Dados Emocionais: comportamento e gosto

Encontrei esta apresentação da Tara Hunt no SlideShare, que possui algumas coisas interessantes. Só depois liguei o nome à pessoa: ela é a autora de livro sobre whuffie, um conceito totalmente desnecessário. Porém, apesar de trazer alguns preconceitos embutidos (veja mais abaixo), essa apresentação é  interessante:

De uma forma um pouco superficial, a apresentação trata do processo de “sinalização de gosto”. As pessoas constróem suas identidades também através da emissão de sinais que apresentam direta ou indiretamente características com as quais querem ser relacionadas. Tara Hunt cita Geoffrey Miller, autor de “Sex, Evolution and Consumer Behavior”: “Many products are signals first and material objects second.” A importância do valor simbólico dos produtos já é algo quase que consensual. Vale citar aqui o estudo de pesquisadoras como Judith Donath, que investigaram processos específicos de “signaling” em sites de redes sociais. Por exemplo, o artigo Signals in Social Supernets.

Em seguida, Hunt fala de subtextos de publicações das pessoas em seus perfis. Para uma foto de Sushis (slide 14), a pessoa pode estar querendo dizer que “é aberta a novas experiências ou culturas”, para uma publicação do RunKeeper, a pessoa pode querer dizer que “é atlética” ou “é fabulosa”. Obviamente, estas adjetivações dependem do que cada pessoa valoriza. Mas a apresentação é interessante por chamar atenção às possibilidades de se categorizar os dados de acordo com “emoções” e “padrões emocionais”.

Hunt utiliza a sistematização chamada OCEAN – Openness, Conscientiousness, Extroversion, Agreeableness, Neuroticism -, criada a partir de ramos da psicologia voltados à testes de personalidade. Hunt começa a apresentação citando os hipsters porque são uma “tribo” bastante odiada, falada e que dá bastante valor à produtos e diferenciação. A autora finaliza a apresentação dizendo: “Nos identificamos com algumas marcas de um modo profundo emocional. Nós também nos identificamos com alguns produtos deste mesmo jeito. Então, porque não estamos mapeando dados emocionais?”. Boa pergunta. Porque não desenvolver abordagens do tipo?

Memória Digital: duas perspectivas contrastantes

Digite um nome de um amigo próximo na busca interna do seu email. Ou navegue pelas fotos digitalizadas de sua vida. Busque seu nome no Google. Tente lembrar seu histórico de doenças. E o histórico financeiro?  E você sabe quantas vezes foi registrado por uma câmera de vigilância? Entre informações que você tem à sua disposição e outras que você nem tem ideia que existam, o registro das atividades humanas – seja em uma ótica pessoal ou institucional – estão cada vez mais intensos, presentes e pervasivos. Quais os impactos da memória digital?

Trago nesse post dois vídeos que são gravações de palestras de apresentações de livros, respectivamente Total Recall: How the E-Memory Revolution Will Change Everything e Delete: the Virtue of Forgetting in the Digital Age.

Jim Gemmel e Gordon Bell se perguntaram “e se pudéssemos lembrar de tudo”? A partir de uma perspectiva otimista, desenvolveram pesquisa, dispositivos e experimentos para analisar os benefícios da memória digital. Financiados pela Microsoft Research, um dos principais resultados da pesquisa é o projeto experimental MyLifeBits que tem como objetivo fornecer um sistema organizado de anotação e registro dos mais diversos materiais, em várias mídias e formatos.

Viktor Mayer-Schonberger, por sua vez, tem uma opinião totalmente contrária. Em seu livro, apresenta diversos casos em que a ausência do esquecimento prejudicou – injustamente – pessoas reais. Apresenta a questão da memória digital como um problema a ser enfrentado. Fala sobre as relações entre memória, tempo e poder. O esquecimento seria, para Mayer-Schonberger, algo natural e benéfico à existência humana.

As questões apresentadas são apenas algumas das muitas envolvendo a memória digital. E você, o que acha?

III Encontro de Tecnologia da Informação e Comunicação

III ETICO – Encontro de Tecnologia da Informação e Comunicação acontecerá em João Pessoa nos dias 25 e 26 de agosto. A PaperCliQ apóia e o Marcel Ayres, meu sócio, dará uma palestra chamada “Como Gerar Resultados em Mídias Sociais”. Veja e clique no cartaz para ir ao site do evento e conferir toda  a programação e saber como se inscrever:


Tim Berners-Lee sobre a futura web

Para quem ainda não conhece, TED (Technology, Entertainment and Design) é um projeto que organiza palestras com grandes nomes desses três campos e suas interseções. O vídeo que recomendo hoje é de Tim Berners-Lee, criador do protocolo HTTP que deu origem à web. Neste vídeo, de março deste ano, Berners-Lee fala sobre os 20 anos da web e a importância da informação linkada. A possibilidade de inter-operabilidade (que vemos avançando em projetos como OpenID,  Facebook Connect e Google Friend Connect) entre sites de redes sociais é abordada como um avanço necessário. “Data is relationship”. Informação é relacionamento. Em sites de redes sociais ou projetos colaborativos como a Wikipédia ou, ainda, a liberação de informações científicas ou governamentais é um passo para a web futura que integre todas as pequenas colaborações de cada usuário para possibilitar grandes avanços em várias áreas.

A legenda em português não está das melhores. Para ver com legenda em outras línguas, acesse http://www.ted.com/talks/tim_berners_lee_on_the_next_web.html