismo.


Sex, Race, and Robots: How to Be Human in the Age of AI (2020)

Ayanna Howard explora como os vieses raciais e sexuais infectam a atual geração de inteligência artificial, com impactos nocivos globais.



#HashtagActivism: Networks of Race and Gender Justice (2020)

Livro organizado por Sarah J. Jackson, Moya Bailey e Brooke F. Welles debate temas como advocacia transfeminista, perfilização racial, solidariedades digitais e outros temas a partir de campanhas ligadas à hashtags como #SayHerName, #MeToo, AllMenCan, #CrimingWhileWhite.


Culture Warlords (2020)

Em “Culture Warlords: My Journey Into the Dark Web of White Supremacy”, a jornalista Talia Lavin estudou redes supremacistas brancas e neonazis do YouTube a fóruns na dark web.


Digitize and Punish: Racial Criminalization in the Digital Age (2020)

Em “Culture Warlords: My Journey Into the Dark Web of White Supremacy”, a jornalista Talia Lavin estudou redes supremacistas brancas e neonazis do YouTube a fóruns na dark web.


Digital Black Feminism (2021)

Livro de Catherine Knight Steele realiza histórico analítico do feminismo negro digital entre intelectuais, blogueiras a influenciadoras e temas como assédio online, viés algorítmico e argumenta sobre a tecnocultura negra feminista muito antes do digital.



Racist Zoombombing (2021)

Lisa Nakamura, Hanah Stiverson e Kyle Lindsey estudam a emergência de práticas racistas direcionadas a ambientes de videoconferência como o Zoom, ferramenta impulsionada durante a pandemia do COVID-19.


Techno-Vernacular Creativity and Innovation (2021)

Nettrice R. Gaskins apresenta metodologias de promoção de criatividade tecnovernacular e inovação contextualmente situadas para comunidades historicamente marginalizadas.


Misogynior Transformed (2021)

Moia Bailey estuda como mulheres negras ativamnte reimaginam o mundo através do engajamento com poderosas formas de resistência digital numa era na qual a misoginia anti-negra domina as mídias sociais.


Technicolor: Race, Technology, and Everyday Life (2001)

Organizado por Alondra Nelson, Thuy Linh N. Tu e Alicia Headlam Hines, o livro reúne capítulos de pesquisa e entrevistas sobre aspectos da tecnologia e raça na vida cotidiana, da criação do mp3 à problemas enfrentados por profissionais latinas no Vale do Silício.


Race in Cyberspace (2000)

editado por Beth E. Kolko, Lisa Nakamura e Gilbert B. Rodman, inclui 12 capítulos com temas como “linguagem, identidade e internet”, “violência sexual e yellowface em videogames”, “impacto da digitalização das escolas na topografia racial da internet” e outros.


Cyberghetto or Cybertopia? Race, Class and Gender on the Internet (1998)

Editado por Bosah Ebo, a publicaçãoreúne colaborações que pensam raça, classe e gênero na internet. Capítulos exploram a ainda, à época, disruptiva comercialização dos espaços online, controvérsias entre democratização e dominação, e temas como inclusão digital e literacia informática.