Mercado de inteligência em mídias sociais valoriza conhecimento científico

Vamos estudar? Ao contrário do que se diz em alguns meios publicitários, a universidade dá o tom da evolução do mercado da Comunicação em diversas esferas, sobretudo quando tratamos de mídias sociais. Um dos exemplos mais pujantes disto está nas disciplinas e ferramentas ligadas a análise de redes e grafos com dados de mídias sociais, que há mais de 10 anos são intensas na academia, enquanto no mercado evoluiu nos últimos 3 anos apenas [leia mais]. Os resultados da pesquisa “O Profissional de Inteligência de Mídias Sociais” deste ano reforçam ainda mais esta importância.

Como falo desde a pesquisa de 2014,  o “mercado” quer aplicações inovadoras e recompensa os profissionais que as fazem, mas escondendo (ou ignorando) que esta qualidade existe devido ao uso de conhecimento acadêmico por profissionais que conseguem fazer esta ponte.

Por este e diversos outros motivos é importante que o mercado motive e faça sua parte para consultar e incentivar (por meio de bolsas, parcerias, financiamentos etc) a aplicação do conhecimento. A academia está fazendo sua parte gerando conhecimento e formando pessoas de forma ética e responsável, então é papel do mercado fazer a aproximação se deseja transformar parte deste conhecimento para aplicações para si. Em um país no qual apenas 14% das pessoas se formam no ensino superior, é prerrogativa de qualquer indivíduo responsável motivar o conhecimento acadêmico.

No resultado da pesquisa deste ano, a tendência se fortalece ainda mais. Entre as referências profissionais mais admiradas, 70% são mestres e 50% doutores ou doutorandos. Professores universitários dedicados a pesquisa estão presentes, devido ao impacto de formação e inovação tecnológica. Entre os livros mais usados, a maioria são de publicações focadas na área e bem estruturados. Mas infelizmente o escasso hábito de leitura do brasileiro se destaca: 76% dos respondentes não recomendou nenhum livro. Ou seja, não é falta de produção, é falta de hábito.

Além disto, a ótima performance do IBPAD – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados, com apenas 2 anos de atuação, é resultado também desta postura de conectividade com o conhecimento acadêmico. Nós transformamos conhecimento e rigor científico em aplicações diversas para metodologias de pesquisa.

Vamos avançar pra enfrentar esta crise e continuar a avançar nossos profissionais? Leia a pesquisa completa no SlideShare e vamos arregaçar as mangas!

Pesquisa: Perfil do Profissional de Monitoramento de Mídias Sociais

Buscando gerar informações para os profissionais, agências, empresas, desenvolvedoras, professores e estudantes da área, realizei nos últimos meses a pesquisa Perfil do Profissional de Monitoramento de Mídias Sociais.

O Monitoramento de Mídias Sociais no Brasil é uma área de trabalho em franca expansão, apesar dos poucos locais – tanto profissionais quanto acadêmicos – de articulação de informações. Espera-se, então, que este estudo gere insumos para o debate em torno de todas as fases e domínios relativos à esta prática.

Entenda o Monitoramento de Mídias Sociais com e-book brasileiro

É com imensa satisfação que anuncio a publicação do e-book Para Entender o Monitoramento de Mídias Sociais. Consegui reunir 27 artigos inéditos de profissionais e pesquisadores da área, entre analistas, coordenadores e diretores de agências e departamentos de mídias sociais, desenvolvedores de ferramentas e softwares, professores, pesquisadores acadêmicos e gerentes de marketing e comunicação de grandes empresas.

Inspirado nas publicações Para Entender a Internet e Para Entender as Mídias Sociais, o e-book trata de 22 tópicos sobre o tema: Informação; Reputação; Análise de Sentimento; SAC; Profissionais; ROI; Relevância; Monitoramento; Mensuração; Inteligência Artificial; Gestão de Crises; Classificação; Geolocalização; Conteúdo; Netnografia; Softwares Plenos; Perfis; Opinião Pública; Convergência; SEO; Visualização; e Gestão do Conhecimento.

