Coleta de Dados em Mídias Sociais para Pesquisa Acadêmica

No mês passado pude participar da Jornada Internacional Geminis 2016 em duas atividades bem interessantes: debate com o mote “A Revolução Será Monitorada?” e workshop sobre Coleta de Dados para Pesquisa Acadêmica. Seguem as apresentações:

Curso Monitoramento de Mídias Sociais e Inteligência de Mercado em SP, Janeiro de 2016

cursos livres - casper liberoEstá previsto para acontecer, nos dias 19, 21, 26 e 28 de janeiro, nova edição do curso Monitoramento de Mídias Sociais e Inteligência de Mercado, na Faculdade Casper Líbero. O curso livre tem como objetivo capacitar estudantes e profissionais de comunicação nas etapas de planejamento, análise e produção de relatórios de monitoramento de mídias sociais.

Hoje, a a área de monitoramento de mídias sociais hoje é um das mais desafiadoras nas interseções entre a comunicação, publicidade e pesquisa de mercado. Com crescente importância nas estratégias das empresas, a compreensão em tempo real dos anseios, desejos e comportamentos do público tornou-se um diferencial dos profissionais especialistas em mídias digitais.

Quer aprender comigo? Saiba mais em casperlibero.edu.br/cursos-livres/monitoramento-de-midias-sociais-inteligencia-de-mercado/

 

Cidades, Ciclismo e Dados: entrevista com Douglas Oliveira

social analytics summit

Continuando a série de entrevistas com os palestrantes do Social Analytics Summit 2015, que acontece nos dias 27 e 28 de novembro em São Paulo, hoje falo com Douglas Oliveira. Um dos fundadores da Thinking Insight, Douglas nos conta sobre como é pensar dados nas mídias sociais com o objetivo de construir uma cidade melhor.

Douglas OliveiraTarcízio: Os dados hoje são abundantes nas mídias sociais, mas parece ainda raro que agências e consultorias publiquem materiais e pesquisas relacionadas também a melhorias pra sociedade como um todo. Você concorda? Pode falar sobre a decisão da Thinking Insight em se posicionar desta forma?

Douglas: Sim, concordo. Geralmente os dados coletados em ferramentas de monitoramento e métricas dentro das agências são para avaliar aceitação de campanhas, evitar/gerenciar crises e criar relatórios de saúde da marca, que muitas vezes não recebem o devido valor, seja pelo cliente ou pela própria agência.

Como a Thinking Insight é uma agência que se baseia em dados para construir planejamento, criação e mídia, arquitetamos o Pedalando na Cidade, projeto de mobilidade urbana que reuniu dados de monitoramento de mídias sociais e pesquisa online para entregar informações consistentes para pessoas, imprensa e empresas. Basicamente, utilizamos nossa metodologia para explorar um tema muito discutido, e de grande importância à cidade, para provocar questionamentos, mostrar caminhos e gerar insights que podem ser aplicados.

T: O projeto “Pedalando na Cidade” foi muito fortuito em coincidir com tantos debates e mudanças na relação de São Paulo com o ciclismo e outros meios de transporte. Vocês acreditam que o cicloativismo online ajuda a mudar mentalidades?

D: Sem dúvidas que a internet e mídias sociais facilitam o processo de comunicação, mas preciso destacar a importância do cicloativismo “off-line” diante do que é possível ser observado e usufruído nos dias de hoje.

Um dos exemplos disto é o movimento chamado Bicicletada, ou “Massa Crítica, que surgiu em 29 de Junho de 2002 e tem como objetivo mostrar à sociedade a existência dos ciclistas e a importância que se deve dar ao tema.

Hoje em dia é possível notar que portais como Bike é Legal, Vá de Bike, Ciclocidade, Bike Anjo etc. dão muita importância às mídias sociais dentro do processo de mostrar a evolução da cidade, o convívio no trânsito e habitação dos espaços públicos com o objetivo de esclarecer dúvidas de ciclistas iniciantes – bem como reduzir o receio destes – e, claro, fazer com que as pessoas entendam que o objetivo geral é melhorar o convívio urbano entre ciclistas, pedestres e motoristas.

pedalando na cidade

T: Que tipos de melhorias e evolução uma cidade, através de sua gestão municipal, pode desenvolver a partir de dados sociais e pesquisa online?

D: Conforme o passar dos anos é inevitável que a tecnologia fique distante do poder público. A prefeitura do Rio de Janeiro, por exemplo, possui o COR, que conta com ferramentas de monitoramento de mídias sociais por geolocalização, com o objetivo de fazer a cidade ser cada dia mais inteligente para seus habitantes. Outro exemplo é o aplicativo “Onde fui roubado” que mapeia locais onde ocorreram crimes nas cidades.

Além disso, diante de nossa percepção, também é vantajoso se trabalhar com dados sociais e pesquisas online, porque existe agilidade e qualidade na entrega e os custos de desenvolvimento são mais competitivos, se compararmos a outros modelos de pesquisas e fornecedores.

