Conceitos Fundamentais da História da Arte, de Heinrich Wölfflin

Escrito em 1915, Conceitos Fundamentais da História da Arte apresenta transformações estilísticas nas “belas-artes” entre os séculos XV e XVII a partir de cinco pares conceituais: linear e pictórico; plano e profundidade; forma fechada e forma aberta; pluralidade e unidade; clareza e obscuridade.

Heinrich Wolfflin trata, além da pintura e do desenho, da escultura e da arquitetura também. O livro é recheado de exemplos, com algum destaque para Dürer, Rembrandt e Rubens, o que faz do texto essencial para quem possui interesse nestes artistas.

Em cada capítulo, as transformações são observadas tanto de um ponto de vista histórico quanto do ponto de vista nacional.  E, para uma maior validade, os exemplos utilizados sempre são contrapostos a outros, de mesmo motivo e tema.

O linear é aquele tipo de arte em que os limites formas são delineadas claramente, com linhas bem definidas. A arte pictórica, por sua vez, permite que os efeitos da luz sejam mais evidentes. É a oposição das referências táteis às referências visuais. Abaixo um desenho de Holbein, do século XVI e um de Gabriel Metsu, do século XVII. Clique para expandir.

Em Plano e Profundidade, Heinrich Wolfflin deixa claro que as mudanças não se deram apenas em termos de evolução da expressão da profundidade espacial, mas que principalmente  na relação dos elementos entre os vários planos.  Os exemplos abaixo são de Quentin Masyss, 1507 e Peter Paul Rubens, de 1614.

Em Forma Fechada e Forma Aberta, o autor contrapõe as obras que se fecham em si mesmas, como se fossem uma realidade única, às obras que deixam claro que representam um recorte de um espaço maior. A primeira imagem abaixo é a Santa Ceia de Leonardo da Vinci. Observem a relação das horizontais e verticais com os limites do quadro e com os próprios elementos representados. A segunda imagem é a Ceia em Emaús, de Rembrandt. Observem como o foco da composição não está no centro, a disposição dos elementos e a própria referência ao espaço externo, com a inclusão de “meia porta” no canto direito.

Pluralidade e Unidade tem o subtítulo “unidade múltipla e unidade individual”.  Abaixo, a Ascenção de Maria de Titian e a de Bolswert ilustram as diferenças. De um “sistema articulado de formas” para um “fluxo contínuo”.

Em Clareza e Obscuridade, por fim, também tem um subtítulo abrandando os termos em “clareza absoluta e clareza relativa”. O excerto desta resenha se refere a este capítulo:

“[…] o Barroco evista sistematicamente suscitar a impressão de que o quadro tenha sido composto para ser visto e de que possa ser totalmente apreendido pela visão. Dizemos que o Barroco evita tal impressão pois, na realidade, ao conceber a obra, o artista naturalmente leva em conta o espectador e suas exigências visuais. A verdadeira obscuridade é antiartística. Mas existe, paradoxalmente, uma clareza do obscuro. A arte continua a ser arte mesmo quando renuncia ao ideal da perfeita clareza objetiva.”

As duas imagens abaixo são, respectivamente de Durer (1504) e de Rembrandt (1638).

Obviamente, essas afirmações que utilizei aqui nesta resenha passam bem longe da complexidade das proposições de Wolfflin. Somente uma leitura minuciosa do livro pode resultar na verdeira compreensão do valor desse texto. Esses conceitos não se aplicam somente às “belas-artes”, entretanto. Já postei aqui, há mais de um ano, um exercício que fiz durante uma disciplina na faculdade. Ao final da disciplina “Teorias da Imagem”, aplicamos os conceitos de Wolfflin à análise de fotografias, como esta de Sadayuki Mikami.

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6 comentários sobre “Conceitos Fundamentais da História da Arte, de Heinrich Wölfflin

  1. acho uma boa pintura!!!!!!!!! mas pnso que podia ser melhor lo0o0o0o0o0l!!!!!!!!!!!

  2. Gostei muito de suas explicações… Compreendi bem melhor!!
    Hj tenho uma prova e nos serão apresentados duas obras uma do Renascimento e outra do Barroco o para análise… depois que li isso acho que vou conseguir fazer alguma coisa… obrigada!!

  3. looooocoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

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