Medindo a influência nas mídias sociais [5]: entrevista com Sérgio Salustiano

A série de entrevistas “Medindo a Influência nas Mídias Sociais” continua. Ontem publiquei no LinkedIn uma lista de links sobre o tema e o retorno do pessoal foi bem positivo, a demanda realmente está forte. Para conferir as entrevistas passadas é só acessar os posts: Paulo MilreuPatrícia MouraEduardo PrangeLeandro Reinaux.

A conversa hoje é novamente do ponto de vista do usuário das ferramentas. Sérgio Salustiano atualmente é professor convidado da pós-graduação Igec/Facha em Métricas e coordenador do setor de Métricas da Agência Casa Digital. Segundo o próprio, é “mestrando quase jubilado em Estatística”, formado em Comunicação, especialista em Gestão de Comunicação Institucional e traz na bagagem 12 anos de experiência no setor em grandes projetos e agências como a Frog e Textual. Além disso, escreve ótimas reflexões sobre o mercado e métricas no seu blog www.skrol.com.

Como você definiria influência nas mídias sociais? Qual a importância de medi-la?

Definiria como a capacidade de mobilização, interação, afiliação e até mesmo mudança de percepção de um produto, serviço ou campanha. Medir a influência e os laços que ela cria é gerar ferramentas e/ou inteligência capaz de munir os diversos setores (planejamento, criação, mídia, gerência, entre outros) de como trabalhar, atender e atingir o seu público-alvo.

O que você acha dos métodos, métricas e modelos de negócio de softwares de mensuração da influência como Klout e PeerIndex? Escores do tipo podem apoiar decisões de comunicação?
Vejo que são ferramentas interessantes que demonstram como o mercado está preocupado com o impacto das mídias sociais nas estratégias de comunicação. Entretanto, elas seguem modelos que não são adaptáveis a realidade brasileira onde o Orkut e blogs podem gerar um considerável impacto em ações. As métricas utilizadas são um pouco confusas e os métodos de cruzamento de perfis é imediatista e ignora toda a base de relacionamento construída nas redes e potencial de influencia de uma pessoa ou marca. Com todos esses pontos negativos eu não utilizaria nenhuma desses softwares para apoiar uma decisão, como sempre faço recorreria ao conhecimento acumulado e ao meu banco de dados que mantenho atualizado com perfis relevantes de vários segmentos.

No que as ferramentas brasileiras de monitoramento e mensuração que você utiliza poderiam melhorar?
Principalmente em passar a utilizar o conhecimento de profissionais de métricas para o desenvolvimento ou melhoria dos seus softwares. Quando se pega o que é oferecido com as reais necessidades dos profissionais percebe-se que existe um grande abismo entre as empresas desenvolvedoras de software e os profissionais. Enquanto isso, as empresas estrangeiras fazem o caminho inverso e buscam ouvir e extrair, o conhecimento e aplicar em suas ferramentas as sugestões dos profissionais brasileiros.

Entre tantas mídias, práticas, serviços e ferramentas, qual seria o perfil ideal do profissional analista de monitoramento e métricas?
O perfil do profissional é de uma pessoa generalista, mas totalmente antenada com tudo que está acontecendo a sua volta. É aquele tipo de pessoa que você vê conversando sobre o impacto da taxa de juros e logo em seguida está falando sobre o último meme com a mesma naturalidade, pois ele sabe que mundo virtual e real se cruzam e ambos se influenciam. Para complementar tem que ser apaixonado por números, afinal mais de 50% do trabalho envolve cálculos.

Que avanços futuros você vislumbra para o mercado da mensuração e monitoramento das mídias sociais?
Eu vejo que o mercado de agências está amadurecendo de forma lenta para a necessidade de montar uma equipe de métricas dentro da sua estrutura, durante um bom tempo ainda vai permanecer a cultura que o analista de mídias sociais tem que planejar, criar, executar e monitorar. Enquanto isso, as empresas muitos mais antenadas e preocupadas com o investimento, impacto e retorno estão correndo por fora e montando equipes próprias para monitorar suas marcas e abastecer os gestores de inteligência para a tomada de decisões. Ao mesmo tempo vejo um crescimento exponencial de pessoas em busca de qualificação nessa área, que hoje é também durante um bom tempo vai ser a que oferece os melhores salários. Assim, durante os próximos dois anos não vejo grandes mudanças no mercado de agências,