Leia mais entrevistas sobre o evento no blog da Mariana Oliveira – marianaoliveira.cc

Ainda é possível se inscrever para as palestras do dia 28, no qual teremos um debate entre Douglas Oliveira e Carolina Zaine com o tema “Insights para Transformar as Cidades”. Acesse em mediaeducation.com.br/socialanalytics

Visualização de Dados: entrevista com Julie Teixeira

social analytics summit

Nos próximos dias 27 e 28, acontecerá em São Paulo workshop e palestras do Social Analytics Summit, principal evento de monitoramento, mensuração e pesquisa em mídias sociais no Brasil. Tenho o prazer realizar a curadoria junto a Mariana Oliveira e estamos entrevistando alguns dos palestrantes.

julie teixeiraNeste post a conversa é com Julie Teixeira, Coordenadora de Business Intelligence na Trip Editora. Formada em Relações Públicas, tem experiência em agências como Ogilvy & Mather e Remix Social Ideias, além de outros projetos culturais/editoriais como Inmovimento Filmes, Grupo RBS e Revista Noize. Nos últimos anos tem estudado e aplicado técnicas de visualização de dados à inteligência em mídias sociais. Será responsável pelo módulo sobre o tema no workshop do evento.
Tarcízio: Qual impacto a visualização de dados traz para entregas de informação que, ao contrário de uma página de jornal ou revista, não será vista por milhares de pessoas? Vale a pena o apuro estético e conceitual para meia dúzia de “leitores”?

Julie: O objetivo do dataviz ~spoiler alert~ é comunicar um dado da melhor maneira possível: fácil e rápida de ser absorvida. Então, ao contrário do que muitos pensam, dataviz não é sobre apelo estético, isso é só uma consequência de um trabalho bem feito.

A entrega desse material (relatórios e análises de dados) tem como objetivo ajudar na tomada de decisão. As pessoas responsáveis costumam ter rotinas atarefadas e caóticas e não podem perder tempo tentando decifrar um relatório bagunçado.

Então o trabalho de dataviz é fundamental para que as poucas pessoas que vejam esse material absorvam rapidamente o conteúdo que foi proposto, sem nenhum grau de imprecisão ou dúvida.
Se as pessoas que usam as análises da minha equipe para decidir a estratégia do próximo semestre não entendem direito o que quis ser comunicado, o trabalho está incompleto (pra não dizer completamente inútil).
Então a resposta curta é: sim, é imprescindível.

E SE EU PUDER FAZER UM ADENDO AQUI:
Migos dos infográficos, não joguem um monte de informação em cima do diretor de arte e vão embora. O diretor de arte muitas vezes não tem conhecimento sobre dados – e na maioria dos contextos nem é obrigado a ter – aí terminamos com aqueles infográficos lindos, cheios de ícones completamente fora de proporção, com informações sem referência e incomparáveis entre si (quando deveriam ser).

Pra maioria das pessoas, dados são um mistério e o nosso trabalho é facilitar o entendimento e não o contrário.

T: Quais as diferenças e particularidades de trabalhar com dados em uma editora, em comparação à agências?

J: Do que eu observei, entre os veículos mais tradicionais, existe um apego muito grande ao papel ainda. Mas ao mesmo tempo, existe grande preocupação com o digital, estamos numa fase de transição cultural.
Tive surpresas muito positivas em editoria, estou tendo a sorte de trabalhar com pessoas que gostam do que fazem e existe um senso de propriedade e responsabilidade com o produto final que poucas vezes eu encontrei na publicidade.

Apesar de ter encontrado menos profissionais com background em métricas, as pessoas tem muito interesse no que eu tenho a dizer, elas querem usar as informações para melhorar o trabalho delas, descobrindo novas abordagens, novos caminhos.

Eu também estou aprendendo muito sobre equilíbrio por aqui, muitas empresas que ficaram obcecadas com “data driven decisions” acabaram mudando seus valores e tiveram resultados ruins. Acho que “data oriented” é mais saudável.

Pronto, podem me crucificar. beijos.

T: O que os inscritos do workshop (que já esgotou as vagas!) podem esperar aprender sobre visualização durante seu módulo?

J: Como contar uma história usando os números. Todo número tem uma história e toda história tem a maneira certa de ser contada. Vou usar exemplos comuns na vida de um analista de social/web analytics e mostrar como coisas simples podem melhorar muito o resultado final. Meu objetivo é que as pessoas saiam com ideias pra aplicar imediatamente em seu dia a dia e que elas saibam como aplicar essas ideias.

Bônus: dúvidas sobre o assunto podem ser enviadas por inbox antes do evento. Prometo responder pontualmente ou abordar no workshop dentro do limite do meu conhecimento.

As inscrições para o combo com o workshop já estão esgostadas, mas que tal conferir a programação do dia de palestras? Acesse em mediaeducation.com.br/socialanalytics